segunda-feira, 21 de julho de 2014

Edifício da GNR de Sátão



Brasão e inscrição de D. Francisco de Melo Manuel - Silvã de Cima, Sátão.



 ESTA CAZA MANDOV FAZER
DOM FRANCISCO DE MELLO
MANVEL TRINCHANTE DE 
SVA MAGESTADE E DO SEV CONSELHO E SENHOR
DESTA VILLA NO ANNO DE 1669
Escudo em cartela oval, sob coronel de nove pérolas visíveis. 
Esquartelado: I e IV - Melo. II - Portugal. III - Manoel.

Do antigo solar dos Melo Manueis, situado no lugar da Vila e que ficava situado em frente ao pelourinho, nos dias de hoje já nada resta a não ser o brasão da família. No século XVII, este edifício pertenceu ao fidalgo D. Francisco de Melo Manuel, uma personagem que deve ter-se distinguido na Guerra da Restauração, já que o Rei D. João IV o nomeou seu trinchante-mor. Na frontaria da casa, mandou gravar a seguinte legenda: “Esta casa mandou fazer Dom Francisco de Melo Manuel, Trinchante de Sua Majestade, do seu Conselho e Senhor desta vila no Anno de 1669”. Neste edifício funcionou também a cadeia.



Francisco de Melo Manuel (Lamego, 15 de Fevereiro de1626 - 9 de Setembro de 1678, Londres) alcaide-mor da cidade de Lamego, membro da Ordem de Cristo, trinchante Mor da Casa Real, embaixador na Holanda e Inglaterra, além de Poeta e pintor.
Primo direito de D.Francisco Manuel de Melo, D. Francisco de Melo Manuel, ou simplesmente D. Francisco de Melo, era filho de D. Gomes de Melo Manuel (irmão de D. Luís de Melo, pai do grande escritor barroco) e de D. Marinha Drago de Portugal.
Foi membro, como seu primo, da Academia dos Generosos, e foram alguns do seus poemas editados na Fénix Renascida. Pintor, e desenhador, seu primo pediu-lhe para pintar um painel do refeitório do convento dos arrábidos, e desenhar a portada do seu livro : D. Teodósio II, como diz este último D. Francisco, numa carta dirigida a um amigo, Azevedo, datada de 10 de maio de 1649 : "Neste livro Teodósio, que a S. Majestade escrevo, de que determino fazer-lhe cedo presente, fiz debuxar um capricho por meu primo Francisco, que com raro acêrto o pôs em efeito, - para dêle, se abrir uma estampa que sirva de rosto ao verdadeiro livro".
O mesmo escritor faz dele este elogio, em A Viola de Talia, a proposito das suas capacidades poéticas : "Pois que direi de um Melo / que traz a melodia em paralelo / porque segundo a grega analogia / disse, quam dico Melos, Melodia".. Também dedica-lhe a "Égloga Moral", Casamento, inserida na Sanfonha de Euterpe, Quinta Musa do melodino, da suas Obras Métricas, assim como a sua obra : "Carta de guia de casados".
Em Inglaterra, além de embaixador, desempenhou a função de camareiro Mor da rainha D. Catarina, mulher do rei D. Carlos II .
Fernando Mendez, no seu Stadium Apollinare, Lugdunum (Lyon), 1668, faz dele grande elogío ao dedicar-lhe a obra.
in:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_de_Melo_Manuel#mediaviewer/Ficheiro:Francisco_de_melo_manuel_Regnesson_1667.jpg 


Francisco de melo manuel Regnesson 1667.jpg
"Francisco de melo manuel Regnesson 1667" por Victorcouto - gravure tirée de "Stadium Apollinare" de Fernando Mendez, Lyon (Lugdunum) 1668. Licenciado sob CC BY-SA 3.0 via Wikimedia Commons.

Casa Amarela, ou casa dos Sacaduras, Silvã de Cima, Sátão




Casa da família Castro Osório, Silvã de Cima, Sátão









Pelourinho de Silvã de Cima, Sátão.



