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domingo, 4 de janeiro de 2015

Mosteiro e Igreja de São João de Tarouca

 Arca tumular de João Mendes de Briteiros

Armas de Briteiros

 Arca tumular de Urraca Afonso, filha ilegítima de D. Afonso III, 
mulher de João Mendes de Briteiros

Armas do reino antigas, sem os besantes (por desgaste?).


 Brasão da ordem de Cister


 Arca tumular de D. Pedro Afonso. IIIº Conde de Barcelos, filho ilegitimo de D. Dinis.
Armas de Portugal-antigo.





 Brasão da Ordem de Cister

"FVNDATA FVIT ISTA / ERA MCLXREDAS IVLII"

Cronologia

Séc. 11 - existia, no local, uma comunidade beneditina *3; Inicialmente um ermitério; 1140 - carta de couto ao convento, referindo que é de observância beneditina; 1141 - 1144 - filiação na ordem de Cister, formalizando-se deste modo a fundação do primeiro mosteiro cisterciense em Portugal, presidida pelo abade Fr. João; 1141, Julho - Froia Cides e a esposa Gontina doaram ao mosteiro a terça parte das suas herdades; 1143, 29 Setembro - Gonçalo Anseriz doou uma vinha em Alvelos; 1144 - D. Afonso Henriques doa ao convento o couto de Santa Eulália, no Porto; 1145, Abril - D. Goiene doou uma vinha ao mosteiro; 1152 - os muros achava-se concluídos, estando a obra a cargo de João Froilaz; 1154, Março - Pedro Viegas deu uma herdade em Mosteirô, em Cambres; 1169, 18 Março - sagração da igreja, na presença dos bispos de Braga, Porto, Lamego e Viseu; 1182 - doação ao mosteiro de uma casa e forjam em Moledo, no concelho de Castro Daire; 1187 - doação de nova casa e forja na mesma localidade; séc. 13 - execução de uma Senhora do Ó, actualmente no Museu de Lamego; 1240 - o bispo D. Paio doou uma herdade de Proviceiros, em Freixo de Numão; 1320 - tinha 3500 libras de rendimento; 1350, 30 Março - testamento de D. Pedro, Conde de Barcelos, que deixou uma herdade em Santarém, com a condição de missas e a manutenção de uma lâmpada de prata sempre acesa; 1354 - morte de D. Pedro, conde de Barcelos, sepultado no mosteiro; 1490 - foi abade Fr. Álvaro de Freitas, que deixou ao mosteiro paramentaria, curzes e turíbulos de prata; feitura do retábulo-mor, com as imagens de São Bento e do Espírito Santo; construção da torre e da casa de São Brás; 1506, 8 Setembro - sagração do altar de São João Baptista, com várias relíquias depsitadas; séc. 16 - construção do Dormitório Novo e da Torre Sineira; pinturas por Vasco Fernandes e Gaspar Vaz; 1517 - a obra do claustro estava adiantada, sendo criticada a existência de galeria superior pelo abade João Claro; 1536, 3 Abril - o visitador informa que o comendador é o bispo de São Tomé, deão da Capela Real, ordenando que digam missa diária na Capela de São Brás, à porta do mosteiro, para que as mulheres não entrem na igreja; proíbe que as hortas em redor do mosteiro sejam exploradas por particulares e manda que se faça um relicário de madeira guarnecido de veludo para guardar as relíquias e um aqueduto de pedra para transportar a água para o mosteiro, como já houvera, e que se fizesse uma fonte no muro da cerca; 1555, 26 Maio - D. João III obtém do Papa Paulo IV autorização para a supressão do convento, tendo os bens e propriedades sido entregues à Ordem Militar de Cristo; 1560, 22 Janeiro - a pedido dos religiosos, a bula anterior foi revogada, tendo sido os bens restituídos ao