Armas de D. Pedro Vieira da Silva.
Genealogía:
1 - Diogo Dias Preto,
casou com Mécia Lopes e teve:
2 - Gaspar Dias Preto, viveu em Leiria, casou
com Catarina de Lemos, filha de Pedro
de Lemos, Fidalgo da casa do infante D. Pedro de Alfarrobeira. Tiveram:
3.1 - Diogo Gil Preto, que segue.
3.2 - Isabel, Dama da Infanta D. Isabel, casou com Lopo Peixoto Cevadeiro-mor de D. Afonso V.
3.1- Diogo Gil Preto, Tesoureiro da casa de
Ceuta, fundador da capela da Senhora do Monte "que teve problemas involuntários em contas prestadas e que,
retirando-se para Leiria, prometeu «edificar uma ermida no monte mais alto do
termo daquela Cidade» se, julgado o seu processo, as contas se
ajustassem."
, instituidor do morgado da Cruz da Areia em Leiria, de que é cabeça a capela
de Nª Srª da Apresentação do Convento de São Francisco da dita cidade, onde
estão sepultados muitos dos seus descendentes, casou com Ana da Guerra, filha de Fernão
da Guerra, e tiveram:
4 - Gaspar Dias Preto, da Redinha, casou
com a sua prima Isabel da Guerra, senhora
da Torre e Quinta do Alvorge em Coimbra, filha herdeira de Pedro da Guerra, bisneto do infante D. João, e tiveram:
5 - Lourenço Dias Preto, casa com Maria Rebelo, filha de António Rebelo, do Porto, e tiveram:
6.1 - Gaspar Rebelo da Guerra, que segue.
6.2 - Belchior Dias Preto, Colegial de S. Pedro, Desembargador do Paço,
Desembargador da Relação do Porto e da Casa da Suplicação, Inquisidor na Índia,
Deputado da Mesa da Consciência.
6.3 - Jerónima Soares da Guerra, casou com Sebastião de Abreu.
6 - Gaspar Rebelo da Guerra, Nasceu por
volta de 1555 em Leiria onde viveu e foi
Juiz dos Órfãos de Propriedade. Seguiu o partido de D. António Prior do Crato
com quem esteve na batalha de Alcântara, sendo capitão de infantaria, e nela
foi preso e maltratado porque tendo à sua conta a fortaleza de Cabeça Seca,
não a quis entregar nem receber cartas do rei de Castela, Casou com Clemência Vieira da Silva, filha de Pedro Vieira da Silva, a quem chamaram
" de Coimbra" por ser daquela cidade e de Vitória Tagarro. Deste
casamento Tiveram:
7.1 - D. Pedro Vieira da Silva, que segue.
7.2 - Doutor Belchior Dias Preto, cónego da Sé de Évora, Moço-Fidalgo da Casa Real, Juiz dos Órfãos de Leiria,
Cavaleiro da ordem de Cristo.
7.3 - Maria
Rebelo, casou com António Vaz de Castelo-Branco, 4º senhor do prazo do Lagar d'
El-Rei, Moço-Fidalgo da Casa Real, Juiz dos Orfãos de Leiria, Cavaleiro da
ordem de Cristo.
7.1 - D. Pedro Vieira da Silva, nasceu em
Leiria a 15 de Setembro de 1598 e faleceu em Leiria a 12-09-1676. Foi baptizado no dia 23-09-1598 na Sé daquela cidade.
Fez os primeiros estudos em Leiria,
depois no colégio de S. Paulo em Coimbra, tendo-se doutorado em Leis pela
Universidade de Coimbra, onde leccionou como professor substituto.
Foi magistrado e desembargador nas comarcas
do Porto e de Lisboa. Foi Juiz dos Feitos da Coroa e membro do Conselho da
Fazenda.
Parece que, por ter incorrido no
desagrado das cortes,
terá sido enviado para Castelo Branco, tendo ido depois como embaixador para
Madrid onde advogou.
"Em 1637 incumbido da devassa aos
amotinados do Algarve contra os impostos ordenados em Portugal pelo Conde-Duque
de Olivares. Das diligências que efectuou, resultaram sentenciamentos à morte,
à prisão e ao degredo".
Em 1643 foi nomeado, por D. João IV, para o
lugar de Secretário de Estado e Escrivão da Puridade, mantendo-se no cargo
durante a regência de D. Luísa de Gusmão e na seguinte, de D. Pedro II.
