quinta-feira, 27 de junho de 2013

Santuário de Nossa Senhora dos Remédios - Lamego
















   No local onde foi erigida a capela–mor de Nossa Senhora dos Remédios existia uma pequena ermida, mandada construir pelo bispo D. Durando, em 1361, dedicada a Santo Estêvão.
   Em 1568, o bispo de Lamego D. Manuel de Noronha autorizou a demolição da velha ermida e, no local onde actualmente se situa o Pátio dos Reis, mandou erguer outra sob invocação de Nossa Senhora dos Remédios. Esta capela acabou por ser também demolida para se erguer o actual Santuário, cuja primeira pedra foi assente em 1750, por iniciativa do cónego José Pinto Teixeira.
  O edifício do Santuário é uma construção em estilo barroco toda trabalhada em granito, deslumbrando pela elegância do estilo, imposta pela criatividade do autor do projecto que se acredita ter sido Nicolau Nasoni.
   A talha é setecentista. O retábulo da capela-mor atrai pelo seu emolduramento, constituindo um quadro original dentro dos entalhamentos portugueses, no centro do qual se encontra a Imagem de Nossa Senhora dos Remédios. De salientar, igualmente, os altares laterais de S. Joaquim e de Santa Ana. Ainda, no interior do templo, podem admirar-se belos painéis de azulejos, bem como interessantes vitrais que enriquecem as paredes do corpo principal e da capela-mor.
   O frontispício do Santuário é a parte mais admirável de todo o edifício, fascinando todos os que se quedam a admirar o fulgor e génio criativo ali patente. Todos os adornos, tão elegantemente refinados no granito, são admiráveis.
   No adro da igreja, do lado sul, existe uma harmoniosa fonte toda esculpida em granito da região, com desenho de Nicolau Nasoni, datada de 1738.
   Levantada sobre o patim, onde terminam os últimos degraus da escadaria, já no adro, em frente do templo, pode ver-se a cruz monolítica, de finíssimos ornamentos. O autor do livro “História do Culto de Nossa Senhora dos Remédios em Lamego”, do Cónego José Marrana – obra incontornável e de indispensável consulta para quem melhor quer conhecer o Santuário, Escadório e Parque dos Remédios – considera esta peça “a coroa maravilhosa de toda a obra da escadaria, que se impõe e domina pela delicadeza das suas linhas e da sua traça escultural”.
   As duas torres – com projecto do arquitecto Augusto de Matos Cid – iniciaram-se muito mais tarde. A do lado sul começou a ser construída em 1880, vindo a torre do lado norte a concluir-se apenas em 1905.
   A escadaria iniciou-se em 1777 mas as obras só vieram a terminar no século XX.
O quadro mais grandioso da escadaria é sem dúvida o denominado “Pátio dos Reis” – obra arquitectónica admirável, formada pela Fonte dos Gigantes, no centro da qual se eleva um esplêndido obelisco, com cerca de 15 metros de altura. Este pátio é rodeado de várias estátuas que representam os 18 últimos nomes da casa de David. Também notáveis são os dois pórticos que dão acesso lateral para este amplo terreiro.
   De mencionar, também, o pátio de Nossa Senhora de Lurdes ou de Jesus Maria José, onde existe uma capela que o seu fundador dedicou à Sagrada Família. Mais tarde, a Irmandade mandou colocar ali a imagem de Nossa Senhora de Lurdes. Sobre a porta da bonita capela está o brasão do bispo D. Manuel de Vasconcelos Pereira, seu edificador.
   Em frente desta capela encontra-se a fonte da Sereia, cujo nome advém do facto de ter a adorná-la uma escultura de um tritão montado num golfinho – figura que para o comum dos visitantes se assemelha a uma sereia. De referir ainda, na escadaria, a monumental
Fonte do Pelicano em granito lavrado. Particularmente interessante nesta fonte é a escultura do pelicano
   A arborização do parque, a gruta, bem como o lago e ponte, foram encomendadas pela Irmandade à Companhia Hortícola do Porto em 1898. A gruta do fundo foi construída em 1910 por um artista de Arneirós.
   O parque, cortado por várias veredas e com vários recantos com mesas para merendas, possui variadíssimas espécies de árvores, tais como: teixos, ciprestes, olaias, acácias, tílias, choupos, faias, carvalhos, eucaliptos, ulmeiros, medronheiros, castanheiros e tantas outras.

