Armas Joaninas.
Escudo em cartela sob coronel de nobreza.
Escudo Esquartelado: I - Bacelar. II - Fagundes (?) Chaves (?). III - Azevedo (?). IV - Antas.
A Casa Grande foi edificada na primeira década do século XVIII, junto à
muralha de Pinhel, tendo pertencido à família Antas e Meneses, que
detinha a alcaidaria-mor da vila. Durante as Invasões Francesas o
edifício seria ocupado pelas tropas francesas, que aí se instalaram no
ano de 1810. Mais tarde, passava a pertencer à família Noronha e Avilez,
que o vendeu ao Conde de Pinhel. Já no século XX a Casa Grande
tornava-se sede do Grémio da Lavoura, e nos anos de 1973-1974 esta
cooperativa agrícola cedia o espaço à Câmara Municipal de Pinhel. Depois
de realizadas algumas obras de conservação o solar passava a
desempenhar funções de paços do concelho da cidade. Actualmente alberga
também a Biblioteca Municipal.
A Casa Grande de Pinhel mantém ainda
hoje a sua fisionomia original, enquanto exemplar da arquitectura civil
barroca. Com planta rectangular irregular, desenvolvida
horizontalmente, o espaço do edifício congrega a zona habitacional e o
espaço da capela. A fachada principal é dividida em seis panos,
demarcados por pilastras, e dois registos. O primeiro registo possui
sete janelas de moldura rectangular simples, dois portais com pilastras
molduradas e três portais com moldura rectangular simples. O segundo
registo possui catorze janelas de sacada com moldura rectangular simples
e varandim de pedra com guarda de ferro forjado, apoiado em mísulas
decoradas por florões. O alçado lateral esquerdo, com dois panos também
divididos por pilastras, possui no primeiro registo três portas de
moldura rectangular simples, e no segundo três janelas de sacada
idênticas às da fachada principal. O alçado posterior é dividido em três
panos, correspondentes ao espaço da capela e à cozinha. No primeiro
registo foram rasgadas nove janelas, e no segundo catorze.
O espaço
interior do edifício, actualmente adaptado às funções camarárias que
desempenha, está dividido em dois pisos. O primeiro possui um átrio com
três arcos plenos, que dão acesso a uma escadaria de dois lanços. O
espaço é dividido em vários compartimentos, sendo parte deles acessíveis
pelo exterior do edifício. A cobertura de algumas destas salas é feita
por abóbada de aresta em madeira. O segundo piso possui um conjunto de
quatro salões e dez salas secundárias, dispostas ao longo do corredor.
Os salões principais possuem tectos planos, pintados com motivos
vegetalistas estilizados e cenas campestres.
No eixo do salão nobre
situa-se a capela, de planta rectangular simples, com porta em arco
abatido, nave única coberta por abóbada de berço de madeira e capela-mor
dividida em dois registos, com duas janelas e retábulo em talha
dourada. O arco triunfal, abatido, sustenta varanda com balaustrada de
madeira.
Catarina Oliveira
GIF/ IPPAR/ 2003