Armas plenas de Mergulhão
"É um
dos mais notáveis monumentos de Moimenta da Beira. A fundação desta
unidade monástica deveu-se à família Mergulhão, especialmente a D.
Fernão Mergulhão.
Nas
casas onde nasceu e viveu, D. Fernão mandou edificar este convento de
monjas, em favor de suas irmãs dedicadas à vida de clausura no Mosteiro
de Semide e por remédio de sua alma e de seus pais, conseguindo da Santa
Sé o seu reconhecimento, em 1594, por um Breve Papal de Clemente VIII.
Este
convento feminino é composto de igreja, mirante, claustros, propriedade
agrícola e cerca. De planta longitudinal, a igreja, de nave única,
possui uma sacristia de plano quadrangular. São de realçar o
revestimento dos alçados com painéis azulejares de tipo “tapete” (século
XVII), azul, branco e amarelo, o púlpito e os retábulos de talha
dourada barroca de estilo nacional e rococós. O brasão da família
fundadora campeia quer no interior quer no exterior do convento.
Tendo
como fim supremo a aproximação a Deus, as monjas seguiam a Regra de São
Bento, regendo vários temas fundamentais à vivência monástica de uma
comunidade, organizando-a segundo a máxima Ora et Labora (Orar e
Trabalhar).
O
convento cresceu quer em rendimentos, quer em número de religiosas.
Contudo, em 1812, face às convulsões socio-políticas da época e à
necessidade de reorganizar o Bispado, foi extinto pelo Bispo de Lamego,
D. João Pincio, tendo as freiras e as rendas sido incorporadas no
Convento das Chagas de Lamego. Após a extinção das Ordens Religiosas em
Portugal, com a chegada ao poder dos Liberais, parte do convento passou a
servir como habitação particular, mantendo ainda hoje essa função.
Posteriormente, a igreja voltou a desempenhar funções de culto, tendo
beneficiado de diversas obras de restauro e adaptação."
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