terça-feira, 22 de julho de 2014
Igreja de Santo André, Castelo, Ferreira de Aves, Sátão
Portal lateral com capitéis decorados, o interior do lado esquerdo coríntio e o exterior formado por dois animais afrontados; os do lado direito possuem: o interior folhas de acanto dominadas por uma cabeça de águia que sustém no bico uma serpente entre dois caulículos enrolados em espiral e o exterior, mais desgastado, é preenchido por dois ramos de hastes entrelaçadas, de folhagem espalmada em ambas as faces, e parecendo repetir a cabeça de águia do anterior. Os ábacos apresentam folhas lanceoladas e, num deles, surge um cordão formando laçaria. Retábulo dedicado a São Miguel de planta recta e um eixo constituído por painel representando o orago a pesar as Almas, ladeado por duas pilastras e quatro colunas torsas, decoradas com pâmpanos, que se prolongam em arquivoltas unidas no sentido do raio, com mascarões desenhados, formando o ático, enquadrado por alfiz. Altar paralelepipédico, com frontal apainelado pintado com fundo azul e ramagens. Retábulos colaterais são semelhantes, de planta recta e um eixo circunscrito por colunas torsas, que se prolongam em arquivoltas, formando o ático; os fundos apresentam forte decoração de folhagem estilizada, formando desenhos distintos. Neles, integram-se as imagens novecentistas dos respectivos oragos. Altares paralelepipédicos com pintura semelhante ao retábulo das Almas. Retábulo-mor ostenta a inscrição "Facta 1754". Nos caixotões, do lado do Evangelho para a Epístola, as imagens pintadas de: São Tiago Menor, São João Evangelista, São Marcos, Santa Maria Madalena, Santo António, Nossa Senhora do Doce Coro, São Judas Tadeu, São Felipe, Santo Ambrósio, São Giraldo, Santa Rita, Santa Apolónia, São Simão, São Pedro, Santo Agostinho, Nossa Senhora do Carmo, Santa Senhorinha, São Gonçalo, São Paulo, São José, Nossa Senhora da Conceição, São Joaquim, Santa Ana, Salvador, São Tomé, São Gregório, São Brás, São Luís, São Sebastião, São Matias, São Tiago Maior, São Jerónimo, São Francisco, Santa Quitéria, São Bartolomeu, São Mateus, São Lucas, São Bento, São Domingos e Santa Teresa.
1126 - D. Teresa e D. Afonso Henriques mandam povoar Ferreira de Aves e concedem foral à povoação, posteriormente dada a um fidalgo leonês, Fernão Jeremias, que viera para o Condado Portucalense com o conde D. Henrique; 1156 - a povoação passa para a posse dos Templários; séc. 12 - provável construção do imóvel, aproveitando-se a pedra do castelo (SOUSA, A.M. de, p. 56); séc. 13 - Fernão Rodrigues Pacheco toma para si e para a sua casa o padroado da igreja matriz que pertencia, até à data, aos paroquianos; 1331, 30 Dezembro - D. Lopo Fernandes Pacheco e a mulher, Maria Gomes Taveira, instituíram a Colegiada de Santo André de Ferreira; séc. 13 / 14 - com o estabelecimento dos Templários em Soure, os cavaleiros da Ordem de Malta fixam-se na região; séc. 14 - D. Egas, bispo de Viseu, e D. Lopo Fernandes Pacheco, senhor de Ferreira, constituem a Colegiada de Santo André, que principia com cinco raçoeiros sujeitos ao abade; 1514 - D. Manuel I concede novo foral à povoação; 1527 - segundo o cadastro desse ano, a paróquia possuía apenas duzentos e onze fogos, uma densidade populacional desproporcional ao espaço da igreja na altura; 1573 - o visitador exige a reedificação da capela-mor, devendo ser de cantaria por fora e alvenaria por dentro, já que ao povo cabia a responsabilidade de construir e conservar a parte das naves; é elaborada uma planta geral, onde são registadas as dimensões do corpo da nave e da capela-mor, do arco cruzeiro, das portas principal e laterais e das frestas; a igreja deveria possuir um aporta axial e duas portas travessas fronteiras, duas janelas de cada lado, um arco cruzeiro ladeado de dois menores, destinados a receber retábulos, e dois arcos mais pequenos nos flancos, para a mesma finalidade; deveria ter uma capela-mor rectangular com duas frestas à esquerda e duas sacristias à direita; demolição da Capela de Santiago, situada junto ao imóvel, por ordem de D. Jorge Ataíde, duque de Viseu; 1576 - o visitador manda acabar a capela-mor; litígio com os paroquianos sobre a obrigação de custear as despesas do corpo da igreja, que se encontrava em perigo de ruir; 1580 - notícia da igreja ter pouco espaço para os pouplares; 1584 - na capela-mor falta a colocação do forro; 1591 - as obras no corpo da igreja acham-se quase concluídas; 1591 - falta rematar o telhado das naves; 1607 - preceitos sobre o lajeado da nave; 1652 - execução do lavabo da sacristia; séc. 17, 2.