"D.
Mendo Viegas socedeo a Dom Rodrigo pella era de 1260 até a de 1269
estava em tempos passados sepultado junto a porta travessa, que da
Igreja hia pera a claustra. Em seu tempo fez D. Gonçalo Mendes filho do
Conde D. Mendo chamado o Sousão doação ao Mosteyro de tudo o q tinha em
Ferreyra afsi leigal, como Ecclesiastico era 1268. E D. Valasco Mendes
irmão do dito D. Gonçalo, lhe fez doação de todas as herdades de Villa
Verde com devezas, & moinhos, por sua alma, & de seus
antepassados." (Frei Leão de S. Tomás, “ Beneditina Lusitana”, tomo II,
tratado I, parte I, capítulo X, p. 71)
VI idus Martii ob[iit] dom[nus] Velasco Mene[n]di filius comitis donni/. Menendi. Era MCCLXXX
(10 de Março faleceu Dom Vasco Mendes, filho do conde D. Mendo Era 1280 (AD1242)
O crescente no pomo da espada é a representação mais antiga que se conhece de heráldica de família num túmulo.
Escudo muito desgastado onde ainda se nota uma orla de escudetes.
No estudo realizado por Miguel Metelo de Seixas e João Bernardo Galvão-Telles, intitulado: "Sousas Chichorros e Sousas de Arronches, um enigma heráldico" (in: "Estudos de Heráldica Medieval"), é-nos referido que:
"(...)Em trabalho vindo a lume em 1965, Francisco de Simas Alves de Azevedo
tratou de analisar a origem e a difusão das armas dos Sousas, salientando que o uso
da caderna de crescentes devia remontar ao conde D. Mendo Gonçalves de Sousa,
o Sousão, mordomo-mor, não obstante só se encontrar documentado nas pessoas
dos seus filhos D. Gonçalo († 1239), igualmente mordomo-mor, e D. Vasco Mendes
de Sousa († 1242)* (...)
* - Sendo certo que o escudo que ornamenta o seu túmulo se apresenta hoje liso, este autor assinalou contudo a presença do crescente, sinal da linhagem dos Sousas, no pomo da espada figurada na respectiva tampa sepulcral: “Dom Vasco Mendes, décédé en 1242, semble avoir, sur son tombeau, un croissant sur le pommeau de son épée”. AZEVEDO, Francisco de Simas Alves de, “Un fameux écartelé portugais”, Archivum Heraldicum, 1965,n.º 2-3, pp. 29-34, p. 29"
"(...)Em trabalho vindo a lume em 1965, Francisco de Simas Alves de Azevedo
tratou de analisar a origem e a difusão das armas dos Sousas, salientando que o uso
da caderna de crescentes devia remontar ao conde D. Mendo Gonçalves de Sousa,
o Sousão, mordomo-mor, não obstante só se encontrar documentado nas pessoas
dos seus filhos D. Gonçalo († 1239), igualmente mordomo-mor, e D. Vasco Mendes
de Sousa († 1242)* (...)
* - Sendo certo que o escudo que ornamenta o seu túmulo se apresenta hoje liso, este autor assinalou contudo a presença do crescente, sinal da linhagem dos Sousas, no pomo da espada figurada na respectiva tampa sepulcral: “Dom Vasco Mendes, décédé en 1242, semble avoir, sur son tombeau, un croissant sur le pommeau de son épée”. AZEVEDO, Francisco de Simas Alves de, “Un fameux écartelé portugais”, Archivum Heraldicum, 1965,n.º 2-3, pp. 29-34, p. 29"
"(...)Em primeiro lugar, as pedras dos Sousões apresentam uma profusão de
figurações do tema primordial do crescente, entendido como sinal da família: a mais
comum de todas elas é a da caderna, em que se hão-de cristalizar as armas quando se
fixarem; mas vêem-se também conjuntos de cinco cadernas em aspa, conjuntos de um
crescente com uma estrela, dois crescentes um sobre o outro, e uma intrigante pedra
só com três crescentes alinhados em faixa, que o marquês de Abrantes considerou
como representação vexilar. Os sinais dos Sousões ora se apresentam contidos dentro
de escudos, ora a ornamentar um objecto ou peça de vestuário (caso da sela e da
gualdrapa do cavalo), ora simplesmente soltos, por vezes com um valor decorativo
notável, como acontece com a caderna incompleta que enquadra a figura do cavaleiro.
Concluía o marquês de Abrantes: “será de realçar a profusão com que os crescentes,
isolados ou formando caderna, nos surgem. E, perante a vetusticidade destes
monumentos, somos forçados a concluir que, efectivamente, as primitivas armas dos
«de Sousa» eram realmente formadas a partir de crescentes isolados ou constituindo
uma ou mais cadernas”, para chamar a atenção, mais adiante, para a “variedade que,
afinal, confirma a liberdade e vitalidade plásticas da nossa heráldica medieval”.
Em segundo lugar, ao verificar a diversidade de contornos dos escudos (que
associou à presença de orlas ou bordaduras) e, bem assim, as variações na disposição
dos crescentes, o marquês de Abrantes aventou a seguinte hipótese: “Não podemos
deixar de crer que aqueles elementos teriam um significado e este seria, naturalmente, o de constituírem «diferenciações»”. O autor aproximou então as figurações de
Alcobaça com as do túmulo do já mencionado Vasco Mendes de Sousa, existente
no mosteiro de Pombeiro de Riba de Vizela, o qual apresenta um escudo (hoje liso
mas que em tempos teria sido pintado) com o mesmo tipo de orla incisa".
figurações do tema primordial do crescente, entendido como sinal da família: a mais
comum de todas elas é a da caderna, em que se hão-de cristalizar as armas quando se
fixarem; mas vêem-se também conjuntos de cinco cadernas em aspa, conjuntos de um
crescente com uma estrela, dois crescentes um sobre o outro, e uma intrigante pedra
só com três crescentes alinhados em faixa, que o marquês de Abrantes considerou
como representação vexilar. Os sinais dos Sousões ora se apresentam contidos dentro
de escudos, ora a ornamentar um objecto ou peça de vestuário (caso da sela e da
gualdrapa do cavalo), ora simplesmente soltos, por vezes com um valor decorativo
notável, como acontece com a caderna incompleta que enquadra a figura do cavaleiro.
Concluía o marquês de Abrantes: “será de realçar a profusão com que os crescentes,
isolados ou formando caderna, nos surgem. E, perante a vetusticidade destes
monumentos, somos forçados a concluir que, efectivamente, as primitivas armas dos
«de Sousa» eram realmente formadas a partir de crescentes isolados ou constituindo
uma ou mais cadernas”, para chamar a atenção, mais adiante, para a “variedade que,
afinal, confirma a liberdade e vitalidade plásticas da nossa heráldica medieval”.
Em segundo lugar, ao verificar a diversidade de contornos dos escudos (que
associou à presença de orlas ou bordaduras) e, bem assim, as variações na disposição
dos crescentes, o marquês de Abrantes aventou a seguinte hipótese: “Não podemos
deixar de crer que aqueles elementos teriam um significado e este seria, naturalmente, o de constituírem «diferenciações»”. O autor aproximou então as figurações de
Alcobaça com as do túmulo do já mencionado Vasco Mendes de Sousa, existente
no mosteiro de Pombeiro de Riba de Vizela, o qual apresenta um escudo (hoje liso
mas que em tempos teria sido pintado) com o mesmo tipo de orla incisa".
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