"Segundo D. Francisco Manuel de Melo
seria por indicação de António Pais Viegas, fiel servidor de D. João IV, que o
então provedor da fazenda real foi escolhido para substituir no posto o
secretário de estado, Francisco de Lucena, preso no forte de S. Julião da
Barra, por denúncia de haver cometido um alegado crime de lesa-majestade,
acabando no cadafalso. A nomeação, no entanto, parece não ter sido do agrado da
maioria da nobreza, pelo que se fez constar ter apenas carácter transitório.
Manteve-se, contudo, no cargo desde essa altura até ao golpe palaciano de 16 de
Junho de 1662, que pôs fim à regência de D. Luísa de Gusmão e colocou à frente
do poder D. Afonso VI sob a orientação do valido D. Luís de Vasconcelos e
Sousa, conde de Castello Melhor. Voltaria, todavia, a recuperar o cargo em 23
de Novembro de 1667, quando o infante D. Pedro destituiu o Irmão e assumiu o
governo. Por desinteligência num conselho de estado com o Conde de Miranda que,
conforme um testemunho coevo, o descompôs e lhe disse «escandalosas
liberdades», sentiu-se injustamente ofendido e apresentou ao Príncipe a sua demissão
que não foi aceite. Sê-lo-ia meses depois, talvez em Setembro de 1668, na
sequência de um incidente por informações incorrectas prestadas ao Regente que
o acareou com os membros da família do fidalgo D. Jorge de Melo, irmão de Martim
Afonso, pretendente a um bispado e dele, sem fundamento, preterido".
A 25-03-1646 é ele que dirige a
cerimónia de coroação de Nª Sra. da Conceição como rainha e padroeira de
Portugal. "Juntos pois os três
estados do reino em a capela real dos paços de Lisboa congregados em cortes,
leu o secretário Pedro Vieira da Silva, o decreto que o mesmo senhor tinha
lavrado, pelo qual jurou, e fez jurar a todos os seus vassalos, a imaculada
concepção de Nossa Senhora, tomando-a por protectora do reino, com o obrigatório
de cem cruzados em ouro em cada ano à
igreja de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, corte, e assento da Casa
de Bragança (...)".
Enquanto Secretário de Estado foi também
padroeiro do convento dos capuchos em Leiria.
"Recebeu
o provincial todos estes expressos com igual gosto ao que tinha na fundação, e
procurando ao Secretário de Estado Pedro Vieira da Silva, lhos entregou para os
fazer presentes a El Rey. Era Pedro Vieira natural da mesma cidade, e estimou
tanto, que os seus compatriotas quisessem ter na sua terra um convento da nossa
província, que para lhes aprovar o gosto se ofereceu logo para padroeiro,
determinando que as principais despesas haviam correr por sua conta, não
querendo desta sorte impedir aos mais os lances da sua devoção, e generosidade.
Excitado do seu próprio empenho, conseguiu as licenças que se pretendiam, e as
entregou ao Provincial novamente eleito Fr. Martinho do Rosário. Convocou a
Mesa da Definição, e depois de examinados os papéis, e conveniências, que
podiam resultar da nova fundação, de unanime consenso a aceitaram, de que se
fez termo, que assinaram em 25 de Janeiro de 1651. Nomearam-se para fundadores
os mesmos Fr. Luís da Ascensão e Fr. Roque da Expectação, os quais acompanhados
de Fr. António da Madre de Deus frade leigo, partiram para Leiria, levando uma
carta do padroeiro para seu cunhado António Vaz de Castelo-Branco, na qual
insinuava tudo o que havia de obrar em beneficio da nossa fundação. (...) "António
Vaz Castelo Branco, como procurador do padroeiro, atendendo à eleição do sitio,
que faziam os frades, aonde ainda hoje existe uma ermida dedicada a Santo
António, e lhe chamam do Carrascal, tinha ajustado a comprar todas aquelas
terras circunvizinhas para a fundação; porém dispôs deus para mais glória sua,
que esta corresse por conta da sua divina providência." (...)" De
todo o sucedido fez António Vaz Castelo-Branco aviso ao padroeiro, o qual lhe
ordenou desistisse do ajuste da compra do Carrascal, e pusesse todo o empenho
no sitio dos Covelos, o qual ele também aprovava por melhor de todos.
