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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Mosteiro de Santa Maria de Cárquere






















 Armas do reino

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Sepultura de Vasco Mendes de Sousa, filho de Mendo Gonçalves de Sousa, em Pombeiro de Riba Vizela


 "D. Mendo Viegas socedeo a Dom Rodrigo pella era de 1260 até a de 1269 estava em tempos passados sepultado junto a porta travessa, que da Igreja hia pera a claustra. Em seu tempo fez D. Gonçalo Mendes filho do Conde D. Mendo chamado o Sousão doação ao Mosteyro de tudo o q tinha em Ferreyra afsi leigal, como Ecclesiastico era 1268. E D. Valasco Mendes irmão do dito D. Gonçalo, lhe fez doação de todas as herdades de Villa Verde com devezas, & moinhos, por sua alma, & de seus antepassados." (Frei Leão de S. Tomás, “ Beneditina Lusitana”, tomo II, tratado I, parte I, capítulo X, p. 71)


 VI idus Martii ob[iit] dom[nus] Velasco Mene[n]di filius comitis donni/. Menendi. Era MCCLXXX

(10 de Março faleceu Dom Vasco Mendes, filho do conde D. Mendo Era 1280 (AD1242)


 O crescente no pomo da espada é a representação mais antiga que se conhece de heráldica de família num túmulo. 

Escudo muito desgastado onde ainda se nota uma orla de escudetes.

No estudo realizado por Miguel Metelo de Seixas e João Bernardo Galvão-Telles, intitulado: "Sousas Chichorros e Sousas de Arronches, um enigma heráldico" (in: "Estudos de Heráldica Medieval"), é-nos referido que:

"(...)Em trabalho vindo a lume em 1965, Francisco de Simas Alves de Azevedo
tratou de analisar a origem e a difusão das armas dos Sousas, salientando que o uso
da caderna de crescentes devia remontar ao conde D. Mendo Gonçalves de Sousa,
o Sousão, mordomo-mor, não obstante só se encontrar documentado nas pessoas
dos seus filhos D. Gonçalo († 1239), igualmente mordomo-mor, e D. Vasco Mendes
de Sousa († 1242)* (...)

* - Sendo certo que o escudo que ornamenta o seu túmulo se apresenta hoje liso, este autor assinalou contudo a presença do crescente, sinal da linhagem dos Sousas, no pomo da espada figurada na respectiva tampa sepulcral: “Dom Vasco Mendes, décédé en 1242, semble avoir, sur son tombeau, un croissant sur le pommeau de son épée”. AZEVEDO, Francisco de Simas Alves de, “Un fameux écartelé portugais”, Archivum Heraldicum, 1965,n.º 2-3, pp. 29-34, p. 29"

"(...)Em primeiro lugar, as pedras dos Sousões apresentam uma profusão de
figurações do tema primordial do crescente, entendido como sinal da família: a mais
comum de todas elas é a da caderna, em que se hão-de cristalizar as armas quando se
fixarem; mas vêem-se também conjuntos de cinco cadernas em aspa, conjuntos de um
crescente com uma estrela, dois crescentes um sobre o outro, e uma intrigante pedra
só com três crescentes alinhados em faixa, que o marquês de Abrantes considerou
como representação vexilar. Os sinais dos Sousões ora se apresentam contidos dentro
de escudos, ora a ornamentar um objecto ou peça de vestuário (caso da sela e da
gualdrapa do cavalo), ora simplesmente soltos, por vezes com um valor decorativo
notável, como acontece com a caderna incompleta que enquadra a figura do cavaleiro.
Concluía o marquês de Abrantes: “será de realçar a profusão com que os crescentes,
isolados ou formando caderna, nos surgem. E, perante a vetusticidade destes
monumentos, somos forçados a concluir que, efectivamente, as primitivas armas dos
«de Sousa» eram realmente formadas a partir de crescentes isolados ou constituindo
uma ou mais cadernas”, para chamar a atenção, mais adiante, para a “variedade que,
afinal, confirma a liberdade e vitalidade plásticas da nossa heráldica medieval”.
Em segundo lugar, ao verificar a diversidade de contornos dos escudos (que
associou à presença de orlas ou bordaduras) e, bem assim, as variações na disposição
dos crescentes, o marquês de Abrantes aventou a seguinte hipótese: “Não podemos
deixar de crer que aqueles elementos teriam um significado e este seria, naturalmente, o de constituírem «diferenciações»”. O autor aproximou então as figurações de
Alcobaça com as do túmulo do já mencionado Vasco Mendes de Sousa, existente
no mosteiro de Pombeiro de Riba de Vizela, o qual apresenta um escudo (hoje liso
mas que em tempos teria sido pintado) com o mesmo tipo de orla incisa".

