quarta-feira, 26 de junho de 2013

Antigo Paço do Bispo - Museu Municipal de Lamego












 Armas de D. Manuel de Vasconcelos Pereira, Bispo de Lamego.

  O edifício é um dos mais esplendorosos palácios brasonados de Lamego. Com uma frontaria ampla voltada para a escadaria e Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, esta edificação, antigo paço episcopal da cidade, foi objecto de ampla remodelação entre 1772 e 1786, empreendida pelo bispo D. Manuel de Vasconcelos Pereira. Na sua fachada principal, composta por três corpos divididos por pilastras lisas de granito, ressaltam belas janelas bem características de um estilo fantasioso da época, possuindo as dos corpos laterais dois extensos varandins de pedra.
   Contrastando harmoniosamente com a brancura do pano central, sobressaem quatro belas janelas engalanadas com touca e avental de granito, destituídas de varandim, abrindo-se na parte central o portal de entrada que sustenta, esplendidamente, o brasão do bispo, D. Manuel de Vasconcelos Pereira, ostentando as insígnias heráldicas dos Pereiras, de Rodrigo Forjaz com uma cruz de prata e dos Vasconcelos, com três faixas.
   Com o advento da revolução republicana de 1910, o edifício foi expropriado para instalação de vários serviços públicos. Em 1917, aí se instalou o Museu de Lamego, graças ao trabalho notável desenvolvido pelo artista lamecense João Amaral, que aqui reuniu o seu espólio principal. Sofreu obras de restauro nas décadas de trinta e cinquenta. Em 1964, com a saída da Biblioteca Municipal e em 1968, com a saída da Guarda Nacional Republicana que ocupava o corpo sul, ficou o edifício totalmente ocupado pelo Museu.O museu possui, actualmente, em exposição permanente: secções de pintura, tapeçaria, paramentaria, escultura, ourivesaria, cerâmica, azulejaria, arqueologia, capelas e altares, viaturas e mobiliário. Cronologicamente, abrange o período que vai desde a presença romana até aos nossos dias, com realce para o período da renascença, onde se destacam as tapeçarias flamengas e a pintura de Vasco Fernandes.
Localização: Baixa de Lamego e não longe  da Sé

Colégio Imaculada Conceição - Lamego








Escudo sob elmo e timbre de Almeidas ou Melos.
Partido: I - Almeida. II - Soeiro.
Diferença no primeiro partido.

 Brasão eclesiástico com atributos de cónego.
Partido: I - Freire. II - Sousa do Prado.
 Armas de D. António Freire Gameiro Sousa, cónego da Sé de Lamego.
 Foi depois bispo de Aveiro (1774-99)

 O solar é uma construção do século XVIII e foi mandado erigir pelo então cónego da Sé de Lamego, D. António Freire Gameiro Sousa, que mais tarde viria a ser nomeado bispo de Aveiro.
   O Colégio da Imaculada foi fundado na rua dos Fornos, em Fevereiro de 1927. Inicialmente funcionou numa casa contígua ao antigo colégio de Santa Teresinha, ali existente. Em 1937, as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição compraram o Colégio de Santa Teresinha a D. Antónia de Castro. O estabelecimento de ensino, destinado a meninas e sempre dirigido pelas Irmãs Franciscanas, foi mais tarde ampliado, chegando o internato a ultrapassar a 180 alunas, mantendo-se como um dos colégios mais prestigiados do país. Actualmente, é um  colégio misto e muito recentemente conheceu uma nova etapa da sua história ao ser adquirido por um particular.
   A pedra de armas que se encontra sobre o portão pertence ao edificador do edifício. Este brasão, com borlas e chapéu eclesiástico, possui as insígnias dos Freires de Andrade e dos Sousas.
Existe um portão em ferro forjado, não longe da porta principal, que possui um brasão em chumbo fundido. Está verticalmente dividido em duas palas, tendo na dextra as armas dos Almeidas e à sinistra as dos Pereiras.

Localização: Rua dos Fornos

Casa dos Vilhenas - Lamego





   Escudo em cartela sob coronel de nobreza e timbre de Pereiras, tudo envolto de troféus militares.
Esquartelado: I - Pereira. II - Coutinho. III - Vilhenas. IV - Menezes.

Solar do século XVIII. Sobressai na fachada o brasão, de execução artística notável. Este solar pertenceu à família dos Pereira Coutinho de Penedono.
Aqui já funcionou o Asilo de Infância Desvalida de Nª Senhora dos Remédios e a Escola Técnica. A Santa Casa de Misericórdia, proprietária do imóvel, aqui possui os serviços administrativos e o seu Museu.
   O seu brasão, esquartelado, exibe as insígnias heráldicas dos Pereiras, no primeiro quartel; as dos Coutinhos, no segundo; no terceiro quartel as dos Vilhenas e no quarto, as dos Menezes.


Localização: Largo Dr. João de Almeida, não longe da Igreja de Santa Cruz

Casa dos Silveiras ou dos Viscondes de Guiães





Escudo sob elmo e timbre de Teixeiras.
Esquartelado: I - Teixeira. II - Borges (mal representado, estas são as armas de Leões). III - Macedo  (Coutinho?) IV - Carvalho.