Executou-se o beneplácito do padroeiro e no ano seguinte de mis seiscentos e
cinquenta e dois a oito de Abril, dia então dedicado a Nossa Senhora dos
Prazeres, depois de cantarmos na mesma ermida de Santo Estevão com toda a
solenidade a missa da mesma senhora, se
ordenou uma numerosa, e bem concertada
procissão para se levar a pedra fundamental, que se havia de lançar no alicerce
da igreja". (...) " Não faltou o céu em assinalar o dia, porque ao
tempo que caminhava a procissão, se eclipsou o sol, e durou o eclipse por
grande espaço de tempo".
(...) "Continuou-se com grande
fervor na fábrica dos retábulos, tribuna e coro. O mesmo se via no claustro,
dormitórios e cerca; concorrendo sempre o padroeiro com a mesma
generosidade". (...) " Estando completamente acabado o convento, não
se descuidou a piedosa generosidade do padroeiro de prover a sacristia de
ornamentos, cálices e roupas precisas à celebração do santo sacrifício da
missa".
Convento dos capuchos em Leiria
in: http://www.regiaodeleiria.pt/blog/2011/06/01/camara-de-leiria-vai-adquirir-convento-dos-capuchos-e-antigo-seminario/
Em 1656 foi o relactor do testamento de D. João IV; " E eu Pedro Vieira da Silva, de
mandado de sua majestade, o fiz, de minha letra, em uma folha de papel, escrita
de todas as quatro páginas, e nesta meia, sem levar entrelinha, nem cousa que
dúvida faça, o assinei como testemunha, com as mais que abaixo vão assinadas,
em Lisboa a 2 de Novembro de 1656 = El Rei".
Em 1662, com a subida ao trono de D. Afonso VI, e a
nomeação do Conde de Castelo Melhor para secretário de estado, foi exonerado e
desterrado nos seguintes termos: " Sua
Majestade que Deus guarde me manda dizer a V. Mercê da sua parte que V. mercê
se abstenha de vir à Secretaria e se parta dentro de 3 dias para 50 léguas fora
da Corte donde não virá sem outra ordem do dito senhor por assim convir a seu
serviço Nosso senhor etc. Do Paço 4 de Agosto de 662". A esta ordem respondeu Secretário Pedro Vieira
o seguinte:
-
"Agora acabo de receber hum escrito de V. mercê com aviso de Sua Majestade
que Deus guarde me mandar abster de ir à Secretaria e de me partir entrando de
3 dias 50 léguas de distância desta Corte donde não sairei sem outra ordem de
Sua Majestade logo executarei o que Sua Majestade mande Deus guarde a V.
Majestade de Casa 4 de Agosto de 662."
Em 1668 foi um dos ministros
plenipotenciários de Portugal para a paz com Castela.
Já depois de viúvo foi ordenado presbítero e
apresentado para a mitra de Leiria a 28-09-1668, confirmado pelo papa Clemente
X a 11-05-1670, tomando posse a
22-04-1671, já com 73 anos de idade.
Em 1671 mandou construir o seminário
de Leiria, e no ano seguinte a 18 de Dezembro, entregou a sua direcção à ordem
de Santo Agostinho, da qual viria a ser provincial o seu filho António.
Antigo Seminário Diocesano
in: http://www.regiaodeleiria.pt/blog/2011/06/01/camara-de-leiria-vai-adquirir-convento-dos-capuchos-e-antigo-seminario/
"Governou
o bispado com a prudência, de que era dotado, e toda lhe era necessária para
domar a liberdade dos súbditos, que havia 30 anos viviam sem pastor. Quando
mais vexado de tribulações procurava o convento para seu alivio; e tinha também
o cuidado de saber o de que ele necessitava para o prover de remédio. Consignou
uma suficiente ordinaria para suplemento das esmolas dos fieis. Colocou na igreja
deste seu convento o corpo do santo Hilário Martir, e aos cinco dias do mês de
Setembro de 1672 mandou passar uma provisão na qual declarava, e certificava,
serem aqueles ossos relíquias do verdadeiro corpo do santo martir canonizado
pela igreja e que todos os fieis católicos como tal o venerassem e
referenciassem (...). Para o carneiro da capela-mor mandou trasladar os ossos
de seus pais, sepultados no convento de Santa Ana de religiosas dominicas desta
cidade. O mesmo obrou com os de seu irmão Belchior Dias Preto, que fora
inquisidor em Lisboa, e cónego na Sé de Évora. Não se esqueceu dos de sua
mulher, que fora sepultada no convento de Santa Mónica em Lisboa, e se guardam
todos em diversos caixões custosamente forrados".
