Ex-libris
Serviço de loiça.
Sobre manto de Par-do-Reino, escudo com o monograma pessoal.
Numa salva
Monograma pessoal, sob coronel de grandeza e timbre de Tovares.
Diogo Vieira de Tovar e
Albuquerque, nasceu na freguesia de
São Pedro de Molelos a 08-03-1775 e faleceu a 02-01-1846 na quinta da Boavista,
Coimbra. Fidalgo da Casa Real.
Do Conselho de Sua Majestade, comendador das ordens de Cristo e da Nossa
Senhora da Conceição de Vila Viçosa a 9-01-1824,
Conselheiro da Fazenda, Provedor das Capelas d'el-rei D. Afonso IV. Conselheiro
da embaixada em Madrid. Formado em Direito pela universidade de Coimbra, onde
se doutorou, pela Faculdade de Leis, a 15-09-1797, sendo nomeado
"Oppositor" às cadeiras da mesma universidade em 1805, e depois
Desembargador para a relação de Goa, lugar de que tomou posse a 18-10-1807.
Serviu no estado da Índia até
1815, exercendo ali no intervalo decorrido os cargos de Procurador da Coroa e
Fazenda, e Secretário Geral do Estado.
Regressa a Portugal em 1815, e entra em
serviço como Desembargador da Casa da Suplicação. Foi pouco depois enviado a
Madrid em comissão, por carta regia e poderes especiais do rei D. João VI, de
08-04-1818, na qualidade de tutor do seu neto o infante D. Sebastião, para fazer
valer em juízo contencioso os direitos deste à sucessão da Casa do Infantado no
grão-priorado de Castela e Leão, contra o competidor o infante D. Carlos, que
se achava de posse da mesma casa. Tendo vencido esta questão, ficou em Madrid,
nomeado Conselheiro e adido à delegação portuguesa naquela corte, até voltar
novamente a Portugal, onde foi nomeado Conselheiro da Fazenda em 11-11-1823.
Foi depois membro do Supremo Conselho de Justiça Militar, Procurador Fiscal das
Mercês, Vogal da Junta de Confirmações gerais e da revisão do Código Penal
Militar, alem doutras comissões de que foi eventualmente encarregado. Retirado
do serviço público, em consequência das alterações politicas de 1834, foi viver
para a Quinta da Boa Vista, pertencente a seu sobrinho, e situada próximo de
Coimbra, e ai residiu até falecer em 2-01-1846.
Escreveu: "Memória sobre o plano da collecção dos tractados politicos de
Portugal desde o principio da monarquia, dividida em três partes: 1ª Qual a
materia que deve servir de assumpto á collecção dos tractados, e o methodo de a
arranjar e addicionar: 2ª Utilidades que d'esta collecção se seguem. 3ª Quaes
os trabalhos que se devem empregar para se obter o complemento da referida
collecção".
Para alem desta memória, consta que compusera, e ficaram inéditos, entre muitos
outros escritos, um "Indice
chronológico e alphabetico remissivo" de todas as disposições e
providencias legislativas expedidas para a governação dos estados da Índia pela
corte de Lisboa, e depois pela do Rio de Janeiro,
desde o principio da conquista daqueles estados, até ao ano de 1815, em que ele regressou de Goa, faltando apenas o
que dizia respeito aos primeiros 24 anos, por não existirem mais nos arquivos
de Goa os respectivos livros e documentos, mandados recolher a Lisboa no
reinado de D. José I, tendo sido posteriormente enviados oficialmente para
Lisboa em cadernos manuscritos que foram depositados na Secretaria de Estado
dos Negócios da Marinha e do Ultramar. Também uma memória escrita em Goa, e relativa ao comercio
português na Índia, onde se tratava das possessões e estabelecimentos portugueses na Ásia, considerados
do ponto de vista politico, económico e comercial, indicando-se os meios de
promover a sua utilidade e melhoramento. Foi enviada pelo autor, em 1812 ao
Conde das Galveias, então ministro de estado no Rio de Janeiro. Consta também
que teria publicado anonimamente algumas poesias avulsas. Morreu solteiro e sem
descendência.
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