domingo, 22 de dezembro de 2013

Ponte e Torre de Ucanha, Tarouca.



























A ponte-torre de Ucanha, localizada nas proximidades de Tarouca, é um monumento que une as duas margens do rio Varosa e que está construído numa das antigas vias romanas do interior beirão.
Até ao século XVI, a sua história está ligada aos monges cistercienses do Mosteiro de Salzedas, já que se localizava nos seus coutos monásticos, situação que mudou através do foral concedido a esta terra pelo rei D. Manuel I. A sua função consistia no cobrar de portagem às pessoas e veículos que cruzassem esta via de comunicação, pois esta estrutura localizava-se na mais importante via de acesso à cidade de Lamego. Também servia de defesa da entrada das antigas terras dos coutos de Salzedas.A ponte de Ucanha é uma construção sólida em granito, provavelmente edificada no século XIII, constituída por quatro arcos apontados de desigual dimensão - de maior altura e largura aquele que se abre sobre o leito do rio - e que são reforçados por talhamares. O tabuleiro da ponte, em forma de sela, é resguardado por muros aparelhados de cantaria granítica.
Num dos extremos da ponte abre-se o arco de volta perfeita da torre de proteção e de portagem, construção custeada pelo abade de Salzedas e que seria objeto de remodelação posterior. Esta imponente e robusta torre de granito apresenta uma forma quadrada, sendo marcada por janelas geminadas pequenas e ogivais, seteiras, balcões misulados e com sistema de mata-cães, terminando superiormente com aberturas de vigilância, cobertas por telhado de quatro águas com beiral. A sua porta é aberta num dos panos laterais e o seu acesso estabelecido por escadas de ferro gradeadas. Na face oposta à ponte rasga-se um pequeno nicho, no interior do qual se abriga uma escultura de N. Sra. do Castelo.
Por Decreto datado de 16 de junho de 1910, a Ponte-Torre de Ucanha está classificada como Monumento Nacional ( M.N.).

Convento de Ferreirim, Lamego.



 Armas plenas de Coutinhos



  Armas plenas de Coutinhos

 "CAZA DA VENERAVEL ORDEM TERCEIRA DA PENITÊNCIA
ANNO 1755"


  Armas plenas de Coutinhos

Arcossólio de D. Francisco Coutinho, conde de Marialva.