Criado em 1514 pelo rei D. Manuel, o pelourinho da Silvã de Cima ainda hoje se conserva. Bem direito e aprumado, o pelourinho está situado no centro de um pequeno terreiro, entre a via pública e os campos, que lhe servem de moldura. Este monumento, com três metros de altura, está assente em três degraus e é do tipo pelourinho bola, do século XVII, sendo do estilo Renascença Barroca.

in: http://www.terralusa.net/?site=137&sec=part5

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Não é bem assim...

Qual não é o meu espanto, ao encontrar no Facebook, uma imagem retirada deste blogue, com a marca de água recortada, e com uma legenda fantasiosa. Porque está com acesso publico, tomei a liberdade de fazer um printscreen para denunciar a situação e fazer, publicamente, as devidas correcções. Faço-o aqui, porque o referido perfil do facebook, não permite comentários de quem não seja "amigo".
Pois eis a postagem:

A postagem original de onde esta foto foi retirada é este: http://solaresebrasoes.blogspot.pt/2013/10/sinete-com-armas-de-esteves-da-veiga-de.html

 


Uma vez que não existe qualquer referência a este blogue, presumo que quando afirma que o sinete é da colecção do autor, que o autor seja o próprio Guilherme de Souza Girão. Acontece que este sinete, todo em metal, é da colecção do Paço de Molelos e não do referido autor. Quanto muito, a impressão desta fotografia, será da colecção do autor e nada mais.
Outra questão relevante, é que estas armas nunca foram dos Nápoles de Portugal. São as armas de Henrique da Veiga, filho segundo de Henrique Esteves,
f. a 2 ou 3-09-1523, senhor das honras de Molelos, Nandufe, Botulho, Mata, Real e Castanheira por casamento[1]. Administrador da Capela de Santa Justa, em Coimbra, Cavaleiro Fidalgo da Casa Real, Fidalgo de Carta de Armas[2], e do Conselho de D. Afonso V, e de sua mulher Filipa Nunes. Este casal teve como filho primogénito, Fernão Nunes Esteves da Veiga, a quem deixaram o senhorio de Nandufe e a capela de Santa Justa em Coimbra. Foi o neto deste Fernão Nunes, Diogo Esteves da Veiga e Nápoles, o primeiro que, em Portugal, usou esse apelido.
Sendo Fernão Nunes o filho mais velho, este utilizaria as armas de Esteves da Veiga plenas e sem a diferença, neste caso a merleta. Este sinete tem as armas do seu irmão Henrique da Veiga e corresponde à Carta de Brasão de Armas, passada ao mesmo Henrique da Veiga, a 31 de Agosto de 1542.




Como se pode ver, é exactamente a mesma fotografia, embora o autor tenha vindo dizer em 19-12-2017, posteriormente a eu ter publicado isto, e nos comentários feitos à sua mesma postagem, no Facebook, que:



"Este selo que tenho não é único. Por vezes faziam-se mais que um exemplar e ai que há um igual com uma (sic) tal Manuel Ferros".

Não só faziam mais do que um sinete, como colocavam nas armas a diferença do irmão, do qual não descendiam, provocavam desgaste exactamente nos mesmos sítios em todos eles (ver dois defeitos na bordadura à direita, e mancha que ocupa o topo do paquife no lado esquerdo), e, mais incrível, 400 anos depois, os seus descendentes conseguiram fazer uma fotografia exactamente igual à minha... Enfim, sem comentários... Mais do mesmo! Fica em baixo a transcrição da referida Carta de Brasão de armas onde, tal como na de seu pai, não existe qualquer referência ao apelido Nápoles...

A postagem do referido autor no Facebook https://www.facebook.com/photo.php?fbid=715102935199287&set=pb.100000987616215.-2207520000.1405606783.&type=3&theater (verificado em 06-02-2018) 