Classificação: IIP - Imóvel de Interesse Público


in:http://www.cm-lamego.pt/

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Antigo Paço do Bispo - Museu Municipal de Lamego












 Armas de D. Manuel de Vasconcelos Pereira, Bispo de Lamego.

  O edifício é um dos mais esplendorosos palácios brasonados de Lamego. Com uma frontaria ampla voltada para a escadaria e Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, esta edificação, antigo paço episcopal da cidade, foi objecto de ampla remodelação entre 1772 e 1786, empreendida pelo bispo D. Manuel de Vasconcelos Pereira. Na sua fachada principal, composta por três corpos divididos por pilastras lisas de granito, ressaltam belas janelas bem características de um estilo fantasioso da época, possuindo as dos corpos laterais dois extensos varandins de pedra.
   Contrastando harmoniosamente com a brancura do pano central, sobressaem quatro belas janelas engalanadas com touca e avental de granito, destituídas de varandim, abrindo-se na parte central o portal de entrada que sustenta, esplendidamente, o brasão do bispo, D. Manuel de Vasconcelos Pereira, ostentando as insígnias heráldicas dos Pereiras, de Rodrigo Forjaz com uma cruz de prata e dos Vasconcelos, com três faixas.
   Com o advento da revolução republicana de 1910, o edifício foi expropriado para instalação de vários serviços públicos. Em 1917, aí se instalou o Museu de Lamego, graças ao trabalho notável desenvolvido pelo artista lamecense João Amaral, que aqui reuniu o seu espólio principal. Sofreu obras de restauro nas décadas de trinta e cinquenta. Em 1964, com a saída da Biblioteca Municipal e em 1968, com a saída da Guarda Nacional Republicana que ocupava o corpo sul, ficou o edifício totalmente ocupado pelo Museu.O museu possui, actualmente, em exposição permanente: secções de pintura, tapeçaria, paramentaria, escultura, ourivesaria, cerâmica, azulejaria, arqueologia, capelas e altares, viaturas e mobiliário. Cronologicamente, abrange o período que vai desde a presença romana até aos nossos dias, com realce para o período da renascença, onde se destacam as tapeçarias flamengas e a pintura de Vasco Fernandes.
Localização: Baixa de Lamego e não longe  da Sé

Colégio Imaculada Conceição - Lamego








Escudo sob elmo e timbre de Almeidas ou Melos.
Partido: I - Almeida. II - Soeiro.
Diferença no primeiro partido.

 Brasão eclesiástico com atributos de cónego.
Partido: I - Freire. II - Sousa do Prado.
 Armas de D. António Freire Gameiro Sousa, cónego da Sé de Lamego.
 Foi depois bispo de Aveiro (1774-99)

 O solar é uma construção do século XVIII e foi mandado erigir pelo então cónego da Sé de Lamego, D. António Freire Gameiro Sousa, que mais tarde viria a ser nomeado bispo de Aveiro.
   O Colégio da Imaculada foi fundado na rua dos Fornos, em Fevereiro de 1927. Inicialmente funcionou numa casa contígua ao antigo colégio de Santa Teresinha, ali existente. Em 1937, as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição compraram o Colégio de Santa Teresinha a D. Antónia de Castro. O estabelecimento de ensino, destinado a meninas e sempre dirigido pelas Irmãs Franciscanas, foi mais tarde ampliado, chegando o internato a ultrapassar a 180 alunas, mantendo-se como um dos colégios mais prestigiados do país. Actualmente, é um  colégio misto e muito recentemente conheceu uma nova etapa da sua história ao ser adquirido por um particular.
   A pedra de armas que se encontra sobre o portão pertence ao edificador do edifício. Este brasão, com borlas e chapéu eclesiástico, possui as insígnias dos Freires de Andrade e dos Sousas.
Existe um portão em ferro forjado, não longe da porta principal, que possui um brasão em chumbo fundido. Está verticalmente dividido em duas palas, tendo na dextra as armas dos Almeidas e à sinistra as dos Pereiras.

Localização: Rua dos Fornos

Casa dos Vilhenas - Lamego





   Escudo em cartela sob coronel de nobreza e timbre de Pereiras, tudo envolto de troféus militares.
Esquartelado: I - Pereira. II - Coutinho. III - Vilhenas. IV - Menezes.

