domingo, 21 de abril de 2013

Igreja de Nossa Senhora Assunção e sua capela dos Almeidas (Vouzela)





Capela de Fernão Lopes Almeida


































A fundação primitiva do monasterium de Vouzela deverá datar da segunda metade do século XI, sendo atribuída ao moçárabe Cidi Davis, cuja família estará ligada ao estabelecimento do povoado. O actual templo, dedicado a Nossa Senhora da Assunção, é um edifício tardo-românico, edificado entre os últimos anos do século XII e os primeiros da centúria seguinte.
A igreja, de planta rectangular, composta pela justaposição dos volumes da nave e da cabeceira, é precedida pela estrutura da torre campanário, com sineira dupla, edificada no século XVII. Apresenta fachada de composição simples, antecedida por conjunto de degraus e rasgada por portal em arco quebrado assente sobre colunelos, sobre o qual foi aberta uma rosácea.
As cornijas das fachadas laterais são sustentadas por um conjunto de modilhões, zoomórficos, fitomórficos e geométricos, considerado a "uma das mais interessantes cachorradas historiadas tributárias da arte do período" (RODRIGUES, 1995, p. 252). De entre eles, destacam-se os modilhões que representam o Tetramorfo - a simbólica dos quatro Evangelistas -, numa composição única, atribuída a um canteiro oriundo de outra região, possivelmente galego (ALVES, 1985).
No interior, é de referência a Capela do Santíssimo Sacramento, espaço devocional mandado construir por Afonso Lopes de Almeida nos finais do século XV, que seria concluída em 1513 por seu filho, Fernão Lopes de Almeida, que aí se fez sepultar, juntamente com sua mulher. Originalmente, esta capela albergava uma imagem de Cristo Crucificado, esculpida por Diogo Pires-o-Velho, destruída em 1961. A imagem foi reconstituída numa cópia fiel, que integra o retábulo maneirista, reformado nos séculos XVIII e XIX.
A capela-mor do templo foi redecorada no século XVIII, recebendo um grande retábulo joanino, de talha dourada e policromada, que forma um harmonioso conjunto com a abóbada de berço em madeira, dividida em vinte caixotões dourados e policromados decorados com símbolos marianos, executada na mesma época para cobrir a estrutura original.
Catarina Oliveira
DIDA/IGESPAR, I.P./ 14 de Dezembro de 2007

in; IGESPAR

terça-feira, 16 de abril de 2013

Casa Municipal da Cultura de Cantanhede.





Escudo de fantasia sob elmo e timbre.
Partido: I - Henriques. II -  Castro dos Senhores da Penha verde (composição de armas mais timbre).
Timbre de Henriques.
(Ver aqui composição do brasão dos senhores da Penha Verde)
Casa mandada construir pelo capitão-mor Dr. João Henriques de Castro nos finais do século XVII.

Solar dos Neiva, Ançã.




Escudo de fantasia sob elmo e timbre, ornado de paquife e motivos florais.
Esquartelado: I - Pinto. II - Rebelo. III - Bandeira. IV - Pinto.
Timbre de Pintos.
Diferença: Uma brica com um trifólio.
Corresponde à CBA de 29 de Maio de 1758 a favor de Manuel Pinto Rebelo Bandeira.
In Archivo Heraldico-Genealogico  contendo noticias historico-heraldicas Pelo Visconde de Sanches de Baena, carta 2005.


Este imóvel, que outrora foi o Solar dos Neiva, é um dos mais imponentes de Ançã. 

Imóvel do Século XIX. Na sua frontaria sobressai o Brasão de Armas dos Bandeira de Neiva, esculpido com mestria, em pedra da região.
Ó edifício apresenta inúmeros pormenores notáveis de construção, tais como cantarias trabalhadas, caixilharias de bandeira com vitrais, cunhais de pedra com frisos que terminam em cornija. É ainda de realçar o magnífico portal em madeira que sobressai na entrada principal.


in: cm-cantanhede.pt

Casa na Rua Dr. Jaime Cortesão em Ançã, Cantanhede.




Escudo de fantasia em cartela, sob elmo.
Partido: I - Esquartelado: 1 - Pinto. 2 - Rebelo. 3 - Bandeira. 4 - Pinto. II - Menezes? Limpo?

Fonte de Ançã ou fonte dos Castros.





Armas de Castros em chefe, sob coronel de marquês.
Foi primeiro marquês de Cascais Álvaro Pires de Castro

Casa dos marqueses de Cascais em Ançã, Cantanhede.







Armas de Castros em chefe, sob coronel de marquês.

Foi primeiro marquês de Cascais Álvaro Pires de Castro
info: Wiki.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Casa na Rua da Igreja em Ançã, Cantanhede.


Escudo de fantasia sob elmo e timbre, ornado de paquife.
Esquartelado: I - Pinto. II - Rebelo. III - Bandeira. IV - Pinto.
Timbre de Pintos.
Diferença: Uma brica com um trifólio.