Trabalho disponível para download aqui

domingo, 11 de agosto de 2019

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão, Mangualde








 Armas do reino













"O antigo mosteiro de Maceira Dão é formado por três zonas correspondentes a três campanhas arquitectónicas diferenciadas e que testemunham a história desta casa e da sua evolução ao longo dos séculos.
O primeiro mosteiro foi fundado em data incerta, por D. Soeiro Tedoniz, em Moimenta do Dão, crendo-se que já existia em 1154 e obedecia à Regra de São Bento (ALVES, p. 22). Todavia, o clima e a topografia terão acabado por ditar a mudança dos religiosos para Maceira, muito possivelmente em 1168. Já aí se encontravam em 1173 quando, a 31 de Outubro, D. Afonso Henriques passou a carta de couto de Maceira Dão ao Abade Soeiro (IDEM, p. 37). Mais tarde, e também em data incerta, embora alguns autores defendam o ano de 1188, estes religiosos trocaram a regra de São Bento pela de São Bernardo, colocando-se sob a protecção dos abades de Alcobaça (IDEM; p. 23). Certo é que em 1212 o mosteiro era cisterciense.
Destas primeiras construções pouco ou nada nos chegou, a não ser, talvez, algumas das pedras sigladas com que o claustro e a igreja que hoje conhecemos foram edificados, já nos séculos XVII e XVIII. A torre medieval, pode também ser recuada ao século XII-XIV (IDEM; p. 14). No início do século XVI, uma outra campanha envolveu todo o imóvel, mas não deverá ter alterado o aspecto geral do mesmo. As grandes alterações ocorreram nos séculos seguintes, com o claustro e a fachada edificados nos primeiros anos de Seiscentos, e a portaria a apresentar o cronograma de 1613. Devido a dificuldades financeiras, as obras prolongaram-se até à centúria seguinte. Assim o demonstram as datas de 1628, 1668 e 1669 presentes nas bases dos pináculos do claustro, totalizando pelo menos quarenta anos de intervenções (IDEM, p. 19, nota 6). Esta zona do mosteiro, que se desenvolve em planta rectangular irregular, incluía o claustro, a sala do capítulo, o refeitório, a cozinha, a adega e outras dependências, sendo que no piso superior se situavam as celas, o quarto do Dom Abade, a biblioteca, e a enfermaria (IDEM; p. 15).
A igreja foi o último espaço a ser reedificado, já na década de 1740. Assim, em 1744 a obra era arrematada por um conjunto de mestres pedreiros do Minho, de seu nome João Ribeiro Alves, João Martins, João da Costa Coelho e João Fernandes Ribeiro (IDEM; p. 69). Os trabalhos ficaram concluídos em 1779, dando-se então início às campanhas decorativas, para as quais foi contratado, ainda nesse ano, José da Fonseca Ribeiro para desenhar e executar o retábulo-mor. Sete anos mais tarde era a vez de Pascoal Parente pintar algumas telas, conhecendo-se a Fuga para o Egipto, que foi adquirida pela Irmandade das Almas de Mangualde, juntamente com os retábulos colaterais, depois da extinção das ordens religiosas.
A igreja desenvolve-se em planta longitudinal que articula capela-mor muito profunda e nave, esta última de planta elíptica, que se reflecte na fachada principal. O alçado, com portal de frontão curvo onde se inscrevem as armas reais, apresenta ainda três nichos onde deveriam ter figurado, ao centro, a imagem de Nossa Senhora da Assunção, a quem a igreja era dedicada, ladeada por São Bento e São Bernardo.
Em 1834 o convento era extinto, e o inventário executado com extrema celeridade. Um viseense adquiriu o conjunto do mosteiro que conheceu, depois, diversos proprietários. O seu património móvel dispersou-se como já referimos a propósito de uma tela e dois altares, encontrando-se actualmente o retábulo-mor na igreja paroquial de Fragosela, ainda que muito adaptado a um espaço bem mais exíguo (IDEM, p. 99).
(Rosário Carvalho)"

IN: DGPC - http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/72103

Ver também:  http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=7263