  Armas plenas de Coutinhos



 Armas plenas de Coutinhos

 Grande parte da história da freguesia está ligada ao seu convento, fundado nos finais da Idade Média pelos Condes de Marialva. O seu elemento arquitectónico mais antigo, a torre, data do século XIV e é muito semelhante à do Castelo de Lamego. Adiante descreveremos, em pormenor, este monumento fundamental para o passado da freguesia. A sua história remonta a 1525, quando D. Francisco Coutinho, em 28 de Janeiro de 1525, nos paços fidalgos da Torre do Bispo, em Santarém, doou o terreno em que ficaria o Convento, com a condição de não se demolir a torre que já ali se encontrava, como forma de perpetuar a memória dos antepassados dos Coutinhos. Em relação a esta torre, como refere Jaime Ribeiro Gouveia, a sua construção «terá acontecido nos primeiros anos do século XIII, tendo ficado a dever-se ao fidalgo Gonçalo Viegas, casado com uma neta de Egas Moniz. A estratégia de afirmação social dos Coutinhos passou também pela mitificação da origem da torre de Ferreirim que, de facto, só entrou na posse da família em 1431, não sendo, por isso, berço da linhagem.» Para além disso, reservou para seu sepulcro e para a sua linhagem a capela-mor (o que acabou por não acontecer, visto que apenas ele está sepultado nesse local). Assistiu ao acto o Ministro Provincial dos Franciscanos, Frei Nuno de Alverca, guardião do convento franciscano de Santarém. Dois anos depois, é feita uma nova escritura, que amplia a área que anteriormente foi cedida para a instalação dos religiosos franciscanos. A Ordem de S. Francisco foi fundada por S. Francisco de Assis, na Itália, em 1209. O seu fundador era filho de um abastado comerciante, mas, respondendo a um chamamento, passou a adoptar uma vida extremamente simples, em pregação, dando exemplos de humildade e devoção. Os seus membros, de acordo com o espírito do fundador, nada deveriam possuir, estando obrigados a viver o mais pobremente possível. Os franciscanos realizam voto de pobreza, castidade e obediência. Vivem em conventos, geralmente edificados dentro das cidades ou junto a elas. Quanto ao fundador, D. Francisco Coutinho era um profundo devoto da Ordem Franciscana e, em especial, de Santo António. Foi dono do senhorio de Leomil, de Medelo, alcaide-mor de Lamego, meirinho-mor do Reino e quarto conde de Marialva. Falecido em 1532, não viu o convento terminado, apesar de nessa altura já viverem lá alguns religiosos. Para a continuação da obra, foi incumbida a viúva. As obras no Convento de Ferreirim iriam prolongar-se por vários séculos. Ainda no século XVI, procedeu-se ao levantamento dos dormitórios (1532); à pintura dos três retábulos (1533); à feitura dos arcazes (1573) e ainda à construção do pórtico e do túmulo. De resto, datam desta época os últimos vestígios da primitiva igreja. O século XVIII ficou marcado por diversas obras na igreja, entre as quais se salienta a construção da galilé. O retábulo-mor foi feito em 1744, o douramento e pintura da tribuna e tecto da capela-mor da igreja em 1747. Inúmeras obras de pedraria, carpintaria e pintura, entre outras, foram feitas nesse século, tanto na Igreja como nas dependências conventuais - dormitórios, cozinha, refeitório, coro, casa da portaria, casa dos moços, torre, nave da igreja, tulhas e enfermaria. No entanto, com a extinção das ordens religiosas, o convento foi abandonado e mesmo a Igreja começou a receber cada vez menos atenção. Em 27 de Dezembro de 1954, um grande incêndio arruinou uma parte do imóvel e destruiu completamente o órgão. Mais recentemente, em 2001, o mau tempo provocou a queda parcial da zona conventual, que começou a ser alvo de nova intervenção a partir daí. O longo período que este monumento foi alvo de intervenções levou a que, hoje em dia, apresenta características próprias de diversos estilos artísticos. Assim, temos um imóvel com especificidades renascentistas, maneiristas, barrocas e até de arquitectura militar gótica, como é o caso da torre original. Todo o conjunto está classificado desde 27 de Março de 1944 como Imóvel de Interesse Público. É um templo de planta longitudinal, composta, irregular, com coberturas diferenciadas de duas, quatro e cinco águas. A fachada principal, enquadrada por pilastras encimadas por pináculos, tem um corpo central destacado e dois outros de menor altura e mais recuados. O corpo central é rematado por um frontão triangular armoriado, coroado por cruz sobre pedestal. O portal da Igreja é formado por duas arquivoltas de vergas rebaixadas, com o pé direito interior adornado com florões alternados com troncos de árvores com botões. Ao centro, o brasão dos Coutinhos. O exterior, por seu lado, é decorado com folhagem. Sobre o fecho da abóbada, encontra-se um arco que no centro tem uma pedra de armas. No interior, de nave única, coro-alto e capela-mor, temos do lado do Evangelho uma capela de arco policromado. Do lado da Epístola, altar e púlpito. O tecto é em caixotões de madeira. Na capela-mor, salienta-se o retábulo em talha dourada e o arcossólio de D. Francisco Coutinho, policromado e com pedra de armas. Do espólio existente, salientam-se alguns painéis de pintura quinhentista. atribuídos aos denominados mestres de Ferreirim: Cristóvão de Figueiredo, Garcia Fernandes e Gregório Lopes.

Solar dos Sequeiras, Ferrerim, Lamego.





Armas plenas  de Sequeiras, com elmo, paquife e timbre.

Solar em Ferreirim, Lamego.







Escudo de fantasia em cartela, sob elmo e timbre.
Esquartelado: I - Carvalho. II - ?. III - Vasconcelos. IV - Pinto.
Timbre: Carvalho.

Casa de Sto. António, Britiande, Lamego.




Escudo sob elmo e timbre, adornado de paquife. Esquartelado: I - Miranda (?) II - Cardoso. III - Cabral. IV - Homem.