Carta de Brasão de Armas de Henrique da Veiga
31 de Agosto de 1542

Dom Joham por graça de Deus Rey de Portugal e dos Algarves daquem e d'alem mar em Africa Senhor de Guiné e da Conquista Navegação Commercio da Ethiopia, Arabia, Persia e da India, Etc… A quantos esta minha carta virem faço saber que Amrrique da Veiga cavalleiro fidalgo de minha casa naturall de Besteyros me fez petyção que elle descendia por linha direita mascolina por parte de seu pay, e avoos, e beisavoos da geração e linhagem dos esteves, que são fidallgos de carta d'armas que de direito suas armas lhe pertencem. Pedindo-me por mercé que per memoria de seus antecesores se não perder, e elle pouvir e usar da honra das armas que pellos merecimentos de seus serviços guanharam e lhes foram dadas e asy dos privilegyos, homras e graças e mercés que por dereyto por bem dellas lhe pertencem lhe mandase dar minha Carta das ditas armas que estavão Registadas em os Livros dos Regystos das armas dos nobres e figallguos de meus reynos que tem portuguall meu principall rey d'ármas; a quall petyção  vista per mym mandey sobre-la tyrar Inquirição de testemunhas, a quall foy tyrada por o doutor Joham monteiro do meu conselho, e Desembarguador das minhas petyçoes do paço. E por amtonio guodinho escripvão de minha camara e corte pela qual elle sopricamte prova descender da dita geração dos esteves por parte de seu pay e avoos como filho legytymo de amrique esteves, e neto de Joham esteves; os quaes foram todos fidallguos muito honrados e do verdadeyro tronco desta geração dos esteves, e que direito as suas armas lhe pertencem, as quais lhe mandey dar em esta minha carta com seu brasão hellmo e tymbre como aquy são devisadas e Regystadas nos lyvros d'armas-, as quaes armas são as seguyntes; a saber o campo de prata e huma froll de lys de vermelho com dous floriis, e per differença huma merleta preta; Elmo de prata e vermelho, E por timbre a mesma froll de lys com hos florois; o qual escudo escudo armas e synaes possa trazer, e tragua o dito amrique da veyga asy como as trouxeram e dellas usaram seus antecesores em todos os lugares de homra em que hos ditos seus antecesores e os nobres, e os amtyguos fidallgos sepre as costumarão trazer em tempo dos muy esclaredidos Reis meus  antecesores e com ellas posa emtrar em batalhas, campos, duellos, Retos e escaramuças e desafios e exercitar com ellas todollos outros autos lycytos de guerra, e de paaz; e a sy as posa trazer em seus firmaes, aneys e synetes, e devysas, e as poer em suas casas e edeficios, e leyxallas sobre sua propria sepulltura; e finallmemte se servir e homrar e gouvir e aproveitar dellas em todo e per todo como á soa nobreza comvem. Porem mando a todos meus corregedores e desembargadores, juizes e justiças, e allcaides, e em especiall aos meus Reys d'armas arautos e pesevamtes, e a quais quer oficiais e pessoas que esta minha Carta for mostrada e o conhecimento della pertencer que a todo lho cumprirao, e guardem e façam cumprir e guardar como nella he contheuo sem duvida nem embarguo  allgum que lho a ele seja posto porque asy he minha mercé. Dada em a minha muy nobre e sempre leall cidade de Lixboa aos trimta e huu  d'agosto. Ell Rey o mandou pelo bacharell amtonio Rodrigues portuguall seu principall Rey d'armas, Jorge perdroso escripvao da nobreza a fez anno do nacimento de nosso senhor Jezhuus chrispto de mill quinhentos quarenta e dois annos.



[1] Embora alguns autores refiram que os senhorios das honras de Molelos e Botulho lhe teriam sido atribuídos depois da Batalha de Toro, Manuel Abranches de Soveral diz-nos que já o seu sogro, Fernão Nunes Cardoso, era senhor dos ditos lugares, de onde se concluí que Henrique Esteves da Veiga os recebeu por casamento. (SOVERAL, Op. cit)
[2] Carta de 25-05-1509 - B. I., supto. 50.



terça-feira, 3 de junho de 2014

SOLAR E CAPELA DE SANTO ANTÓNIO - Torre de Moncorvo









Escudo sob elmo e timbre de Carvalhos, adornado de paquife.
Esquartelado: I - Carvalho. II -  Gamboa III - Morais. IV - Castro (de 13 arruelas).

