Armas Plenas de Melo sobre o pórtico da casa
Num cunhal da capela
Escudo esquartelado I - Melo. II - Freire. III - Machado. IV - Oliveira.
Escudo sob timbre de Sousas de Arronches
Esquartelado: I - Sousa de Arronches (dimidiado). II - Lacerda (mal representado). III - Tavares. IV - Melo.
(Leitura de Sérgio Avelar Duarte)
Esta pedra de armas poderá ter sido ali colocada durante a segunda metade do Séc. XVIII, devido à questão que se deu na sucessão do Paço de Melo quando, em Agosto de 1770, os sucessores legítimos na Casa dos Donatários de Melo, Estêvão Soares de Melo e sua irmã Dona Teresa de Melo, se vêm desnaturalizados de sua família e bens, por ordem do rei D. José I, que passou todo o domínio e posse destes bens ao imediato sucessor, Henrique de Melo de Sousa e Lacerda.
Segue-se o documento de desnaturalização:
Esta situação manteve-se por cerca de sete anos. Em 1777 a Rainha D. Maria I revogou esta desnaturalização e os bens de Melo voltaram a Estêvão Soares de Melo e à sua irmã D. Teresa de Melo, conforme o alvará que se segue.
Cronologia
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Séc.
13 - concessão da povoação a D. Mem Soares, no reinado de D. Afonso II,
cavaleiro que aí edificou o seu Paço, já no reinado de D. Afonso III;
seu neto D. Mem Soares de Melo foi Senhor de Melo e alferes-mor de
Afonso III; as Inquirições de D. Dinis referem o lugar de "Merloa", que
teria sido povoado por Gonçalo de Sousa, prior de Folgosinho, no reinado
de D. Afonso II, referindo ainda que a povoação pertencia a fidalgos, à
Sé de Coimbra e aos lavradores; na Crónica dos Cónegos Regrantes de
Santo Agostinho, refere-se que D. Mem Soares d'Alvim teria sido o
primeiro a tomar o apelido de Melo, sendo casado com D. Teresa Afonso
Gata que herdou de seu tio, D. Gonçalo de Sá, o senhorio de Melo. Séc.
15 - foi elevada a vila por D. Afonso V, por iniciativa de D. Martim
Afonso de Melo, senhor de Seia, Gouveia, Linhares e Celorico, neto de D.
Mem Soares de Melo. Séc. 17 / 18 - edificação da capela por iniciativa
de Manuel de Oliveira Freire, casado com D. Antónia de Melo, filha de
Estevão Soares de Melo, 10º Senhor de Melo; reconstrução ou ampliação do
Paço por iniciativa dos Senhores de Melo. Integrava ainda outra capela
no interior do edifício; 1822, 19 Abril - faleceu na casa D. José
António Pinto de Mendonça Arrais, bispo da Guarda, que aqui habitou nos
últimos anos da sua existência; Séc. 20, 2ª metade: colocação de painel
azulejar no frontão da capela. |
Características Particulares
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Conjugação
de elementos típicos de várias épocas cronológicas, como os merlões que
coroam o muro da cerca, com perfil de voluta, sem significativa
expressão estilística. Integração de elementos da arquitectura popular.
Acesso ao 2º piso através de lanço de escadas formando balcão. Por baixo
da torre sineira tinha uma capela dedicada à Nossa Senhora da Paz. |