quarta-feira, 26 de junho de 2013

Casa dos Serpas ou Casa de Santa Cruz - Lamego







Escudo oval sob coronel de nobreza.
Esquartelado: I - Carvalho. II e III- Leitão (de Cristóvão Leitão) mal representado. IV - Soares

   O palacete é uma peça setecentista, sendo os primeiros senhores da casa da família Leitão, de Fernão Vaz Ribeiro Leitão, que vivia em Lamego no final do século XVI. No século XVII é pertença de Simão Pereira Leitão Soares de Carvalho, cujos três últimos apelidos estão representados na pedra de armas.
   A Casa dos Serpas manteve-se com denominação de Casa de Santa Cruz até 1844, quando a família Leitão se ligou à família de Serpa Pimentel pelo casamento.
Em 1860, há notícias de que quando o colégio do Padre Roseira saiu da Rua dos Fornos, foi para o solar da família de D. Vasco de Serpa em Santa Cruz, depois do colégio foi asilo de mendicidade. O Casão do RI 9 – a alfaiataria -  também funcionou nos baixos deste prédio brasonado. Os belos azulejos e os tectos pintados há muito haviam desaparecido.
    Modestas famílias ocupavam o edifício… entretanto as chamas devoraram a Casa de Santa Cruz (Laranjo, 1989).
   O incêndio, ocorrido em 1979, destruiu totalmente o solar, dele restando apenas os componentes em granito. O edifício permaneceu assim em ruínas durante alguns anos até ser magnificamente recuperado pelo Ministério da Justiça, para albergar os serviços de Registos Civil e Predial, Notariado e Tribunal de Trabalho.
   A sua fachada principal, voltada para nascente, ostenta um brasão estilo rocaille, restaurado pela feliz intervenção a que já nos referimos.
   Este brasão, esquartelado, possui no primeiro, de azul, estrela de oito pontas de ouro, no interior de crescentes de prata (Carvalho); no segundo, de prata, três faixas de vermelho (Leitão); no terceiro, de vermelho, torre de prata crivada de três setas de ouro de cada lado; no quarto, de vermelho, torre de prata (Soares). (Baeta Neves cit. Borges 1993).

Localização: Largo Dr. João de Almeida e  não longe da Igreja de Sta. Cruz

Casa das Mores - Lamego





 E
Escudo sob galero de onde pendem dois cordões de seis borlas cada.
Esquartelado: I e IV - Botelho. II - Monteiro. III - Paiva.

Escudo sob galero de onde pendem dois cordões de seis borlas cada.
Escudo com as armas de Coelhos.

Palacete do Século XVII. Julga-se que a denominação “Mores” advém do facto de aqui terem residido alguns Capitães-Mores de Lamego.
Os últimos fidalgos que habitaram este solar foram os Osórios.
O edifício, embora deturpado ulteriormente, apresenta-se grandioso, de linhas simples mas correctas, com dois brasões expostos nos dois ângulos.
Ambos os brasões ostentam chapéus eclesiásticos. O do lado direito do edifício tem os sinais heráldicos dos Coelhos, enquanto que o do ângulo esquerdo, esquartelado, tem no primeiro e quarto quartéis os Botelhos (com menos uma banda), no segundo quartel os Monteiros e o terceiro, com três flores–de-lis, poderá representar os Guedes.
Em 1931 foi ali criado o Internato Académico de Lamego, a princípio misto e depois masculino. Posteriormente ali funcionou, por largos anos, a Casa de Saúde de Lamego, acabando por encerrar.
 Há poucos anos o solar foi adquirido por particular para ali instalar escritórios.

Localização: Rua Macário de Castro, e  não longe da Sé 



terça-feira, 25 de junho de 2013

Casa dos Loureiros ou dos condes de Alpendurada




Escudo de fantasia sob elmo e timbre de Pereiras.
Partido: I - Pereira. II - Rocha.


Na estreita Rua dos Loureiros deparamos com o esplêndido palacete dos viscondes e condes de Alpendurada – uma edificação dos finais do século XVIII.
A pedra de armas é muitíssimo bem trabalhada e sem erros heráldicos, enobrecendo o conjunto deste magnífico solar.
As insígnias representadas na pedra de armas pertencem ao 2º conde de Alpendurada, João Baptista de Carvalho Pereira de Magalhães. Tem este escudo o campo dividido verticalmente em duas palas (partido em pala) e apresenta na primeira pala a cruz florenciada dos Pereiras e na segunda as armas dos Rochas.
 O solar tem permanecido na posse da família Girão que tem fortes ligações à região de Lamego.
 Localização: Rua dos Loureiros, não longe da Sé.


Casa do Visconde de Arneiros ou Casa dos Pinheiros - Lamego










Escudo oval sob elmo.
Esquartelado: I e IV - Pinheiro (de Barcelos). II e III - Fonseca.

