ESTA CAZA MANDOV FAZER
DOM FRANCISCO DE MELLO
MANVEL TRINCHANTE DE
SVA MAGESTADE E DO SEV CONSELHO E SENHOR
DESTA VILLA NO ANNO DE 1669
Escudo em cartela oval, sob coronel de nove pérolas visíveis.
Esquartelado: I e IV - Melo. II - Portugal. III - Manoel.
Do antigo solar dos Melo Manueis, situado no lugar da Vila e que ficava
situado em frente ao pelourinho, nos dias de hoje já nada resta a não
ser o brasão da família. No século XVII, este edifício pertenceu ao
fidalgo D. Francisco de Melo Manuel, uma personagem que deve ter-se
distinguido na Guerra da Restauração, já que o Rei D. João IV o nomeou
seu trinchante-mor. Na frontaria da casa, mandou gravar a seguinte
legenda: “Esta casa mandou fazer Dom Francisco de Melo Manuel,
Trinchante de Sua Majestade, do seu Conselho e Senhor desta vila no Anno
de 1669”. Neste edifício funcionou também a cadeia.
Francisco
de Melo Manuel (Lamego, 15 de Fevereiro de1626 - 9 de
Setembro de 1678, Londres) alcaide-mor da cidade de Lamego, membro da Ordem de
Cristo, trinchante Mor da Casa Real, embaixador na Holanda e Inglaterra, além
de Poeta e pintor.
Primo
direito de D.Francisco Manuel de Melo, D. Francisco de Melo Manuel, ou
simplesmente D. Francisco de Melo, era filho de D. Gomes de Melo Manuel (irmão de
D. Luís de Melo, pai do grande escritor barroco) e de D. Marinha Drago de
Portugal.
Foi membro, como
seu primo, da Academia dos Generosos, e foram alguns do seus poemas editados na
Fénix Renascida. Pintor, e desenhador, seu primo pediu-lhe para pintar um
painel do refeitório do convento dos arrábidos, e desenhar a portada do seu
livro : D. Teodósio II, como diz este último D. Francisco, numa
carta dirigida a um amigo, Azevedo, datada de 10 de maio de 1649 :
"Neste livro Teodósio, que a S. Majestade escrevo, de que determino
fazer-lhe cedo presente, fiz debuxar um capricho por meu primo Francisco, que
com raro acêrto o pôs em efeito, - para dêle, se abrir uma estampa que sirva de
rosto ao verdadeiro livro".
O mesmo escritor
faz dele este elogio, em A Viola de Talia, a proposito das suas
capacidades poéticas : "Pois que direi de um Melo / que traz a
melodia em paralelo / porque segundo a grega analogia / disse, quam dico Melos,
Melodia".. Também dedica-lhe a "Égloga Moral", Casamento,
inserida na Sanfonha de Euterpe, Quinta Musa do melodino, da suas Obras
Métricas, assim como a sua obra : "Carta de guia de
casados".
Em Inglaterra,
além de embaixador, desempenhou a função de camareiro Mor da rainha D. Catarina,
mulher do rei D. Carlos II .
Fernando Mendez, no seu Stadium
Apollinare, Lugdunum (Lyon), 1668, faz dele grande elogío ao dedicar-lhe a
obra.in:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_de_Melo_Manuel#mediaviewer/Ficheiro:Francisco_de_melo_manuel_Regnesson_1667.jpg
"Francisco de melo manuel Regnesson 1667" por Victorcouto - gravure tirée de "Stadium Apollinare" de Fernando Mendez, Lyon (Lugdunum) 1668. Licenciado sob CC BY-SA 3.0 via Wikimedia Commons.
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