CRONOLOGIA:
1490 - Instituição da capela; séc. 18 - construção; 2000, 08 março - despacho de abertura do processo de ampliação da classificação, integrando o solar e o logradouro murado, do Vice-Presidente do IPPAR; 2009, 23 outubro - o processo de classificação caduca nos termos do artigo 78.º do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, n.º 206, publicado nesta data.

http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=467

SOLAR DOS PIMENTÉIS - Torre de Moncorvo






CRONOLOGIA
Séc. 18, 1ª metade - Construção do solar; séc. 18, meados - pertencia a D. Engrácia da Silva, casada com o Capitão-mor João Carlos d'Oliveira Pimentel, pais do General António José Claudino d'Oliveira Pimentel, aqui nascido em 1776; séc. 18, finais / séc. 19, inícios - início de execução dos tectos estucados do andar nobre, possivelmente por um mestre de Afife, discípulo de Giovanni Grossi, com possível colaboração do caiador Luís Moita de Madureira, que procedeu à caiação da Igreja Matriz em 1792 ou de Manuel José de Meireles, que trabalhou na região entre 1849 / 1865 e de António Fernandes; séc. 19 - remodelação da casa, com construção das mansardas; construção de forno de pão tradicional, no prolongamento da ala nascente; séc. 20 - o edifício foi dividido em 2 moradias independentes, correspondendo uma ao edifício principal virada para o Lg. General Cláudino e a outra à parte situada na R. Manuel Seixas; séc. 20, 2ª metade - construção de padaria, no lado SE do jardim, primeiramente com forno tradicional e mais recentemente eléctrico; na parte virada ao largo funcionou ainda um café.

http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=2362

CASA DOS VASCONCELOS / SOLAR DOS DOUTÉIS E CAPELA DE NOSSA SENHORA DOS PRAZERES - Torre de Moncorvo.







Escudo em cartela sob timbre de Gouveias.
Partido: I - Gouveia. II - Vasconcelos.

CRONOLOGIA:
Séc. 18, início - construção do solar pelos Vasconcelos; 1714 - data inscrita sobre o portal da capela; séc. 19 - nela habitou o capitão do Regimento de Cavalaria 6, Bernardo Tomás da Gouveia e Vasconcelos, que se destacou na luta contra os franceses, em Trás-os-Montes; séc. 20 - aqui funcionou aqui a primeira sede do Club Moncorvense, na altura em que era proprietária D. Josefa de Vasconcelos.

 http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=698

IGREJA PAROQUIAL DE TORRE DE MONCORVO / IGREJA DE NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO





























CRONOLOGIA
1544 - provável início da construção; 1566 / 1567 - data dos portais laterais; 1631 - construção das estruturas de granito dos altares colaterais da capela-mor; execução de uma "Sagrada Família", em Antuérpia; 1644 - a Câmara expropria casas de Luís de Madureira para feitura do adro; 1648 - consolidação do arco da abóbada da igreja que estava sobre a porta do alçado N.; 1670 - construção do zimbório na Torre pelos mestres Pedro de Almeida, José de Almeida e António Rodrigues; 1677 - São executadas duas das imagens da fachada principal representando Santa Apolónia e Santa Bárbara; séc. 17 - colocação de marcos delimitando o adro da igreja com inscrição "Adro"; 1726 - no livro mais antigo da Décima, surgem colectados a viver no Rossio, no largo junto à Igreja Matriz, meia dúzia de contribuintes; 1749 / 1752 - execução do retábulo do altar-mor por Jacinto da Silva; séc. 18 - órgão do coro; construção do muro do adro da igreja; 1792 - o caiador Luís Moita de Madureira procedeu à caiação da Igreja; 1858 - Graves danos devido a abalo sísmico que originou reparações na abóbada no valor de 267 contos; 1875 - Aquisição por parte da Câmara de vários objectos religiosos que tinham pertencido ao Arcebispo de Braga e que foram depositados na sacristia; 1895 - Queda de elementos da abóbada; séc. 20, meados - trabalhou nas obras o arquiteto Baltazar de Castro; 2005 - elaboração de um estudo e levantamento do órgão, pela Oficina e Escola de Organaria; 1992, 01 junho - o imóvel é afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 2007, 20 dezembro - o imóvel é afeto à Direção Regional da Cultura do Norte, pela Portaria n.º 1130/2007, DR, 2.ª série, n.º 245.

http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=2419