Solar do século XVIII. Sobressai na fachada o brasão, de execução artística notável. Este solar pertenceu à família dos Pereira Coutinho de Penedono.
Aqui já funcionou o Asilo de Infância Desvalida de Nª Senhora dos Remédios e a Escola Técnica. A Santa Casa de Misericórdia, proprietária do imóvel, aqui possui os serviços administrativos e o seu Museu.
   O seu brasão, esquartelado, exibe as insígnias heráldicas dos Pereiras, no primeiro quartel; as dos Coutinhos, no segundo; no terceiro quartel as dos Vilhenas e no quarto, as dos Menezes.


Localização: Largo Dr. João de Almeida, não longe da Igreja de Santa Cruz

Casa dos Silveiras ou dos Viscondes de Guiães





Escudo sob elmo e timbre de Teixeiras.
Esquartelado: I - Teixeira. II - Borges (mal representado, estas são as armas de Leões). III - Macedo  (Coutinho?) IV - Carvalho.

Este solar é conhecido por antiga habitação dos Silveiras.
Embora o edifício já não tenha o antigo aspecto aristocrático que possuía, devido a sucessivas obras nele efectuadas, o solar ainda mantém alguns traços que fazem atrair a atenção daqueles que apreciam a arquitectura dos edifícios brasonados que marcaram os melhores tempos da velha aristocracia portuguesa.
No corpo mais extenso do edifício, voltado para a Sé, sobressai a sua bela pedra de armas, muitíssimo bem trabalhada. 
 O brasão esquartelado apresenta no primeiro quartel, os sinais heráldicos dos Teixeiras; no segundo, os sinais dos Borges; no terceiro quartel, os Coutinhos e as insígnias dos Carvalhos aparecem no quarto quartel.
Funcionou neste solar, durante vários anos, a já desaparecida Pensão Comércio. Posteriormente, o edifício foi adquirido e o seu interior foi profundamente remodelado para ali se instalar uma moderna residencial.
Os fundos são ocupados por comércio diverso. 

Localização: Frente à fachada da Sé Catedral  

Casa dos Serpas ou Casa de Santa Cruz - Lamego







Escudo oval sob coronel de nobreza.
Esquartelado: I - Carvalho. II e III- Leitão (de Cristóvão Leitão) mal representado. IV - Soares

   O palacete é uma peça setecentista, sendo os primeiros senhores da casa da família Leitão, de Fernão Vaz Ribeiro Leitão, que vivia em Lamego no final do século XVI. No século XVII é pertença de Simão Pereira Leitão Soares de Carvalho, cujos três últimos apelidos estão representados na pedra de armas.
   A Casa dos Serpas manteve-se com denominação de Casa de Santa Cruz até 1844, quando a família Leitão se ligou à família de Serpa Pimentel pelo casamento.
Em 1860, há notícias de que quando o colégio do Padre Roseira saiu da Rua dos Fornos, foi para o solar da família de D. Vasco de Serpa em Santa Cruz, depois do colégio foi asilo de mendicidade. O Casão do RI 9 – a alfaiataria -  também funcionou nos baixos deste prédio brasonado. Os belos azulejos e os tectos pintados há muito haviam desaparecido.
    Modestas famílias ocupavam o edifício… entretanto as chamas devoraram a Casa de Santa Cruz (Laranjo, 1989).
   O incêndio, ocorrido em 1979, destruiu totalmente o solar, dele restando apenas os componentes em granito. O edifício permaneceu assim em ruínas durante alguns anos até ser magnificamente recuperado pelo Ministério da Justiça, para albergar os serviços de Registos Civil e Predial, Notariado e Tribunal de Trabalho.
   A sua fachada principal, voltada para nascente, ostenta um brasão estilo rocaille, restaurado pela feliz intervenção a que já nos referimos.
   Este brasão, esquartelado, possui no primeiro, de azul, estrela de oito pontas de ouro, no interior de crescentes de prata (Carvalho); no segundo, de prata, três faixas de vermelho (Leitão); no terceiro, de vermelho, torre de prata crivada de três setas de ouro de cada lado; no quarto, de vermelho, torre de prata (Soares). (Baeta Neves cit. Borges 1993).

Localização: Largo Dr. João de Almeida e  não longe da Igreja de Sta. Cruz