A 19-10-1673 autorizou os Agostinhos
descalços a fundarem um convento na Ermida do Bom Jesus, na vila de Porto de
Mós, que lhes tinha sido doado pela Misericórdia daquela vila.
"O Convento do Bom Jesus dos Agostinhos Descalços de Porto de Mós,
situado na actual igreja de São Pedro, foi fundado em 1676 na ermida com
a invocação de Bom Jesus que, nas origens, terá sido uma leprosaria
dedicada a Santo André. A sua criação inseriu-se num conjunto
assinalável de fundações de conventos, colégios e hospícios em Portugal e
no Ultramar, entre 1665 a 1756.
Dada a sua exiguidade, o convento logo começou a ser acrescentado. A
nova igreja, iniciada em 1691, terminou a sua construção em 1694. Em
virtude da lei geral que aboliu as ordens religiosas, o convento foi
extinto em 1834. Contudo, a extinção daquela instituição monástica não
determinou a fim da sua influência na região.
Com a velha igreja matriz de São Pedro, dela nos chegam notícias do
século XIII, a ameaçar ruína – estava situada junto à actual praça da
República, foi demolida em 1875 – e a devolução da igreja do convento do
Bom Jesus, a sede da paróquia de São Pedro passou então para a igreja
do antigo convento.
Este, no entanto, haveria ainda de ser destruída por um incêndio.
Das chamas apenas escapou a igreja e uma pequena parte do edifício. Em
1976, foram feitas grandes obras na igreja, sob a direcção do arquitecto
Camilo Korrodi.in" http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=8917
Antigo convento de Santo Agostinho, actual igreja de São Pedro de Porto de Mós.
in:http://portodemos-portugal.blogspot.pt/2012/04/noite-e-dia-igreja-de-sao-pedro.html
"Em
sete de Setembro de mil seiscentos e setenta e seis faleceu na mesma cidade o
Doutor Belchior Dias Preto, que havia sido colegial de São Paulo na
Universidade de Coimbra, chantre de Ourem, e filho do padroeiro [D. Pedro
Vieira da Silva], o qual o mandou também
sepultar no mesmo carneiro. Passados cinco dias faleceu com setenta e oito anos
de idade o mesmo ilustríssimo bispo nosso fundador, e como estivesse impedido o
carneiro para se abrir, foi depositado o caixão, que recolhia o corpo, no
pavimento da igreja entre dois altares colaterais. Teve cuidado de o trasladar
para o carneiro, e seu deputado jazigo, seu filho o reverendo padre Fr. António
de Távora, provincial absoluto da sua religião Augustiniana neste reino,
havendo vinte e seis anos que era falecido. Para este fim foi ao convento, e
presentes os nossos frades, e outras mais pessoas religiosas, se desenterrou o
caixão, o qual aberto, se acharam as vestiduras pontifícias incorruptas,
desfeita a organização do corpo, e inteira a bolça, que guardava os miolos
dentro da caveira. Foi extraindo os ossos, e lavando a cada um per si em água
de Córdova, os recolheu todos em outro caixão, que havia levado, forrado de
veludo carmezim guarnecido com galões de ouro e pregaria dourada. Cantaram os
nossos frades um ofício de defuntos com toda a solenidade, e da mesma sorte a
missa por alma do fundador, e se fez a trasladação com muita magnificiência. Conserva-se
o padroado deste convento em Pedro Vieira da Silva e Melo, neto do fundador, ao
qual imitou, ordenando-se em sacerdote ao mesmo tempo, que sua mulher D.
Catarina Josefa da Silva por mutuo consentimento professou o Instituo de São
Bernardo no mosteiro capucho do Mocambo em Lisboa, e nele faleceu com opinião
de virtude."
"Na correspondência do P.
