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quarta-feira, 10 de maio de 2017

Capela da Varziela, Cantanhede



 Túmulo de D. Jorge de Meneses, IVº Senhor de Cantanhede

 AQVI IAZ DOM IORGE DE MENESES
SENHOR DA VILLA DE CANTANHEDE

 FALECEO EM A SVA VILLA DE TAN
QVOS O PRIMEIRO DIA DE 
MARÇO DE 1532

 Altar de Nossa Senhora da Misericórdia



 Armas de Meneses (de Marialva)

 O Clero

 A Nobreza

 Santa Bárbara

 Santa Catarina

 Virgem Maria

 Santa Ursúla

 Santa Apolónia

 Porta decorada de acesso à sacristia.









 Jesus Cristo flagelado

São Roque


"Crê-se ter sido por volta do ano de 1530 que D. Jorge de Meneses, 4.º Senhor de Cantanhede, mandou construir para sua sepultura a Capela de Nossa Senhora da Misericórdia, na Quinta da Várzea, local que actualmente corresponde à povoação de Varziela. Restaurada em 1840, é uma capela modesta, contendo porém rica decoração com suas portas e arcos lavrados. Na capela-mor pode ser admirado o precioso retábulo de Senhora da Misericórdia, em pedra de Ançã, considerado como o mais belo do centro do país, “uma encantadora obra de pura renascença”.
O painel, situado entre colunas de balaústres e pilastras decoradas que sustentam o entablamento com as armas dos Meneses, assenta numa predela de cinco edículas, ocupadas por quatro santas e a Virgem, que
são, segundo os letreiros que as acompanham, Santa Bárbara, Santa Catarina, Santa Úrsula e Santa Apolónia.
Atribuído a João de Ruão, o retábulo representa a Senhora da Misericórdia, cujo manto, segurado por dois anjos, abriga os altos representantes do clero e da nobreza. A minúcia e preciosidade da obra levaram o mestre António Augusto Gonçalves a considerá-la “uma peça magistral e grandiosa, de uma perfeição inexcedível e de uma integridade completa”, referindo ainda que as esculturas da predela “são de uma espiritualidade tocante”.
A Capela de Nossa Senhora da Misericórdia, considerada Monumento Nacional por decreto de 16 de Junho de 1910"

terça-feira, 2 de abril de 2013

São Roque



                São Roque (c. 1295 – 1327) é um santo da Igreja Católica Romana, protector contra a peste e padroeiro dos inválidos e cirurgiões. É também considerado por algumas comunidades católicas como protector do gado contra doenças contagiosas. A sua popularidade, devido à intercessão contra a peste, é grande sendo orago de múltiplas comunidades em todo o mundo católico e padroeiro de diversas profissões ligadas à medicina, ao tratamento de animais e dos seus produtos e aos cães. A sua festa celebra-se a 16 de Agosto.
                Não existem grandes certezas sobre a vida de São Roque, permanecendo a maior partes dos seus dados biográficos envolvidos em mistério. Até o seu verdadeiro nome é desconhecido, já que Roch (aportuguesado para Roque) seria o seu nome de família e não o nome de baptismo (está documentada a existência no século XII de uma família com aquele apelido na cidade).
                Embora haja considerável variação nas datas apontadas para o seu nascimento e morte (consoante os hagiógrafos, a data de nascimento varia de 1295 a 1350; a da morte de 1327 a 1390), Roque terá nascido em Montpellier, França, por volta de 1350, e falecido na mesma cidade em 1379 (embora outra versão da sua biografia o dê como morto naquele mesmo ano, mas na Lombardia). Sabe-se contudo que terá falecido jovem.
                Era filho de um mercador rico, de nome João, que teria funções governativas na cidade, e de sua mulher Libéria. Estava ligada a famílias importantes de Montpellier, sendo herdeiro de considerável fortuna.
                Diz a lenda que Roque teria nascido com um sinal em forma de cruz avermelhada na pele do peito, o que o predestinaria à santidade. Roque terá ficado órfão de pai e mãe muito jovem, sendo a sua educação confiada a um tio. Terá estudado medicina na sua cidade natal, não concluindo os estudos.
                Levando desde muito cedo uma vida ascética e praticando a caridade para com os menos afortunados, ao atingir a maioridade, por volta dos 20 anos, resolveu distribuir todos os seus bens aos pobres, deixando uma pequena parte confiada ao tio, partindo de seguida em peregrinação a Roma.
                No decorrer da viagem, ao chegar à cidade de Acquapendente, próxima de Viterbo, encontrou-a assediada pela peste (aparentemente a grande epidemia da Peste Negra de 1348). De imediato ofereceu-se como voluntário na assistência aos doentes, operando as primeiras curas milagrosas, usando apenas um bisturi e o sinal da cruz. De seguida visitou Cesena e outras cidades vizinhas, Mântua, Modena, Parma, e muitas outras cidades e aldeias. Onde surgia um foco de peste, lá estava Roque ajudando e curando os doentes, revelando-se cada vez mais como místico e taumaturgo.
                Depois de visitar Roma (período que alguns biógrafos situam de 1368 a 1371), onde rezava diariamente sobre o túmulo de São Pedro e onde também curou vítimas da peste, na viagem de volta para Montpellier, ao chegar a Piacenza, foi ele próprio contagiado pela doença, o que o impediu de prosseguir a sua obra de assistência. Para não contagiar alguém, isolou-se na floresta próxima daquela cidade, onde, diz a lenda, teria morrido de fome se um cão não lhe trouxesse diariamente um pão e se da terra não tivesse nascido uma fonte de água com a qual matava a sede. O cão pertenceria a um rico-homem, de nome Gottardo Palastrelli, que apercebendo-se miraculosamente da presença de Roque, o terá ajudado, sendo por ele convertido a emendar a sua má vida.
                Miraculosamente curado, regressou a Montpellier, mas logo foi preso e levado diante do governador, que alguns biógrafos afirmam seria um seu tio materno, que declarou não o conhecer. Roque foi considerado um espião e passou alguns anos numa prisão (alguns biógrafos dizem ter sido 5 anos) até morrer, abandonado e esquecido por todos, só sendo reconhecido depois de morto, pela cruz que tinha marcada no peito.
Uma versão alternativa situa o local da prisão em Angera, próximo do Lago Maggiore, afirmando que teria sido mandado prender pelo duque de Milão sob a acusação de ser espião a soldo do Papa. Não se podendo livrar da acusação de espionagem (ou de disseminar a peste), morreu prisioneiro naquela cidade (diz-se que em 1379).
                Embora não haja consenso sobre o local do evento, parece certo que ele morreu na prisão, depois de um largo período de encarceramento.
                Descoberta a cruz no peito, a fama da sua santidade rapidamente se espalhou por todo o sul de França e pelo norte da Itália, sendo-lhe atribuídos numerosos milagres. Passou a ser invocado em casos de epidemia, popularizando-se como o protector contra a peste e a pestilência. O primeiro milagre póstumo que lhe é atribuído foi a cura do seu carcereiro, que se chamaria Justino e coxeava. Ao tocar com a perna no corpo de Roque, para verificar se estaria realmente morto, a perna ficou milagrosamente curada.
                Embora sem provas que o consubstanciem, afirma-se que Roque terá pertencido à Ordem Terceira de São Francisco.