segunda-feira, 2 de junho de 2014

Solar dos marqueses de Reriz - Longroiva.






Escudo de fantasia em cartela de concheados, sob elmo.
Partido: I - Sousa (do Prado). II - Fonseca.
Timbre mutilado.
Diferença: Brica carregada de um farpão.

José Bernardo da Fonseca e Sousa, sargento-mor, capitão-mor de Longroiva em 19 de Julho de 1800, por morte do anterior.

  Sanches de Baena - Archivo heraldico-genealogico contendo noticias historicoheraldicas...

9 comentários:

  1. Não se trata de um comentário mas de um conjunto de questões.
    De acordo com o Dr Adriano Vasco Rodrigues, Monsenhor António Amante e outros autores, o solar constante das fotos terá pertencido ao Marquês de Reriz e não aos Condes da Castanheira. É com a designação de Solar do Marquês de Reriz que o imóvel aparece em muitas publicações. De resto, foi com essa designação que habitantes de Longroiva me indicaram o solar. Sem dúvida que o brasão é dos Fonseca e Sousa.
    Sendo que, tanto quanto se buscou, José Bernardo da Fonseca e Sousa foi em 1821/22 condenado a 2 anos de desterro em Castro Marim por ser “daninho e richoso” (Diário do Governo nº 58 de 9 de Março de 1822), porventura terá vindo a perder bens e estes foram à posse da família de D. António Maria de Almeida de Azevedo da Cunha Pereira Coutinho de Vilhena de Vasconcelos e Meneses (1839 – 1927), primeiro visconde (1864), conde e marquês de Reriz (1894)?...
    Quanto aos Condes da Castanheira, efectivamente eram detentores da Comenda de Langroina (ou Langroiva / Longroiva). Na Corografia Portugueza (…), de António Carvalho Costa (Lisboa 1708) é referido que é Alcaide-mor e Comendador de Longroiva o Conde da Castanheira.
    Os condes terão sido sete (a última, a sétima, condessa), entre 1532 e início do século XVIII. Seria o Solar pertença dos Condes de Castanheira antes de pertencer à família Fonseca e Sousa?
    João Almeida

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    1. João Almeida.
      Posso esclarecer a dúvida, quanto à origem da designação do 'Solar do Marquês de Reriz' e de como chegou ao ramo Reriz.

      Após o José Bernardo ( meu 5º avô ) cujas armas se observam na fachada, a sucessão da casa de Longroiva, foi a seguinte:

      José Bernardo da Fonseca e Sousa
      -> sua filha, Ana Joaquina da Fonseca e Sousa c.c. João Cardoso Coelho de Morais
      -> seu filho, José Cardoso Coelho de Morais Pessoa c.c Gertrudes Ermelinda Leite da Fonseca Moniz, 2ª baronesa de Palme
      -> sua filha, Ana Cardoso Moniz c.c. Cristóvão de Almeida de Azevedo e Vasconcelos, 2º marquês de Reriz ( daí a origem da designação 'Solar do Marquês de Reriz' )
      -> sua filha, Maria de Almeida e Vasconcelos Moniz c.c. João de Figueiredo Cabral Mascarenhas
      -> seu filho ( e meu pai ) António de Almeida e Vasconcelos Cabral Mascarenhas.

      Diogo Almeida e Vasconcelos (Reriz)

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    3. João Almeida26 de janeiro de 2015 às 23:40

      Muito obrigado pela preciosa explicação de como a casa chegou ao ramo Reriz.
      Permita-me, contudo, uma outra questão: Qual a ligação entre os Condes da Castanheira e a família de José Bernardo Fonseca e Sousa (admitindo que a designação de Solar do Conde da Castanheira utilizada neste blogue está correcta)
      João Almeida

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    4. No texto sobre o Castelo pode ler-se:

      ' 1733 - casas de residência do comendador encontravam-se destelhadas e em ruína, a cisterna entupida, o castelo sem portas, sobrevivendo apenas a torre; séc. 18, último quartel - o castelo começou a ser desmantelado '

      Embora a vida dos Condes de Castanheira se tenha desenrolado por paragens muito distantes de Longroiva, eles eram Comendadores de Longroiva na Ordem de Cristo.
      Faz assim sentido pensar que o Solar possa ter servido como residência do comendador durante o séc.17.
      Mas desconheço se existe alguma documentação que comprove essa hipótese, ou porque motivo se lhe chama 'Solar do Conde da Castanheira' , o que pela primeira vez vejo.

      Na Restauração de 1640, o 6º conde da Castanheira D. Jerónimo de Ataíde ficou em Espanha e foi mordomo-mor da Rainha Isabel, mulher do rei Filipe IV.
      Concluída a paz, regressou em 1668 a Portugal onde morreu no ano de 1669.
      Por falta de descendência de sua filha Ana de Lima e Ataíde 7ª condessa da Castanheira, o titulo reverteu para a coroa.Estaríamos assim por finais do sec.17.

      Um século depois, já o Solar andava em mãos de José Bernardo Fonseca e Sousa, sargento-mor da vila e concelho de Longroiva, cujas armas atribuídas em 1786 se observam na fachada.
      O seu pai Caetano da Fonseca e Sousa era conhecido como ' Pessoa das principais e da governança da mesma vila e concelho ' e o cargo transitava na família desde o seu avô António da Fonseca Escovar, inícios do sec.18 portanto.