mosteiro; passagem do governo abacial de perpétuo para trienal; 1567 - Pio V congregou os mosteiros cistercienses, fazendo-os depender da casa-mãe de Alcobaça; 1570 - construção da Capela de São João na cerca, por ordem do abade Fr. Miguel de Albuquerque; 1572 - o mesmo manda construir uma fonte ao lado do terreiro da bola; 1574 - Fr. Teófilo mandou murar a cerca e construir a Capela de Santa Catarina; séc. 16, década de 80 - feitura do retábulo-mor e pintura da sacristia; construção da portaria, os muros de um dormitório e conclusão do douramento do retábulo-mor; 1597 - construção do chafariz do claustro; séc. 17 - reforma da fachada principal; 1620-1630 - pintura de dezasseis tábuas para o retábulo de Jesus, Maria, José, por António Vieira; 1648 - reedificação da Capela de Santo António; 1650 - pintura dos painéis do retábulo do transepto; feitura dos retábulos de São Bento e São Bernardo; 1662 - construção dos aposentos dos abades, na torre; 1677 - feitura da torre sineira; 1681 - douramento dos retábulos e execução do novo refeitório; 1692 - douramento de retábulos; 1699 - feitura de um dormitório; séc. 18 - nova campanha de obras no Dormitório Novo; 1702 - início da obra da nova capela-mor; 1710 - reconstrução da sacristia; 1711 - colocação de vidraças nas janelas e colocação do órgão noutro local; 1718 - feitura dos azulejos da capela-mor, conforme data nos mesmos; 1729, 4 Abril - contrato com Luís Pereira da Costa e Ambrósio Coelho para a execução de duas caixas de órgão; 6 Abril - contrato com António Cardoso e Manuel Vieira para a feitura do cadeiral; 1745 - feitura dos azulejos do topo N. do transepto; 1767 - execução do órgão por Francisco António Solha, por ordem de Frei Félix de Castelo Branco; séc. 18, final - o mosteiro tinha 48 celas e existiam 38 religiosos no mosteiro; séc. 19 - última campanha de obras de ampliação do mosteiro; 1938 - solicitado o restauro dos retábulos existentes, nomeadamente o painel de São Pedro, atribuído a Grão Vasco; 1992, 01 junho - o imóvel é afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 1995 - queda parcial da torre menor erguida na zona posterior durante o Inverno; 1996 - 1999 - investimento estatal global de 208 mil contos; 1998 - Desp. n.º 81 / 98, de 02 de Janeiro, do Ministério da Cultura, autorizando o IPPAR a expropriar 14 prédios rústicos e um urbano, que se encontram na área do convento incluindo a estrutura arquitectónica, por motivo de utilidade pública; 1999 - Desp. n.º 8 285 / 99, de 26 de Abril, autorizando o IPPAR a tomar posse administrativa do prédio n.º 651 descrito na Conservatória do Registo Predial de Tarouca, composto por convento em ruínas, Dormitório Novo, terras de produção, árvores de fruto e subugueiros e atravessado por um rio que vai encanado ao centro, de propriedade inscrita na matriz predial urbana sob o artigo 1.044, com 2 337,09 m2, e valor patrimonial de 48 600$00; elaboração de projecto de reabilitação do Mosteiro visando a restituição da traça original dos elementos arquitectónicos da antiga estrutura monacal; 1999, Julho de - assinatura do contrato de aquisição pelo estado dos terrenos onde se encontram ruínas e paredes dos dormitórios do séc. 18; 2007, 20 dezembro - o imóvel é afeto à Direção Regional da Cultura do Norte, pela Portaria n.º 1130/2007, DR, 2.ª série, n.º 245.

