Escudo em cartela de concheados sob coronel de nobreza.
Esquartelado: I - Ornelas. II - Abreu. III - Fonseca. IV - Moura.
No
andar nobre rasgam-se, na frontaria, nove janelas de verga curva, cuja
cimalha segue a mesma linha. A porta, ostentosa, também de verga curva,
mostra frontão interrompido, com brasão esquartelado. Está ladeada por
seis janelas que poderão ser posteriores. À esquerda, num plano mais
alto e recuado, encontra-se a capela
A
instituição deste solar advém de um morgadio de vínculo do último
quartel do século XVII. Esta afectação foi feita a D. Maria Marques,
viúva do capitão António Rodrigues Pinto. O último senhor do vínculo foi
José de Ornelas da Fonseca Nápoles e o último proprietário directo da
casa foi Ernesto da Costa Ornelas, deputado e par do Reino, que ainda a
possuía nos anos 50 do nosso século.
Entre
os bens vinculados no século XVII figuram as termas da Amieira e do
Bicanho. Um dos vinculatários, o Dr. João Rodrigues Pinto, foi reitor do
Colégio de S. Paulo da Universidade de Coimbra, deputado do Santo
Ofício e cónego doutoral da Sé de Viseu. Esta enterrado na Capela de S.
Pedro, em Verride, em cuja pedra se gravaram as suas armas: no 1º
quartel, cinco crescentes (Pintos), no 2º cinco flores de liz
(Rodrigues), elmo e, como timbre, um leão. Uma neta ou bisneta da
vinculatária casou com um Ornelas. O último senhor do vínculo foi o Dr.
José Ornelas da Fonseca Nápoles, formado em Direito e colaborador de
muitos jornais e revistas. Foi o autor do folheto de versos "O Boletim
Postal", da "Canção da Padeirinha" e de outras poesias que passaram ao
folclore popular e sustentou grandes polémicas com vários escritores,
entre eles Trindade Coelho. Nasceu na Abrunheira e faleceu na Figueira
da Foz.