      Não tendo existido descendência da 7ª condessa de Castanheira, nem sendo conhecida qualquer ligação familiar entre as duas famílias: É possível pensar que a transferência na propriedade do Solar tenha ligação com os conflitos da Restauração, e da posição assumida pelo 6º conde da Castanheira, passando o imóvel para a nova 'autoridade'.
      Mais uma vez, uma hipótese que faz sentido, mas sem qualquer apoio documental que a confirme.

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  3. Estamos no mesmo “barco” de dúvidas…
    Sobre a anotação constante do post do Castelo, originária da “cronologia” patente no registo IPA.00006489, do SIPA, em www.monumentos.pt » recursos » inventários » pesquisa…, ela referir-se-á às construções que o Comendador detinha dentro do Castelo, algumas adossadas à Torre de Menagem (as marcas ainda lá estarão), e que em 1507, na visitação do Frei João Pereira da Ordem de Cristo terão sido descritas no Tombo dela resultante, como ocupando grande parte da praça de armas. Era então Comendador D. Garcia de Mello, que saiba nada tendo a ver com os Ataídes (o título de Conde da Castanheira será criado apenas em 1532, já com António de Ataíde como Vedor da Fazenda, e a Comenda terá também sido dada mais tarde).
    Sobre o que nos intriga, duas “achas para a fogueira”:
    1. D. António de Ataíde, primeiro Conde da Castanheira, segundo o que consta da Wikipédia, na entrada “Condes da Castanheira”, teve diversos familiares com o apelido Sousa (avô materno, tios…): virá daí alguma pista para confirmar a hipótese da casa única?
    2. Por outro lado, contrariando a hipótese que aqui estamos a debater (de o Solar dos Marqueses de Reriz ter sido em tempos Solar dos Condes da Castanheira), o Dr. Adriano Vasco Rodrigues no seu livro Terras da Meda, Natureza, Cultura e Património, de 2002, escreve a p. 480: “Em Longroiva o modesto solar dos Marqueses de Reriz ostenta o brasão daquele titular, única nota artística na conhecida Casa de D. Cristóvão. Hoje está transformado em turismo de habitação. Na mesma povoação, o solar do Conde da Castanheira é também modesto e deve remontar aos começos do séc. XIX.” o que deixa supor tratarem-se de dois solares… Contudo, em Longroiva não consegui informação junto dos habitantes de tal solar e, por outro lado, se a última condessa viveu até ao séc. XVIII (muito embora em http://old.geneall.net/B/tit_page.php?id=355 tenha visto que a representação da Casa e o senhorio da Castanheira tenham passado para os Marqueses de Cascais) como pode a casa dos Condes da Castanheira ser do início do século XIX?
    Seria bom que o autor do post, se possível, nos elucidasse. desde já um obrigado.
    Muito obrigado.
    João Almeida

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  4. Caros leitores, este blogue é feito apenas por mim, com raras contribuições de leitores e amigos. É um blogue essencialmente fotográfico, hobby de tempo livre, onde por vezes adiciono alguma informação, normalmente "copy/paste" de textos na web, sobre os edifícios fotografados. Ser-me-ia impossível fazer um estudo detalhado sobre os ditos monumentos, uma vez que já ultrapassei as 700 postagens. Quanto à denominação dos mesmos, normalmente pergunto às pessoas locais se sabem. Quando não sabem tenho que recorrer a outras fontes, sendo a mais comum o site monumentos.pt, que neste caso aponta o nome do solar como sendo dos Condes de Castanheira. Tenho noção que a informação do referido site, infelizmente, está cheia de gralhas e erros. Já tem acontecido, aliás, ainda hoje aconteceu, os leitores alertarem-me para imprecisões nas minhas postagens, e sempre que concordo, altero-as. Assim, e pelas questões por vocês levantadas, creio que o mais correcto seja mudar o título para "Solar dos marqueses de Reriz", o que vos parece?

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    1. Caríssimo, apanhado que sou pelo nosso património e por fotografia, o meu hobby tem sido... contribuir para fazer desaparecer algumas das gralhas e erros que o SIPA (cujo inventário é consultável na página www.monumentos.pt) apresenta, para além de tentar completar registos e propor novas entradas como contribuinte externo: por onde passo fotografo, tiro apontamentos, comparo com o que consta do SIPA e dou contributos para melhorar o inventário. É o que estou a fazer com algumas povoações da Meda, terra de meus pais e onde estive em Setembro passado.
      Em conformidade, acreditando nas palavras de RODRIGUES, existirá um outro edifício que tenha sido dos Condes da Castanheira... ainda não sei qual. Até porque, se fosse este, com certeza que o Senhor Diogo Almeida e Vasconcelos o saberia.
      Assim a solução apontada parece-me a mais acertada. Pela minha parte, irei propor a correcção e completamento do registo IPA.00007669 no SIPA.
      Finalmente, pela minha parte, quendo fizer alguma consulta nesta página e discordar de algo, comentarei. A bem da memória que nos querem tirar.
      João Almeida

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