In: monumentos.pt

domingo, 14 de dezembro de 2014

Igreja Matriz de Oliveira do Hospital


 Cruz da Ordem de Malta.




 Cruz da Ordem de Malta



 Cruz da Ordem de Malta

 O LICENCIADO MELCHIOR FERNANDEZ COM SVA MOLHER
FEZ ESTA CAPELA NO ANO DE 1571 A QVAL 
DOTARAM COM OBRIGAÇÃO DE HVMA
MISA DAS CHAGAS COM COMEMORAÇÃO
A VIRGEM MARIA E SÃO BRAS E DOVS
RESPONSOS POR SVAS ALMAS DE TODOS
A QVE SÃO EM ALGUMA OBRIGAÇÃO CA
DA SESTA FEIRA PERA SEMPRE COMO SE
CONTEN NA ISTITVIÇÃO QVE TEM O
ADMINISTRADOR QVE SE ACHARA NO
CARTORIO DA SE DE COIMBRA.
 Cruz de Malta e marca de canteiro.


 Capela da Senhora da Graça

(...)/
(...)/
ESTA CAPELLA MANDOV FAZER IORGE DE FA
RIA GARCES FIDALGO DA CASA DE SUA
MAGESTADE NO ALTAR MANDOV POR A IMAGEM
DE NOSSA SENHORA DA GRAÇA NELE SE DERAM 24
MISSAS DAS CHAGAS EM SESTA FEIRA 24 DE NOSSA SENHORA
AO SABADO E 12 DE (...) SESTA FEIRA DE CADA MES

 Escudo esquartelado sobre elmo, ornado de paquife.
Esquartelado: I - Faria?. II - Garcez?. III - Oliveira?. IV - Machado.
de Jorge de Faria Garcez.


Capela dos Ferreiros
 Túmulos e jacentes de Domingos Joanes e Domingas Sabachais.
 
Estátua do Cavaleiro.

Adossada à barroca igreja matriz de Oliveira do Hospital, a capela dos Ferreiros é um dos mais importantes espaços funerários góticos nacionais, pela relevância das obras que encerra, mas também por ser das poucas capelas sepulcrais baixo-medievais de iniciativa privada que se conservou até aos nossos dias.
Ela ficou a dever-se a Domingos Joanes, ao que tudo indica um nobre de ascendência obscura, neto de D. Chavão e que terá feito fama em guerras por terras de França (HALL, 1998, p.124). As semelhanças do seu brasão com o de Bartolomeu Joanes, rico burguês da cidade de Lisboa, que se fez sepultar em capela própria na Sé da capital, tem levado alguns autores a considerar Domingos Joanes como um homem oriundo de uma família nobre recente (BARROCA, 2000, p.1631, cit. José Mattoso), cuja vontade de legitimar a sua promoção social ficou bem expressa no conjunto escultórico que encomendou para a capela. Por outro lado, uma desaparecida lápide referia-o como "cavaleiro de Oliveira", facto que, a juntar ao estatuto de seu avô como governador das terras de Seia, permite perceber a escolha deste nobre por Oliveira do Hospital para sua última morada. Com ele, sepultou-se sua mulher, D. Domingas Sabachais, uma figura igualmente mal documentada da nossa história medieval.
A capela é um espaço rectangular mal iluminado e cujas características construtivas revelam a manutenção dos arcaísmos com que a arquitectura gótica portuguesa (em particular a do reinado de D. Dinis) é maioritariamente avaliada. "Com pouco mais de 6,50m por 3,50m, e uma cobertura de berço quebrado e contínuo" (DIAS, 1994, p.98), é uma massa edificada compacta, com grandes silhares de granito e iluminada por dois pequenos óculos quadrilobados, abertos na fachada lateral Sul. Uma fresta, localizada axialmente no alçado do lado nascente, iluminaria originalmente o espaço, mas a posterior ligação Sul à igreja determinou a perda de função deste elemento.
Durante muito tempo, considerou-se ser obra de 1279 (de acordo com aquela inscrição apenas vistas por Coelho Gasco no século XVII), um dado que faria desta obra uma das mais antigas capelas funerárias nacionais (CORREIA e GONÇALVES, 1952). No entanto, estudos mais recentes vieram questionar esta datação, assumindo-se o ano de 1341 (Era de 1379) como o mais provável (BARROCA, 2000, pp.1627-1628).
Se, arquitectonicamente, a capela dos Ferreiros pode ser considerada mais uma de tantas construções arcaizantes levantadas entre os séculos XIII e XIV, o notável conjunto escultórico do seu interior revela uma actualidade de gosto e um desafogo económico pouco comum no panorama nacional da primeira metade do século XIV. Dois túmulos, uma estátua de um cavaleiro e um retábulo, são o mais completo conjunto escultórico gótico português, e uma das obras maiores de um incontornável escultor aragonês estabelecido no nosso país a partir do casamento de D. Dinis com D. Isabel de Aragão: Mestre Pero.
Os dois jacentes foram figurados em decúbito lateral, composição muito pouco comum no panorama da tumulária nacional (BARROCA, 2000, p.1629), sendo a iconografia escolhida por Domingos Joanes característica da Nobreza trecentista, com espada e lebreu aos pés. Este conteúdo senhorial é ainda reforçado pela estátua de cavaleiro, representado como participante de um torneio medieval e não em contexto de guerra, numa clara intenção de "sublinhar a dimensão ideal da cavalaria" e do seu estatuto de nobre (FONSECA, 1992, p.170). O jacente de Domingas Sabachais é igualmente comum às damas nobres, com cabeça coberta por véu e um pequeno cão aos pés, mas simbolicamente menos afirmativo que o de seu marido. O retábulo destinou-se a reforçar o programa de afirmação pessoal e social, na medida em que a Virgem com o Menino é ladeada por duas figuras menores, representando os doadores, no fundo, Domingos Joanes e Domingas Sabachais que, desta forma, se autonomizaram dos seus túmulos terrenos e passaram a figurar no reino dos céus.