Corresponde à CBA de 29 de Maio de 1758 a favor de Manuel Pinto Rebelo Bandeira.
In Archivo Heraldico-Genealogico  contendo noticias historico-heraldicas Pelo Visconde de Sanches de Baena, carta 2005.

Quinta do Regalo - Cidreira, Coimbra



quarta-feira, 3 de abril de 2013

Jogo equestre da Corrida ao Estafermo


Ruínas de Lisboa 1755









Sepultura de Pedro Rodrigues Portocarreiro - Igreja da Graça - Santarém.
























Aquy jaz ho muito homrado pero rodriguez porto carreiro
ayo que foy do conde dom anrique . cavaleiro da hordem
de samtiaguo he ho muito homrado gonçalo gil barbosaa
seu jenro caualeiro da hordem de cristos . he asi ho
 muy homrado seu filho francisco barbosa. os quaes fo
ram trasladados a esta sepultura . no ano de 1532




A igreja da Graça em Santarém foi edificada por D. João Afonso Teles de Meneses e sua mulher D. Guiomar de Vilalobos, conforme letreiro que lá existia: "Este mosteiro mandou fazer o conde de Ourém D. João Afonso, e a Condessa D. Guiomar sua mulher, e foi posta em el a primeira pedra segunda feira 16 dias do mes de Abril da E. 1418" (1380)[1]. Originalmente esta igreja fazia parte do Mosteiro de Sto. Agostinho.
            Esta capela de Santo Alípio assim como o túmulo foram mandados construir por Dona Mécia Mendes de Aguiar, viúva de Gonçalo Gil Barbosa cerca de vinte anos após a morte de seu marido.
            Quanto às pessoas a que se refere este epitáfio temos em primeiro lugar Pero Rodriguez Portocarreiro, pai da já referida Dona Mécia e aio de um conde dom Henrique cujo condado não é referido. E que talvez seja o mesmo Pero Portocarreiro, primo do conde Dom Duarte de Meneses, referido na crónica deste, da autoria de Gomes Eanes de Zurara, no cap. VI, que servia em África em 1431. Consta que inicialmente estaria sepultado na Igreja de Sta Maria de Marvila (Santarém). Para identificar este Conde Dom Henrique procurei no « Catálogo Cronológico de todos os títulos havidos em Portugal até à ocupação dos Felipes », 2ª parte , onde apenas são mencionados dois condes de nome Dom Henrique. O mais antigo é dom Henrique Manuel de Vilhena, Sr. de Cascais e 10º Conde de Seia entre 1373 e 1381, e senhor do Paço de Sintra por doação de D. João Iº, de 4.XII. 1385. Em 1386 passou-se para Castela, onde foi feito Conde de Montalegre c senhor de Meneses. Por isso os bens que tinha em Portugal reverteram para a coroa e o título extinguiu.se. O outro foi D. Henrique de Meneses, 30º Conde de Viana ( do Minho) em Fevereiro de 1464, Capitão de Alcácer, 11º Conde de Valença em 20 de Julho de 1464.
            Pelas datas parece-me que o mais provável é que o Conde Dom Henrique mencionado na Epígrafe seja o D. Henrique de Meneses, Conde de Viana já que o outro se encontra muito distanciado cronologicamente e este parece ter ainda alguma relação de parentesco com Pero Roiz Portocarreiro, por parte da sua terceira avó D. Maior de Portocarreiro.
            Quanto a Gonçalo Gil Barbosa, sabe-se que viveu em Santarém e foi para a Índia com Pero Alvares Cabral em 1500 para ficar em Calecut como escrivão da feitoria que o rei Dom Manuel Iº ali mandou construir. Foi feitor de Cananor, onde por seu conselho foi erguida uma fortaleza, conforme descreve Damião de Goes na sua "Crónica del Rei D. Manuel. Voltou ao reino e a 2 de Janeiro de 1507 fez testamento junto com sua mulher no qual mandam sepultar-se na Igreja de Sta. Maria de Marvila (Santarém).
            Morreu a 8 de Julho de 1509 e foi sepultado na dita igreja de Sta. Maria de Marvila.
            O último referido, Francisco Barbosa foi o primeiro filho de Pera Rodrigues Portocarreiro e de D. Mécia Mendes de Aguiar, faleceu ainda em vida de sua mãe e não se sabe onde terá sido sepultado inicialmente.
            Os restos mortais destes três familiares de D. Mécia Mendes de Aguiar terão sido trasladados para este túmulo em 1532 conforme o epitáfio, contudo numa escritura de 1531 D. Mécia diz que naquele convento estavam enterrados seu pai e seu marido[2] o que poderá ter acontecido é que os corpos destes estivessem já na capela mas ainda não tivessem sido colocados no túmulo por este não estar finalizado .



[1] FREIRE, Anselmo Braamcamp - "Brazões da sala de Sintra" - Coimbra. 1921, Imprensa da Universidade.
[2] LIMA, Manso de, "Famílias de Portugal", Vol III, Lisboa, 1927