No local onde foi erigida a capela–mor de
Nossa Senhora dos Remédios existia uma pequena ermida, mandada construir
pelo bispo D. Durando, em 1361, dedicada a Santo Estêvão.
Em
1568, o bispo de Lamego D. Manuel de Noronha autorizou a demolição da
velha ermida e, no local onde actualmente se situa o Pátio dos
Reis, mandou erguer outra sob invocação de Nossa Senhora dos Remédios.
Esta capela acabou por ser também demolida para se erguer o actual
Santuário, cuja primeira pedra foi assente em 1750, por iniciativa do
cónego José Pinto Teixeira.
O edifício do
Santuário é uma construção em estilo barroco toda trabalhada em granito,
deslumbrando pela elegância do estilo, imposta pela criatividade do
autor do projecto que se acredita ter sido Nicolau Nasoni.
A talha é setecentista. O retábulo da
capela-mor atrai pelo seu emolduramento, constituindo um quadro original
dentro dos entalhamentos portugueses, no centro do qual se encontra a
Imagem de Nossa Senhora dos Remédios. De salientar, igualmente, os
altares laterais de S. Joaquim e de Santa Ana. Ainda, no interior do
templo, podem admirar-se belos painéis de azulejos, bem como
interessantes vitrais que enriquecem as paredes do corpo principal e da
capela-mor.
O frontispício do Santuário é a
parte mais admirável de todo o edifício, fascinando todos os que se
quedam a admirar o fulgor e génio criativo ali patente. Todos os
adornos, tão elegantemente refinados no granito, são admiráveis.
No
adro da igreja, do lado sul, existe uma harmoniosa fonte toda esculpida
em granito da região, com desenho de Nicolau Nasoni, datada de 1738.
Levantada sobre o patim, onde terminam os últimos degraus da escadaria, já no adro, em
frente do templo, pode ver-se a cruz monolítica, de finíssimos
ornamentos. O autor do livro “História do Culto de Nossa Senhora dos
Remédios em Lamego”, do Cónego José Marrana – obra incontornável e de
indispensável consulta para quem melhor quer conhecer o Santuário,
Escadório e Parque dos Remédios – considera esta peça “a coroa
maravilhosa de toda a obra da escadaria, que se impõe e domina pela
delicadeza das suas linhas e da sua traça escultural”.
As
duas torres – com projecto do arquitecto Augusto de Matos Cid –
iniciaram-se muito mais tarde. A do lado sul começou a ser construída em
1880, vindo a torre do lado norte a concluir-se apenas em 1905.
A escadaria iniciou-se em 1777 mas as obras só vieram a terminar no século XX.
O
quadro mais grandioso da escadaria é sem dúvida o denominado “Pátio dos
Reis” – obra arquitectónica admirável, formada pela Fonte dos Gigantes,
no centro da qual se eleva um esplêndido obelisco, com cerca de 15 metros de altura. Este
pátio é rodeado de várias estátuas que representam os 18 últimos nomes
da casa de David. Também notáveis são os dois pórticos que dão acesso
lateral para este amplo terreiro.
De mencionar, também, o pátio de Nossa Senhora
de Lurdes ou de Jesus Maria José, onde existe uma capela que o seu
fundador dedicou à Sagrada Família. Mais tarde, a Irmandade mandou
colocar ali a imagem de Nossa Senhora de Lurdes. Sobre a porta da bonita
capela está o brasão do bispo D. Manuel de Vasconcelos Pereira, seu
edificador.
Em frente desta capela
encontra-se a fonte da Sereia, cujo nome advém do facto de ter a
adorná-la uma escultura de um tritão montado num golfinho – figura que
para o comum dos visitantes se assemelha a uma sereia. De referir ainda, na escadaria, a monumental
Fonte do Pelicano em granito lavrado. Particularmente interessante nesta fonte é a escultura do pelicano
Fonte do Pelicano em granito lavrado. Particularmente interessante nesta fonte é a escultura do pelicano
A arborização do
parque, a gruta, bem como o lago e ponte, foram encomendadas pela
Irmandade à Companhia Hortícola do Porto em 1898. A gruta do fundo foi
construída em 1910 por um artista de Arneirós.
O
parque, cortado por várias veredas e com vários recantos com mesas para
merendas, possui variadíssimas espécies de árvores, tais como: teixos,
ciprestes, olaias, acácias, tílias, choupos, faias, carvalhos,
eucaliptos, ulmeiros, medronheiros, castanheiros e tantas outras.
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