ª metade - construção do campanário e do retábulo das Almas, bem como os colaterais; séc. 18 - obra de ampliação na capela-mor e feitura dos caixotões; 1754 - execução do retábulo-mor; 1762 - douramento e pintura do retábulo-mor; séc. 19 - o padroado da igreja deixa de pertencer aos Senhores de Ferreira; séc. 20 - restauro do imóvel por iniciativa de Nuno Osório Gama Amador, com esmolas dos paroquianos e emigrantes; 1959, Fevereiro - na sequência da visita de um técnico da DGEMN, considera-se que o imóvel se apresenta bastante alterado no seu traçado original, mas mantendo bastantes elementos de grande interesse artístico e arqueológico, pelo que se justifica plenamente a sua classificação como IIP; Maio - organização do processo para proposta de classificação; refere-se que o tecto de caixotões estava muito deteriorado; 1970, Agosto - o pároco escreve uma carta à DGEMN alertando para o estado deplorável do templo, em virtude das infiltrações, ameaçando as talhas e os caixotões; formação de uma Comissão para angariar fundos para as obras; 1973 - informação de que a telha colocada dois anos antes não impedia a entrada de chuva; Junho - a DRCMN realça a necessidade de empreender obras de conservação, reparação do tecto e telhado, colocação de novas portas e vedações no campanário; 1977, Julho - a Câmara Municipal pede à DGEMN autorização para remodelar o adro; Agosto - resposta favorável, desde que se respeitem as características do terreno, como afloramentos rochosos junto à cabeceira e manter a passagem subterrânea de água; aconselha-se a utilização de calçada granítica e a supressão de postes de electricidade.
Igreja filiada numa tipologia com forte implantação local e na zona de Sátão, nomeadamente na solução da estrutura da fachada principal e campanário, destacando-se o facto desta igreja ter a particularidade de ter sofrido constantes renovações, com fundação românica, de que restam alguns elementos, nomeadamente as cachorradas e o portal da fachada lateral direita, com capitéis e ábacos decorados e tímpano ostentando animal fantástico. Sala de arrumos na fachada posterior encobre o volume da capela-mor. Sobre o campanário, pequena sineira no remate; alguns silhares possuem siglas e surgem incisas cruzes que compõem uma Via Sacra. As colunas que dividem as naves ostentam fuste liso, mas têm capitéis e bases jónicas, de cariz maneirista, estilo também subjacente à pia baptismal, esta protegida por teia de madeira torneada, do séc. 17. Mantém vestígios de um tecto de alfarje, mudéjar, bem como dos arcos que vazavam as paredes que falqueiam o arco triunfal, nos quais se inseriam estruturas retabulares e actualmente entaipados. Janelas da capela-mor apresentam decoração de acantos pintados directamente na cantaria. Retábulo-mor de estilo rococó, com notável gramática decorativa, reflectindo a assimilação das gravuras que circulavam na época. Capela lateral adossada, dedicada a São Miguel e Almas, cujo retábulo possui a particularidade de ser decorado por mascarões nos raios do ático.
Fonte: monumentos.pt
Capela do Calvário, Ferreira de Aves, Sátão
Arquitectura religiosa, barroca. Capela de nave única, com coro-alto, capela-mor mais baixa e estreita, sacristia e torre sineira, com acesso por portais axial e lateral. Tendência horizontalista das massas. Fachada principal de maior riqueza decorativa em detrimento dos restantes alçados, com portal rectangular encimado por frontão interrompido e remate em triângulo. Cunhais em forma de pilastras, encimadas por pináculos de bola. Fenestrações em capialço. Torre sineira de três níveis, com uma sineira em cada face, de arco a pleno centro e cobertura em coruchéu bolboso. Retábulos de talha dourada e policromada com gramática decorativa rococó tardia. Nos laterais, colunas jónicas e nichos policromados com motivos florais e grinaldas. O central com tribuna e painéis laterais, enquadrados por pilastras e olunas espiraladas, com decoração marmoreada e vários enrolamentos dourados.