    Este magnífico palacete é um dos mais antigos edifícios brasonados de Lamego.
Pertenceu este edifício ao primeiro Visconde de Arneirós, de seu nome António Pinheiro da Fonseca Osório Vieira e Silva, bacharel formado em direito, fidalgo cavaleiro por sucessão, vindo a ocupar vários cargos importantes (deputado da nação em várias legislaturas, provedor da Santa Casa de Misericórdia, vereador e Presidente da Câmara Municipal de Lamego e Presidente da Junta distrital).
Por morte do último visconde de Arneiros, esta Casa passou para a posse da família Girão (Azevedo, 1974).
    O edifício, segundo João Amaral (1961),  primitivamente possuia uma correcta e muito apreciável arquitectura, mas ficou bastante prejudicado com o acrescentamento de um segundo andar… Possui um brasão que constitui um excelente trabalho esculpido em granito, ostentando as insígnias armoriais dos Pinheiros e dos Fonsecas.
O edifício foi adquirido por particular há poucos anos. Funcionou ali, por algum tempo, o Centro de Saúde de Lamego, mas hoje a casa é ocupada por escritórios de advogados.

Localização: fundo da Rua da Pereira, não longe da Sé Catedral

Casa do Poço - Lamego







   Escudo oval sob coronel de visconde?
Esquartelado: I - Rebelo. II - Carvalho. III - Portugal. IV - Pinto

 Esta Casa pertenceu a famílias de elevada nobreza. Embora sofresse modificações que, ao longo dos tempos, lhe alteraram a traça original, o edifício tem alguns elementos que lhe conferem alguma importância.
    Possui duas janelas notáveis voltadas para a estreita rua dos Loureiros, sendo estas dois exemplares primorosamente lavrados em granito, mas com elementos de épocas distantes: o balcão e os enquadramentos pertencem à primitiva traça (séculos XII- XIII), sendo os arcos e as colunas obra do séc. XVI.
    O solar possuía mais brasões, estando dois no Museu de Lamego. Actualmente, no corpo voltado para a Sé, existem dois: um em granito, na fachada principal e outro, em ferro, a encimar o portão forjado que dá acesso ao pátio de entrada. Ambos são esquartelados e possuem os emblemas heráldicos dos Rebelos, Carvalhos, Portugais (modernos) e Pintos.
     O edifício foi objecto de reconstrução no século XVIII. Foi adquirido pela diocese em 1921 e o Seminário ali funcionou até 1961, altura em que foi inaugurado o Seminário Novo no Lugar da Rina.
Após profundas obras de remodelação, em 15 de Novembro de 2008, foram ali inaugurados novos espaços destinados as exposições de Arte Sacra e Arquivo Histórico Diocesano.  

Localização: em frente à Sé, fazendo ângulo com a Rua dos Loureiros.

Casa do Espírito Santo - Lamego







Escudo francês sob chapéu eclesiástico.
Partido: I - Cunha. II - Guedes.
De D. Luís da Cunha Guedes ?


Escudo francês sob chapéu eclesiástico de onde pendem dois cordões, de seis borlas cada.
Partido: I - Botelho. II - Magalhães.

Armas plenas de Cardoso.

Este solar, de linhas singelas e sem grandes pormenores decorativos, foi construído na segunda metade do século XVII, pelo deão da Sé de Lamego, D. Luís da Cunha Guedes.
Sobressaem dois brasões nos dois cunhais da casa, cujas insígnias armoriais pertencem à família do fundador, ambos dotados de chapéu eclesiástico com borlas. O brasão do lado da Avenida Visconde Guedes Teixeira tem as insígnias dos Cunhas e Guedes e o do lado esquerdo do edifício possui as armas armoriais dos Botelhos e Magalhães.
Neste edifício está instalado o Clube Lamecense desde 1912. O rés-do-chão foi por largos anos ocupado por alguns estabelecimentos comerciais mas desde 1974 que ali funciona uma agência bancária.



Localização: Largo do Espírito Santo, junto à Capela e Fonte do mesmo nome 

Casa do Assento - Lamego






Escudo sob coronel de nobreza e timbre de ?, suportado por quatro tenentes.
Esquartelado: I - Pinto. II - Coutinho. III - Tavares?. IV - Vilhena.

 O Palacete foi habitado, pelo menos por algum tempo, pela nobre família dos Padilhas, mas a sua construção deve-se a outras famílias, conforme demonstram as insígnias armoriais lavradas no brasão.
    À semelhança do que aconteceu com quase todos os palacetes de Lamego, também este edifício foi alvo de algumas modificações, embora a sua arquitectura tenha ainda algumas marcas renascentistas.     
     A construção foi inspirada na traça existente na casa cabidoal da Sé de Lamego.
Possui este belo Palacete um dos mais apreciáveis tectos que se podem ver em casas solarengas.
O seu brasão é esquartelado e exibe os emblemas heráldicos dos Pintos, dos Coutinhos, dos Tavares (?) e Vilhenas.
      O Banco Nacional Ultramarino esteve aqui instalado durante várias décadas mas a partir dos anos oitenta a Região de Turismo Douro Sul ocupou o imóvel para instalação dos seus serviços. 

Localização: Largo da Regueira, nas traseiras da Rua da Olaria - (actual sede da Região de Turismo)