terça-feira, 14 de maio de 2013

Quinta de São Luís, Pereira, Montemor-o-Velho



Escudo de fantasia em cartela, sob coronel de nobreza.
Esquartelado: I - Barreto. II - Botelho. III - Perdigão. IV - Vilas-Boas

Pedra de armas do Visconde de Góis (Título da Patuleia) - Francisco Barreto Botelho Chichorro Perdigão de Vilas-Boas
A quinta pertenceu aos Botelhos (Condes de S. Miguel) passando a estes por herança. 
(segundo comentário anónimo deixado neste post.)

Igreja de Santo Estevão, Pereira do Campo, Montemor-o-Velho







Sepultura de D. Mariana Antónia Amado da Cunha e Vasconcelos (n. 8 Nov 1806 + 8 Jan 1865).

Escudo sob elmo e timbre, ornado de pequeno paquife.
Esquartelado: I e IV - Amado. II - Vasconcelos. III - Cunha.
Timbre de Amados
CBA de 04-05-1748, passada a Pedro Amado da Cunha e Vasconcelos.
(INFO de Salvador Maria Amado de Vasconcelos Duarte Silva nos comentários a este post)



Sepultura do Tenente Coronel Teotónio Tavares Esteves
 
 Armas de dignidade eclesiástica.
Escudo oval, sob galero de cónego.
Escudo partido: I - Tavares. II - Esteves
Diferença  - Brica azul com farpão de prata.
CBA a 9-07-1755

Armas do Doutor José Tavares Esteves, opositor canonista na Universidade de Coimbra, e Chantre da Colegiada de São Pedro da Mesma cidade.Filho de Manuel Tavares Esteves, familiar do Santo Ofício e Capitão de Ordenanças da vila de Pereira, e de sua mulher, Mariana de Sousa, bisneto de Jerónimo Tavares, e de Maria Esteves. Pela parte materna, neto de Manuel Matias de Medina, e de sua mulher, Maria Soares.

"Edifício típico provinciano da transição de quinhentos para seiscentos, apesar de ter três naves (elemento raro em edifícios deste género). Apresenta planta simples longitudinal e cobertura de madeira nas naves, paredes planificadas e simples aberturas, notando-se no portal S. e na janela do coro a presença da decoração barroca de setecentos.

A sua construção data de 1595, tendo sofrido uma importante reforma no século XVII. Tem por orago Santo Estevão. Sofreu obras de restauro ao longo dos tempos, encontrando-se actualmente fechada ao culto pelos mesmos motivos, obra levada a cabo pela Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais.

Planta longitudinal de três naves e capela-mor. Cobertura em telhado. Frontaria com porta principal em arco semi-circular com cimalha direita e por cima a janela do coro, dois óculos quadrangulares e escudo nacional. À direita encosta-se uma torre sineira, obrada em três lanços e composta por quatro ventanas. Apenas possui sinos nas ventanas S. e P., sendo um deles datado de 1777. Ocupa o sítio da primitiva, cujo acesso era pelo coro (actualmente faz-se pelo exterior). Na fachada S. a porta está enquadrada por duas colunas com frontão interrompido pela escultura do padroeiro, Santo Estevão. No interior, as naves são divididas por cinco arcadas semicirculares assentes em colunas dóricas, tecto de madeira na nave e abóbada de pedra em caixotões na capela-mor, onde existe também uma inscrição parietal, sob o escudo dos Frois: "O DOVTOR. FR(ANCIS)CO. ROIZ. FROES / CAPELÃO DEL REI PADROEIRO / DESTA IGREIA MANDOV FAZER / ESTA CAPELA. S. SVA. CVSTA / NO ANNO DO SENHOR / 15(95)". Um púlpito encosta-se à segunda coluna do Evangelho, é cilíndrico, sobre balaústre, confirma a data: "ERA 1595". Uma capela em cada colateral, na esquerda a do Sacramento com portal avançado obliquamente sobre a nave, de planta quadrada com porta de ligação à sacristia; a da direita, dos Couceiros, com arco enquadrado por dois pares de colunas com cobertura de abóbada de pedra de caixotões, às quais se junta um arco na parede S., junto à entrada lateral.

