Judeus - Uma aldeia d'elles
em 1258 era Miradoiro, proximo de Gardão, na Beira.
Na 3ª alçada das Inq. de 1258 (Beira), a propósito do couto de Gardon, diz-se que Gardon foi do rei, e foi povoado e coutado por
carta do rei (D. Sancho
1º): que D. Affonso 2º deu Gardon a mestre Amberte, seu physico, e a
sua mulher dona Ausenda : que este Amberte vendeu Gardon a dom F. Johannis : que este dom F. Johannis povoou em herdade do rei, fóra do couto de Gardon, uma villa « villam ». ) que se chama Jueos
(manifestamente por Judeos), e outra quo se chama Casaelo : que não viu a carta régia de doação, nem a
da venda. Isto disse um dos jurados.
Outro jurado, e como este alguns mais, disse que D. Affonso 2º deu Gardon em préstamo a mestre Amberte, physico.
Fallecido D. Affonso 2º, mestre Amberte disse que o referido rei lhe fizera doação
de Gardon, e veudeu Gardon a dom F. Johannis; mas o
jurado nunca viu
as cartas de doação: que dom F. Johannis fez
em herdade do rei «unam pobuam [de) Judeos extra cantum in términum de Gardone».
Ainda outro
jurado se refere á «popula de judeis », feita (não diz por quem) fora do termo de Gardon. (Liv. 1º de Inq.
de D. Affonso
3º, foI. 41 vº e 42).
O logar, onde estava a povoa, era defronte de Balistarios, onde chamavam Miradoyro. (Ibid ., foI. 41 vº in fine).
Um jurado declarou : que mestre Amberte dizia que D. Affonso 2º lhe dera
Gardon: que dom F. Johannis tomára de renda «remdauit» Gardon a mestre Amberte por .... maravedis, por causa de gostar de caçar de monte, e dos monteiros que moravam em Gardon ; que depois da morte de D. Affonso 2º, o Amberte não voltou a Gardon e desde então dom F. Johannis teve
Gardon como terra sua propria, dizendo que a comprára a mestre Amberte.
(Ibid., foI. 42).
In: "REVISTA LUSITANA", Vol. XXXIV, 1936, Lisboa, Livraria Clássica editora, p. 181.
PS - Ortografia conforme o original de 1936. |