segunda-feira, 20 de maio de 2013

Palácio dos Figueiredos, Condeixa-a-Nova.









Escudo sob elmo, ornado de paquife.
Escudo partido: I - Cabral. II - Silva


O Palácio ou Paço dos Figueiredos de Condeixa, actualmente Paços do Concelho de Condeixa-a-Nova, pertenceu anteriormente aos condes de Portalegre; contudo, por estar em ruínas e confrontar com o velho solar dos Figueiredos, da Quinta de S. Tomé. Segundo Santos Conceição e José Maria Gaspar, foi adquirido provavelmente por Martim Gomes de Figueiredo, superintendente das coudelarias da Comarca de Coimbra e fidalgo muito considerado.
O palácio foi restaurado no Séc. XVII por José Rodrigues de Figueiredo, fidalgo da Casa de Bragança, capitão-mor da vila de Alvorge e senhor da Casa dos Figueiredos de Condeixa; era, segundo os já citados, neto de Martim Gomes de Figueiredo.
Após o restauro, ficou a ser conhecido por Paço dos Figueiredos de Condeixa, ou Paço do Capitão-Mor, sendo considerado então um dos mais belos do País. A entrada leva a um pátio interior, sendo o acesso ao piso superior feito por duas escadas ligadas entre si por uma varanda sustentada por uma série de colunas; as paredes e escadas eram então decoradas por valiosos azulejos do Séc. XVII, com motivos de caça e os tectos e lambris dos seus salões eram de talha de castanho; actualmente já nada resta destas decorações.
Catorze janelas de sacada apresenta a frontaria, dispostas em três corpos, mostrando actualmente o central a pedra de armas dos Cabrais e não a dos Figueiredos, com as cinco folhas de figueira, que foi retirada e agora se encontra aposta numa parede exterior do Solar da Quinta de S. Tomé, que está a ser objecto de restauro por parte da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova, que o adquiriu para o adaptar a um museu relacionado com as Ruínas Romanas de Conímbriga. O palácio mostra a pedra de armas dos Cabrais uma vez que, no Séc. XVIII, parte deste solar foi vendida a João Cabral da Siva, fidalgo da Casa Real,casado com D. Francisca de Vasconcelos e Sousa; herdaram-na os seus filhos, João Cabral da Silva de Vasconcelos, doutor em Teologia, capelão-fidalgo da Casa Real e cónego-magistral da Sé de Braga; e D. Teresa Victória Cabral da Siva Vasconcelos. Por falecimento destes dois herdeiros, a sua parte, por disposição testamentária, passou para a sua prima, D. Maria Manuela Mascarenhas de Vasconcelos e Sousa Nápoles e Meneses e a outra parte para D. Maria do Carmo Fortunata.
Este palácio, bem como outros de Condeixa, foi incendiado pelos exércitos de Napoleão Bonaparte, tendo ficado em ruínas.
No início do Séc. XIX, metade dessas ruínas pertenciam a José Joaquim de Figueiredo da Guerra de Carvalho e Melo, 6º. Morgado de S. Tomé que, ainda estudante em Coimbra, morreu afogado no rio Mondego.
Os seus herdeiros, em 16 de Julho de 1857, venderam a sua parte a Albino Justiniano de Carvalho que, igualmente, adquiriu a outra metade à Família Cabral da Silva.
Albino Justiniano de Carvalho recuperou o Palácio respeitando rigorosamente a anterior arquitectura do Sec. XVII; após o seu falecimento, herdou-o o seu irmão. Abílio Roque de Sá Barreto, que o transmitiu a seu filho, Artur da Conceição Barreto que, por sua vez, o doou, em testamento. ao Hospital de Condeixa.
Durante bastante tempo ficou mais ou menos abandonado, servindo de residência, de Tribunal do então Julgado de Condeixa e até de sede do Clube de Condeixa; o rés-do-chão albergou algumas oficinas e um armazém de mercearias; este uso, como é evidente. produziu os seus efeitos, acelerando uma degradação que já vinha desde o tempo da doação.
Actualmente, conforme referido, foi adaptado a Paços do Concelho de Condeixa-a-Nova, que levou a efeito importantes obras de recuperação, respeitando, aparentemente, o traçado anterior.
Um final ao menos digno para um importante palácio da vila de Condeixa-a-Nova.

Texto de Duarte Pessoa no grupo do Facebook: Estórias de Casas com História

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