Nada se sabe sobre a sua fundação, no entanto, quando foi demolido o cunhal do primeiro arco da nave do N., junto à capela-mor, dizem que apareceu uma pedra redonda, como as dos moinhos. Nela gravava-se, em relevo, dum lado um lavrador curvado sobre o arado que era puxado por uma junta de bois e tinha, perto, um saco cheio atado pela boca que um rapaz tentava desatar. No reverso, estavam um carro, umas grades, um rodeiro, uma carga, solas, etc, tendo em volta a seguinte legenda: "Os lavradores, os caseiros e mais povo, as nossas custas". Esta pedra desapareceu em data incerta. A Igreja assenta sobre uma mais antiga, estando agora a um nível superior, devido a alteamentos sucessivos do pavimento (uma vez que era constantemente inundado pelas enchentes do Mondego). Desde o século XVI (1595) tem sido alvo de obras e restauros custeados pelo Erário Régio, Confrarias do Santíssimo e Almas, Bulas de Cruzada, legados de Santa Maria e esmolas do povo. O pároco era de apresentação do padroado real, tendo o rendimento de 300$000 reis. Porém, mais tarde e até 1755, a apresentação do pároco pertenceu aos Duques de Aveiro e tinha, nesse ano, um rendimento superior a um conto de reis. O Cura da Igreja recebia o rendimento do pé do Altar e Passal, quantia insuficiente para subsistir e custear vinho, hóstias, cera, azeite, etc. Daí, o edifício estar sempre em ruína, a ponto de, em 1754, o Juiz da Igreja, António de Lemos, solicitar subsídio urgente ao Bispo de Coimbra, procurando evitar a queda da abóbada. Em 1767, os dízimos rendiam 320$000 (pagos em quatro vezes), arrematados a 14 de Maio e contrato firmado por escritura entre o Prior, Pedro Mascarenhas de Mancellos e Francisco Jozé Cotovia, de Pereira. A porta lateral (a S.) tem um pórtico concebido pelo mestre canteiro de Pereira, João Pereira Leytão, entre os anos de 1773 e 1774, custeado pelo Provedor da Comarca, o Dr. Manuel da Silva Carvalho, por 200$000 reis. Em 1787, João Pires da Cruz Mayo, o moço, e Jozé Pires Mayo, mestres pedreiros de Pereira, ajustaram consertos nos telhados da capela-mor, sacristia e capela das Almas, por 40$000 reis, a pagar pelo Legado de Santa Maria. Existem notícias de mais pequenos restauros em 1805 e 1853. Os pavimentos, inicialmente de madeira e pedras sepulcrais, passaram, a partir de 1840 (aquando da proibição de enterramentos), a lages de pedra, calçada e asfalto, até um misto de mosaico e lajedo. Em 1867, a Igreja sofreu grandes danos devidos às fortes cheias do Mondego. A Junta de Paróquia pediu apoio ao Governo, seguindo-se o início das obras custeadas pelo Bispo de Coimbra, Sua Magestade e pelo povo de Pereira. A actual torre advém de uma construção iniciada em 1876 e concluída em 1897. O projecto e supervisão foi da responsabilidade do engenheiro Miguel Silveira Azevedo e os custos foram suportados pela Junta de Paróquia, legado de Santa Maria e confrarias das Almas e Santíssimo Sacramento. Os sinos foram colocados na torre em Agosto de 1895, as obras foram concluídas em 1897. A 12 de Março de 1960, uma faísca demoliu um cunhal, mais tarde reparado pelos Monumentos Nacionais. O coro foi objecto de reformas e reparações no século XVIII. Desde os anos 50 do nosso século até à actualidade, este edifício sofreu intervenções da Direcção-Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais: 1952 - reparação da cobertura da torre sineira, da sacristia e reconstrução da parede esquerda da nave; 1955 - reparação dos tectos; 1956 - reparação das paredes e pavimentos da sacristia; 1957 - reparação do muro do adro; 1959 - reparação dos altares e retábulos; 1960 - reparação geral da torre; 1963 - instalação eléctrica; 1986/1987 - obras de beneficiação; 1998 - reparação das coberturas da sacristia e capela-mor, drenagens exteriores".

in:http://www.cm-montemorvelho.pt/patrimonio_historico.asp?ref=11PER  


 

Casa em Pereira, Montemor-o-Velho



 Brasão do Tenente Coronel Teotónio Tavares Esteves
Armas de dignidade eclesiástica.
Escudo oval, sob galero de cónego.
Escudo partido: I - Tavares. II - Esteves (?)
Diferença no primeiro partido.
(Brica carregada de farpão?)

Solar dos Pinas - Montemor-o-Velho



Armas plenas de Pinas.

