terça-feira, 14 de maio de 2013

Solar dos Ornelas, Abrunheira - Montemor-o-Velho





Escudo em cartela de concheados sob coronel de nobreza.
Esquartelado: I - Ornelas. II - Abreu. III - Fonseca. IV - Moura.


No andar nobre rasgam-se, na frontaria, nove janelas de verga curva, cuja cimalha segue a mesma linha. A porta, ostentosa, também de verga curva, mostra frontão interrompido, com brasão esquartelado. Está ladeada por seis janelas que poderão ser posteriores. À esquerda, num plano mais alto e recuado, encontra-se a capela

A instituição deste solar advém de um morgadio de vínculo do último quartel do século XVII. Esta afectação foi feita a D. Maria Marques, viúva do capitão António Rodrigues Pinto. O último senhor do vínculo foi José de Ornelas da Fonseca Nápoles e o último proprietário directo da casa foi Ernesto da Costa Ornelas, deputado e par do Reino, que ainda a possuía nos anos 50 do nosso século.

Entre os bens vinculados no século XVII figuram as termas da Amieira e do Bicanho. Um dos vinculatários, o Dr. João Rodrigues Pinto, foi reitor do Colégio de S. Paulo da Universidade de Coimbra, deputado do Santo Ofício e cónego doutoral da Sé de Viseu. Esta enterrado na Capela de S. Pedro, em Verride, em cuja pedra se gravaram as suas armas: no 1º quartel, cinco crescentes (Pintos), no 2º cinco flores de liz (Rodrigues), elmo e, como timbre, um leão. Uma neta ou bisneta da vinculatária casou com um Ornelas. O último senhor do vínculo foi o Dr. José Ornelas da Fonseca Nápoles, formado em Direito e colaborador de muitos jornais e revistas. Foi o autor do folheto de versos "O Boletim Postal", da "Canção da Padeirinha" e de outras poesias que passaram ao folclore popular e sustentou grandes polémicas com vários escritores, entre eles Trindade Coelho. Nasceu na Abrunheira e faleceu na Figueira da Foz.

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