quarta-feira, 13 de abril de 2016

Ex-libris e outras peças de Diogo Vieira da Silva Tovar e Albuquerque

 Ex-libris

 Serviço de loiça.
Sobre manto de Par-do-Reino, escudo com o monograma pessoal.

Numa salva
Monograma pessoal, sob coronel de grandeza e timbre de Tovares.

Diogo Vieira de Tovar e Albuquerque, nasceu na freguesia de São Pedro de Molelos a 08-03-1775 e faleceu a 02-01-1846 na quinta da Boavista, Coimbra. Fidalgo da Casa Real. Do Conselho de Sua Majestade, comendador das ordens de Cristo e da Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa a 9-01-1824, Conselheiro da Fazenda, Provedor das Capelas d'el-rei D. Afonso IV. Conselheiro da embaixada em Madrid. Formado em Direito pela universidade de Coimbra, onde se doutorou, pela Faculdade de Leis, a 15-09-1797, sendo nomeado "Oppositor" às cadeiras da mesma universidade em 1805, e depois Desembargador para a relação de Goa, lugar de que tomou posse a 18-10-1807. Serviu no estado da Índia até 1815, exercendo ali no intervalo decorrido os cargos de Procurador da Coroa e Fazenda, e Secretário Geral do Estado. 
Regressa a Portugal em 1815, e entra em serviço como Desembargador da Casa da Suplicação. Foi pouco depois enviado a Madrid em comissão, por carta regia e poderes especiais do rei D. João VI, de 08-04-1818, na qualidade de tutor do seu neto o infante D. Sebastião, para fazer valer em juízo contencioso os direitos deste à sucessão da Casa do Infantado no grão-priorado de Castela e Leão, contra o competidor o infante D. Carlos, que se achava de posse da mesma casa. Tendo vencido esta questão, ficou em Madrid, nomeado Conselheiro e adido à delegação portuguesa naquela corte, até voltar novamente a Portugal, onde foi nomeado Conselheiro da Fazenda em 11-11-1823. 
Foi depois membro do Supremo Conselho de Justiça Militar, Procurador Fiscal das Mercês, Vogal da Junta de Confirmações gerais e da revisão do Código Penal Militar, alem doutras comissões de que foi eventualmente encarregado. Retirado do serviço público, em consequência das alterações politicas de 1834, foi viver para a Quinta da Boa Vista, pertencente a seu sobrinho, e situada próximo de Coimbra, e ai residiu até falecer em 2-01-1846. 
Escreveu: "Memória sobre o plano da collecção dos tractados politicos de Portugal desde o principio da monarquia, dividida em três partes: 1ª Qual a materia que deve servir de assumpto á collecção dos tractados, e o methodo de a arranjar e addicionar: 2ª Utilidades que d'esta collecção se seguem. 3ª Quaes os trabalhos que se devem empregar para se obter o complemento da referida collecção". Para alem desta memória, consta que compusera, e ficaram inéditos, entre muitos outros escritos, um "Indice chronológico e alphabetico remissivo" de todas as disposições e providencias legislativas expedidas para a governação dos estados da Índia pela corte de Lisboa, e depois pela do Rio de Janeiro, desde o principio da conquista daqueles estados, até ao ano de 1815, em que ele regressou de Goa, faltando apenas o que dizia respeito aos primeiros 24 anos, por não existirem mais nos arquivos de Goa os respectivos livros e documentos, mandados recolher a Lisboa no reinado de D. José I, tendo sido posteriormente enviados oficialmente para Lisboa em cadernos manuscritos que foram depositados na Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e do Ultramar. Também uma memória escrita em Goa, e relativa ao comercio português na Índia, onde se tratava das possessões  e estabelecimentos portugueses na Ásia, considerados do ponto de vista politico, económico e comercial, indicando-se os meios de promover a sua utilidade e melhoramento. Foi enviada pelo autor, em 1812 ao Conde das Galveias, então ministro de estado no Rio de Janeiro. Consta também que teria publicado anonimamente algumas poesias avulsas. Morreu solteiro e sem descendência.


Sem comentários:

Enviar um comentário