António Vieira para Duarte Ribeiro de Macedo, [D. Pedro Vieira da Silva], é-nos
apresentado como um desiludido das coisas do mundo que, após enviuvar, decidiu
tomar o estado eclesiástico (cf. Cartas,
II p. 659). Como prelado ficou conhecido pelas tomadas de posição contra
os cristãos-novos, a ponto de elaborar, com data de 6 de Agosto de 1673, uma
proposta contra o perdão geral que estes pretendiam. Comentando as posições dos
bispos portugueses sobre o diferendo entre a Santa Sé e Portugal acerca da
célebre questão que os envolvia e então agitava o governo do país e a opinião
pública, Vieira escrevia, a 22 de Agosto de 1674. que, dado o Bispo de Leiria
ter sido «o que mais se alargou e mais publicamente nesta matéria. há indícios aqui
que houve votos na Sagrada Congregação da Inquisição que ele fosse chamado a
Roma e repreendido e castigado» (d. Cartas,
III. p. 89).
Parece,
pelo que se depreende de testemunhos coevos, haver sido um magistrado
competente. e ministro honesto. O tempo que ocupou a secretaria de estado,
durante o reinado de D. João IV, a regência de D. Luísa de Gusmão e os dois
anos ao serviço do príncipe D. Pedro, mostra-nos que devia ser hábil em
manobras cortesãs, prudente e intencionalmente apagado - o suficiente para
conservar. o poder e a influência que exercia".
Armas de D. Pedro Vieira da Silva no Seminário de Leiria, colocada já no séc XX..
(Tirada de "Heráldica Leiriense)
.
Em 1864 os seus restos mortais foram trasladados para o cemitério da Sé de
Leiria e em 1907 foram colocados no interior da Sé,
curiosamente, o seu brasão foi colocado no portal do seminário já no séc. XX
com a seguinte inscrição em latim: - "Pedro
enquanto viveu não consentiu que se pusesse aqui este brasão, e se lhe fosse dado,
ainda hoje do túmulo não o consentiria".
A inscrição por cima da porta do Seminário em Leiria.
Casou com D. Leonor de Távora, filha de Martim de Távora e Noronha, Senhor do
Morgado de Campo Belo e dos direitos Reais de Távora e Capitão das Naus da
Índia, falecido a 6/11/1644, e de Maria
(ou Ana) de Leme. Do casamento de D. Pedro Vieira da Silva e Leonor de Távora
nasceram:
8.1 - Gaspar Vieira da Silva Preto, Moço fidalgo da casa real, comendador de S.
Maria de Cadime na Ordem de Cristo, e de Moios de Brás Palha, e do Forno da Porta Nova, na Ordem de Santiago. Casou com Filipa Coutinho, filha de António
José de Almada e Melo, Fidalgo da Casa Real, 4º senhor do Morgado dos Olivais, e de Úrsula de Vasconcelos. D. Filipa recolheu ao Mosteiro
da Encarnação de Lisboa de donas da ordem militar de Avis, deixando a seu
marido, mas dali a poucos dias se tornou a recolher a sua casa.
Tiveram:
8.1.1 - Pedro Vieira da Silva e Melo, senhor de Ansiães, casou com Catarina Josefa da Silva, filha de
Fernão Teles de Menezes, fidalgo da casa real, e de sua mulher Ana Maria de
Castro.
(Armas de Martim de Távora e Noronha no Paço de Molelos)
8.2 - Martim de Távora e Noronha, natural de Coimbra, Secretário de estado de D. Pedro II, recebedor
dos Prestimónios de S. Salvador de
Mourojusa e sua anexa no concelho de
Valadares,.
Casou 1ª vez com Ana Mendes, natural da vila de Pereira, filha de Nuno Mendes, e de sua mulher, Maria Violante. Deste casamento houve um filho, Martim de Távora de Castelo Branco (Familiar do Santo Ofício em 1696).
Casou 2ª Vez com D. Ana de Tovar, administradora da capela de D. Gil Alma no Convento de São Domingos de Lisboa, senhora do morgado de
Molelos. Era filha de Diogo de
Tovar, que foi capitão de uma nau chamada Oliveira que queimou por ordem do
governador da Índia para não cair em mãos dos holandeses que se achavam com uma
armada de 14 barcos. Foi comendador de S. Maria da Trave da Ordem de Cristo.
Casou com D. Mecia de Sousa, filha de
Lourenço Pantoja de Almeida e de sua
1ª mulher, D. Mecia de Sousa, neta paterna de Cristovão Pantoja e de Filipa
Pimentel, e materna de Martim Afonso
de Beja e Sousa, 7º senhor de Anciães e Vilarinho, e de Maria de Brito.
Martim de Távora e Noronha parece ter tido uma
filha natural, não se sabe de quem, no Barreiro, segundo consta de uma
habilitação de um Manuel Gomes Braga, de 1750, onde se refere que:
"...