Porta de verga curva e cimalha sobrepujada por concha, enquadrada por duas colunas dóricas em frente de pilastras colocadas em diagonal. Sobre as colunas, dois vasos espiralados com fogaréus e no espaldar as armas dos Pinas. Apresenta características barrocas não só no tipo de elementos decorativos utilizados (brasão e terminação das colunas) como na própria organização dos suportes.

Este portal pertence aos Solar da família Pina, de onde se destacam as figuras de Fernão de Pina e Rui de Pina. Entre os descendentes encontra-se Lopes Fernandes de Pina que veio a casar em Montemor-o-Velho com Leonor Gonçalves, filha de Pedro Gonçalves, cavaleiro-vassalo do rei D. João I e mulher Maria de Góis. Este fixou residência em Montemor, "construiu uns grandes passos cercados e coroados de ameias".

No edifício onde se insere, observa-se a ampliação nascente dissonante e difícil integração do auditório a poente. O pórtico já foi restaurado com cimento.

Segundo alguns autores, tratou-se de uma cópia do solar dos Pinas, em Espanha (Aragão), demolido em finais do séc. XVIII. O actual solar foi restaurado por Francisco de Pina e Sá, descendente das família dos Pinas. Hoje, este edifício encontra-se profundamente alterado, fruto de diversas reformas e acrescentos, mantendo-se, para além do portal, o muro ameiado.

Solar da Família Chichorro em Montemor-o-Velho





Escudo em cartela sob elmo timbre e paquífe.
Esquartelado: I e IV - Sousa (do prado ou Sousa Chichorro). II - Pinheiro. III - Gama (de Vasco da Gama).
Timbre de Sousas
(Leitura totalmente intuitiva)

Localizado no Largo Alves de Sousa (antigo Largo do Outeiro). Solar constituído por casa de habitação, celeiro e logradouro. É de salientar a existência de um nicho na parede exterior do edifício, onde se encontra um Padre Eterno, em alto relevo, esculpido na pedra.

O primeiro membro da família a viver em Montemor-o-Velho foi João Chichorro-o-Velho (1538-1564), que foi várias vezes vereador da Câmara. Possuíam brasão de armas: um escudo esquartelado com armas dos Chichorros, no 1º e 4º quartel, Pinheiros no 2º, e Figueiredos no 3º.

Solar dos Alarcões - Biblioteca Municipal de Montemor-o-Velho





Escudo sob coronel de conde.
Esquartelado: I - Velasques. II - (Alarcão - Salazar ?). III - Alarcão. IV - Sarmento


Escudo em Cartela sob elmo e timbre.
Esquartelado:I - Freire de Andrade. II - Alarcão - III - Castro. IV - Sarmento.
Timbre: Alarcão

    As primeiras notícias sobre o local onde se encontra implantado o solar datam de 1498, através de uma compra feita por Diogo da Fonseca Andrade (descendente de Fernando Alvares de Andrade, escrivão da Fazenda e tesoureiro de D. João III). Em 1557 ou 59, aparecem referenciadas umas casas como fazendo parte do vínculo instituído por Gaspar da Fonseca Andrade e Dona Leonor de Mascarenhas. 
    Em 1684, foi lavrado um contrato entre Thomé Chichorro e Gaspar da Fonseca que demonstra que parte do beco que existia a nascente pertencia à casa. Foi por ordem de D. Maria do Ó Osório Cabral (viúva de D. José de Alarcão Velásques Sarmento Osório) que, em 1870, foram iniciadas as obras de reconstrução do solar. D. João de Alarcão, filho herdeiro de D. Maria do Ó, em 1889, mandou construir um celeiro e um depósito para pipas de água e vinho, no lugar onde existia um celeiro em ruínas. Esta parte foi, mais tarde, vendida e transformada em habitação.
     Já no nosso século, em finais da década de 60, o solar foi votado ao abandono até ser definitivamente desocupado. Em finais da década de 70, o edifício foi alugado aos Serviços Hidraúlicos do Mondego. Em 1985, o imóvel foi vendido por Maria da Conceição Ponces de Alarcão Velásques Sarmento Lopes da Silva a Deolindo Azevedo Correia, que o vendeu em 1988 à Santa Casa da Misericórdia de Montemor-o-Velho. Desocupado desde a saída dos Serviços Hidráulicos e em avançado estado de degradação, foi adquirido pela Câmara Municipal de Montemor-o-Velho em 1992. O edifício foi recuperado para a instalação da Biblioteca Municipal.


in: http://www.cm-montemorvelho.pt/patrimonio_historico.asp?ref=50MOV

Solar dos Ornelas, Abrunheira - Montemor-o-Velho





Escudo em cartela de concheados sob coronel de nobreza.
Esquartelado: I - Ornelas. II - Abreu. III - Fonseca. IV - Moura.