Fonte: monumentos.pt
Casa dos viscondes do Banho, Rio de Moinhos, Sátão
Escudo em cartela sob elmo, coronel de visconde e timbre.
Partido: I - Morais. II - Sarmento.
Timbre: Morais.
Edifício de planta
em L, com capela. Fachada principal de dois pisos, marcada pela
escadaria de dois lanços, com o brasão da família entre as duas portas
de acesso ao imóvel. No primeiro piso, janelas de pequenas dimensões com
molduras de cantaria simples, enquanto o segundo piso tem janelas de
sacada, de lintel plano e gradeamentos em ferro. Neste, situam-se os
aposentos destinados a habitação, cobertos por tectos de caixotões, em
madeira polícroma ou estuque trabalhado, na sala de jantar. No piso
inferior, situam-se os aposentos dos criados e arrumos. Construção
incaracterística anexa-se ao lado direito. O edifício é rodeado de
jardim, protegido por alto muro. Capela dedicada ao Senhor do Bonfim,
com fachada marcada por pináculos sobre os cunhais. Portal com
entablamento e cornija, ladeado por janelas rectangulares gradeadas,
encimado por óculo quadrilobado, encimado por cruz, sobre frontão de
lanços. Possui nave, com coro-alto e capela-mor, cobertos por tecto em
caixotões, decorados com motivos hagiográficos. Púlpito quadrangular com
bacia em forma de mísula e guarda de madeira dourada e policromada.
Acesso por cinco escadas de pedra. Ao lado, altar dedicado ao Senhor do
Bonfim. Arco triunfal a pleno centro, com pintura decorativa. Duas
janelas iluminam a capela-mor, uma entaipada. O tecto deste espaço é de
madeir apintada, tendo, no centro, a representação da Assunção da
Virgem. Retábulo de talha dourada com tribuna central, de moldura
contracurvada, onde se insere uma peanha com a figura da Virgem e do
Menino. A moldura é sobrepujada por um querubim e acantos. Ladeada por
pilastras e coluna de fuste liso, com capitéis coríntios. Entablamento
interrompido no centro, encimado por arco de volta perfeita e ático com
frontão interrompido, cornija, unidos por festões. Nesta zona, quatro
anjos. Conjunto policromado, com marmoreados de várias tonalidades, com
acantos e concheados dourados.
Séc. 17 - construção
do imóvel; 1741 - terminam as obras da capela; 1998, 30 março -
despacho de abertura do processo de classificação; 2003, 15 maio -
despacho de encerramento da classificação.
Fonte: monumentos.pt
Viscondes do Banho
- Criado por D. Maria II, rainha de Portugal
- Data do Decreto 21-07-1835
- Primeiro titular Alexandre Tomás de Morais Sarmento, 1º visconde do Banho * 1786 (geneall.net)
Solar da Quinta dos Casais, Rio de Moinhos, Sátão
Escudo de fantasia em cartela de floreados, sob coronel de nobreza.
Esquartelado: I - Partido(?) de 1 - Girão. 2 - Ribeiro. II - Sousa (do Prado). III - Melo. IV - Magalhães.
(Editado em 10-09-2014, depois do comentário deixado por José A. de Castilho de Moraes Sarmento Moniz a quem agradeço a informação.)
Pelourinho e antigos paços do concelho de Casal do Meio, Rio de Moinhos, Sátão
1240 - criação do concelho de Rio de Moinhos, composto pelas povoações de Casal do Fundo, Casal do Meio e Casal de Cima; séc. 16 - provável construção do pelourinho; 1758, 26 Abril - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo pároco José de Almeida, refere que a povoaçõa, com 230 vizinhos, é do rei; tem juiz ordinário, 2 vereadores, um procurador, juiz dos órfãos, com escrivão, escrivão da Câmara e dois tabeliães; 1836 - extinção do concelho.
Fonte: monumentos.pt
Solar dos Veigas, Torneiros, São Miguel de Vila Boa, Sátão.
Escudo em cartela sob elmo e timbre.
Esquartelado: I - Sousa (do Prado). II - Almeida. III - Amaral. IV - Botelho (invertido).
Timbre de Almeida.
Por baixo do escudo a inscrição: "TORNEIROS".
Subscrever:
Mensagens (Atom)