in: http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70671/

Há uns tempos publiquei a imagem da estátua do cavaleiro de Oliveira do Hospital que se encontra no museu Machado de Castro em Coimbra. De facto, quando olhamos para as duas estátuas é-nos impossível perceber qual é a verdadeira e qual é a cópia. Parece que em 1911, a estátua foi transportada para uma exposição no Museu Machado de Castro, e  foi feita uma cópia pelo estatuário João Machado, por ordem de António Augusto Gonçalves.
Agora, como não poderia deixar de ser, há quem diga que a original é a que está em Coimbra, mas também há quem afirme que a original voltou para Oliveira do Hospital. A resposta a esta questão parece estar bem guardada nos arquivos do museu Machado de Castro em Coimbra...

sábado, 18 de outubro de 2014

Igreja Matriz de Oliveira do Conde







 Armas plenas de Soares de Albergaria muito apagadas.


 O dragão dos Soares de Albergaria

 Túmulo de Fernão Gomes de Góis



 Armas plenas de Góis com a sexta cadena mutilada.

Armas plenas de Góis.

Cronologia

1439 - início da construção, sendo a capela-mor encomendada por D. Nuno Martins da Silveira ou pelo seu filho, D. Luís da Silveira; 1440 - final da obra; séc. 17 - execução da imagem de Nossa Senhora da Conceição; 1675 - já existiam os retábulos de São Sebastião e Nossa Senhora do Rosário; 1727, 22 Fevereiro - contrato com Francisco de Almeida para a execução do retábulo da Capela do Santo Cristo, feito segundo o risco dado pelos encomendantes, a que se acrescentaria a imagem de São João e um frontal semelhante ao da Senhora do Rosário da vila; a obra seria de 105$000 réis; 1731 - 1745 - douramento do retábulo-mor por Manuel de Miranda Pereira; 1750, 24 Outubro - contrato com o pintor Manuel Pinto Temudo para a pintura da capela-mor por 45$000 *2; 1754 - 1755 - reedificação das estruturas retabulares; 1876 - empréstimo de 1:200$000 para consertar a igreja.


Observações

1 - o túmulo encontra-se mutilado em diversos locais. Em 1819 o Vigário Manuel António de Aranda mandou fazer uma memória descritiva do mausoléu, anotando toda a epigrafia. Dela destaca-se a que existia em baixo a toda a volta e que dizia: "Ioham Afonso mestre dos sinos lavrou este moimento e começou o na era do nascimento de noso senhor ihu xpo de MCDXXXIX as e acabou o na era do nascimento de noso senhor ihu xpo de MCDXL comecado tres dias andados do mez de maio e poz doze mezes em lavrallo per". Em 1934, quando Virgílio Correia o estudou, muitas das estátua já estavam mutiladas, bem como o 1º. nome do escultor já estava desaparecido. *2 - a obra consistia: "Primeiramente, a dita capela-mor e meio arco aparelhados de alvaiade e óleo e serão os lisos da abóbada de ornatos à bacarela, tudo em perspectiva, onde levará suas tarjas, e no meio delas levará seus emblemas ou a melhor ideia que o artífice souber; as pinhas das flores da abóbada serão douradas e todos os cordões e frisos serão fingidos de pedra, e as portadas e frestas da mesma capela, e se fingirá em correspondência um portado e uma fresta, no fundo das frestas para baixo será fingido de azulejos de países e figuras dedicados aos Passos de São Pedro, e levará por baixo dos azulejos um banco fingido de pedra, e será tudo feito com tintas finas (...)" (ALVES, 2001, vol. III, pp. 244-245).

Fonte: Monumentos.pt