No andar nobre rasgam-se, na frontaria, nove janelas de verga curva, cuja cimalha segue a mesma linha. A porta, ostentosa, também de verga curva, mostra frontão interrompido, com brasão esquartelado. Está ladeada por seis janelas que poderão ser posteriores. À esquerda, num plano mais alto e recuado, encontra-se a capela

A instituição deste solar advém de um morgadio de vínculo do último quartel do século XVII. Esta afectação foi feita a D. Maria Marques, viúva do capitão António Rodrigues Pinto. O último senhor do vínculo foi José de Ornelas da Fonseca Nápoles e o último proprietário directo da casa foi Ernesto da Costa Ornelas, deputado e par do Reino, que ainda a possuía nos anos 50 do nosso século.

Entre os bens vinculados no século XVII figuram as termas da Amieira e do Bicanho. Um dos vinculatários, o Dr. João Rodrigues Pinto, foi reitor do Colégio de S. Paulo da Universidade de Coimbra, deputado do Santo Ofício e cónego doutoral da Sé de Viseu. Esta enterrado na Capela de S. Pedro, em Verride, em cuja pedra se gravaram as suas armas: no 1º quartel, cinco crescentes (Pintos), no 2º cinco flores de liz (Rodrigues), elmo e, como timbre, um leão. Uma neta ou bisneta da vinculatária casou com um Ornelas. O último senhor do vínculo foi o Dr. José Ornelas da Fonseca Nápoles, formado em Direito e colaborador de muitos jornais e revistas. Foi o autor do folheto de versos "O Boletim Postal", da "Canção da Padeirinha" e de outras poesias que passaram ao folclore popular e sustentou grandes polémicas com vários escritores, entre eles Trindade Coelho. Nasceu na Abrunheira e faleceu na Figueira da Foz.

Solar dos Viscondes de Ponte da Barca, Abrunheira - Montemor-o-Velho



Pedra de Armas de Fernando Luís Pereira de Vasconcelos - 2º Visconde de Ponte da Barca . Escudo em cartela sob coronel de visconde, adornado de paquife. Esquartelado: I - Vasconcelos. II - Bandeira. III - Cardoso. IV - Silva.

terça-feira, 30 de abril de 2013

Casa de Santo António - Fornos de Maceira Dão












Escudo em cartela sob coronel de nobreza.
Escudo Partido: I - Cardoso. II - Faria.

Considerada uma das «mais antigas casas solarengas» do concelho de Mangualde (CARDOSO, 1995), o solar da Quinta de Santo António terá sido edificado no início do século XVI, conforme atestam os elementos decorativos mais antigos, registando-se transformações na estrutura da casa ao longo das centúrias seguintes.
O primeiro proprietário da Quinta de Santo António a ser referenciado na documentação é Leadro de Faria Cardoso, que habitou o solar nos finais do século XVII. No entanto, da construção primitiva, iniciada quase duzentos anos antes, e do seu encomendante, nada se sabe.
O mais antigo corpo do edifício, com escadaria de acesso na fachada principal, apresenta janelas com decoração de inspiração manuelina, nomeadamente uma janela de canto assente sobre pilastra decorada com boleados, que forma uma pequena varanda com conversadeiras.
Adossada a este corpo primitivo está a capela de Santo António, edificada em 1736, cuja fachada apresenta um curioso e tardio programa de gosto clássico com reminiscências maneiristas, cujo portal inserido em alfiz é encimado pelo brasão dos Cardoso Faria. No interior, de nave única, destacam-se o programa decorativo de talha dourada barroca, nomeadamente o retábulo e as ombreiras das portas, e o conjunto de imaginária dourada e policromada.
Este eclético conjunto é prolongado por um corpo de planta em L, construído no século XIX, com intervenções na centúria seguinte, de que destaca a curiosa torre de relógio.
Catarina Oliveira
DIDA/IGESPAR,I.P./ Junho de 2008

Jazigo da família de Miguel de Queiroz Pinto de Athayde e Mello - Fornos de Maceira Dão