Francisco Ribeiro da Silva,
achando-se em Lisboa para se formar cirurgião, tivera amizade com Martim de Távora e Noronha, secretário
de estado, o qual (Francisco Ribeiro da Silva) casara com Catarina Simoa, que se dizia ser filha natural do mesmo Martim de Távora e
Noronha, e que esta se dizia ser natural do Barreiro, perto de Lisboa. Foi
depois administrador do morgado de Molelos por 26 anos ...".
8.3 - Soror Francisca.das Chagas
8.4 - Soror Maria de Columa
8.5 - Soror Clemencia do Suplixo.
8.6 - Soror Joana das Virtudes.
8.7 - Belchior Dias Preto, f. a 07-09-1676, colegial e depois reitor do
Colégio de São Paulo da Universidade de Coimbra no ano de 1668. Chantre de
Ourém.
8.8 - Padre Luís Vieira da Silva,
f. 01-01-1725. Fidalgo Capelão. Estudou direito pontifício na Universidade de
Coimbra onde se doutorou. Colegial do colégio de São Pedro, admitido a
26-02-1662. Foi cónego da Sé de Évora e
Arcediago de Lavre, deputado do Santo Ofício e Mesa da Consciência, grande
letrado, discreto e cortesão, recusou o bispado de Portalegre. "Mereceu distinta admiração de toda a
nobreza consultando-o nos momentos mais graves, cujo voto era venerado como
decisão por ser estabelecido em profunda literatura, e consciência timorata.
Regulava com tão escrupulosa advertência as suas acções se serviam de claros
espelhos aos eclesiásticos para comporem perfeitamente as vidas. Sem detrimento
da gravidade era sumamente agradável a sua conversação em que muitas vezes com descrição jovial increpava alguns abusos
que a politica menos cristã tinha introduzido na corte. Resoluto em interpor
algum tempo entre a vida, e a morte, se recolheu a sua casa onde abstraído do
comércio humano dividia as horas do dia, e noite em devotos exercícios que lhe alcançaram o prémio eterno em o primeiro
de Janeiro de 1725. Sendo muito versado na história portuguesa alcançou pela
sua incansavel investigação a maior notícia das famílias ilustres de Portugal
compondo em vários tomos com elegante estilo".
Foi
testemunha da habilitação de José Dionísio Carneiro de Sousa.
8.9 - Frei Tomás de Távora, religioso Bernardo.
8.10 - Frei António do Sacramento (ou de Távora), natural de Lisboa, Santa
Marinha. Cavaleiro na Ordem de Cristo, professou na Ordem dos Eremitas de Santo
Agostinho a 8 de Maio de 1661. Prior do Mosteiro de Santo
Agostinho em Leiria a 24-01-1676. Foi eleito Provincial dos
Agostinhos a 1 de Maio de 1700 pelo Papa Clemente XI.
Faleceu no convento da Graça a 19-05-1711.
8.11 - Jerónimo de Távora e Noronha, comendador da Ordem de Cristo,
capitão de cavalos, 8º senhor das honras de Molelos e Botulho por casamento com
sua sobrinha, D. Leonor Catarina de
Tovar e Noronha, baptizada a
09-04-1647, senhora das honras de Molelos e Botulho, filha de seu irmão Martim
de Távora e Noronha (8.2).
8.12 - Frei Filipe de Távora e Noronha. Bailio de Leça na Ordem de Malta, Comendador da Comenda de Roças, Frossos e Rio Meão, Oleiros e Alvoro Estreito. "General das Galés da Sagrada e Esclarecida Religião de Malta".
Manuel Ferros, Outubro de 2013.
MARQUES, João
Francisco - "A CRÍTICA DE VIEIRA AO PODER POLÍTICO" in: http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/6451.pdf
SILVA, J.J.A. - Collecção
chronologica da legislação portugueza, Volumes
9-11, 1856 - in:
http://books.google.pt/books?id=SF9OAAAAYAAJ&pg=PA407&dq=%22Pedro+Vieira+da+Silva%22&hl=pt-PT&sa=X&ei=xSJXUprIJqyO7AaCv4HoBg&ved=0CGIQ6AEwCA#v=onepage&q=%22Pedro%20Vieira%20da%20Silva%22&f=false
MACHADO, Diogo Barbosa - Bibliotheca
Lusitana, Volume 3, Atlântida Editora, 1752,
p.157