Este solar é conhecido por antiga habitação dos Silveiras.
Embora o edifício já não tenha o antigo aspecto aristocrático que possuía, devido a sucessivas obras nele efectuadas, o solar ainda mantém alguns traços que fazem atrair a atenção daqueles que apreciam a arquitectura dos edifícios brasonados que marcaram os melhores tempos da velha aristocracia portuguesa.
No corpo mais extenso do edifício, voltado para a Sé, sobressai a sua bela pedra de armas, muitíssimo bem trabalhada. 
 O brasão esquartelado apresenta no primeiro quartel, os sinais heráldicos dos Teixeiras; no segundo, os sinais dos Borges; no terceiro quartel, os Coutinhos e as insígnias dos Carvalhos aparecem no quarto quartel.
Funcionou neste solar, durante vários anos, a já desaparecida Pensão Comércio. Posteriormente, o edifício foi adquirido e o seu interior foi profundamente remodelado para ali se instalar uma moderna residencial.
Os fundos são ocupados por comércio diverso. 

Localização: Frente à fachada da Sé Catedral  

Casa dos Serpas ou Casa de Santa Cruz - Lamego







Escudo oval sob coronel de nobreza.
Esquartelado: I - Carvalho. II e III- Leitão (de Cristóvão Leitão) mal representado. IV - Soares

   O palacete é uma peça setecentista, sendo os primeiros senhores da casa da família Leitão, de Fernão Vaz Ribeiro Leitão, que vivia em Lamego no final do século XVI. No século XVII é pertença de Simão Pereira Leitão Soares de Carvalho, cujos três últimos apelidos estão representados na pedra de armas.
   A Casa dos Serpas manteve-se com denominação de Casa de Santa Cruz até 1844, quando a família Leitão se ligou à família de Serpa Pimentel pelo casamento.
Em 1860, há notícias de que quando o colégio do Padre Roseira saiu da Rua dos Fornos, foi para o solar da família de D. Vasco de Serpa em Santa Cruz, depois do colégio foi asilo de mendicidade. O Casão do RI 9 – a alfaiataria -  também funcionou nos baixos deste prédio brasonado. Os belos azulejos e os tectos pintados há muito haviam desaparecido.
    Modestas famílias ocupavam o edifício… entretanto as chamas devoraram a Casa de Santa Cruz (Laranjo, 1989).
   O incêndio, ocorrido em 1979, destruiu totalmente o solar, dele restando apenas os componentes em granito. O edifício permaneceu assim em ruínas durante alguns anos até ser magnificamente recuperado pelo Ministério da Justiça, para albergar os serviços de Registos Civil e Predial, Notariado e Tribunal de Trabalho.
   A sua fachada principal, voltada para nascente, ostenta um brasão estilo rocaille, restaurado pela feliz intervenção a que já nos referimos.
   Este brasão, esquartelado, possui no primeiro, de azul, estrela de oito pontas de ouro, no interior de crescentes de prata (Carvalho); no segundo, de prata, três faixas de vermelho (Leitão); no terceiro, de vermelho, torre de prata crivada de três setas de ouro de cada lado; no quarto, de vermelho, torre de prata (Soares). (Baeta Neves cit. Borges 1993).

Localização: Largo Dr. João de Almeida e  não longe da Igreja de Sta. Cruz

Casa das Mores - Lamego





 E
Escudo sob galero de onde pendem dois cordões de seis borlas cada.
Esquartelado: I e IV - Botelho. II - Monteiro. III - Paiva.

Escudo sob galero de onde pendem dois cordões de seis borlas cada.
Escudo com as armas de Coelhos.

Palacete do Século XVII. Julga-se que a denominação “Mores” advém do facto de aqui terem residido alguns Capitães-Mores de Lamego.
Os últimos fidalgos que habitaram este solar foram os Osórios.
O edifício, embora deturpado ulteriormente, apresenta-se grandioso, de linhas simples mas correctas, com dois brasões expostos nos dois ângulos.
Ambos os brasões ostentam chapéus eclesiásticos. O do lado direito do edifício tem os sinais heráldicos dos Coelhos, enquanto que o do ângulo esquerdo, esquartelado, tem no primeiro e quarto quartéis os Botelhos (com menos uma banda), no segundo quartel os Monteiros e o terceiro, com três flores–de-lis, poderá representar os Guedes.
Em 1931 foi ali criado o Internato Académico de Lamego, a princípio misto e depois masculino. Posteriormente ali funcionou, por largos anos, a Casa de Saúde de Lamego, acabando por encerrar.
 Há poucos anos o solar foi adquirido por particular para ali instalar escritórios.

Localização: Rua Macário de Castro, e  não longe da Sé 



terça-feira, 25 de junho de 2013

Casa dos Loureiros ou dos condes de Alpendurada




Escudo de fantasia sob elmo e timbre de Pereiras.
Partido: I - Pereira. II - Rocha.


Na estreita Rua dos Loureiros deparamos com o esplêndido palacete dos viscondes e condes de Alpendurada – uma edificação dos finais do século XVIII.
A pedra de armas é muitíssimo bem trabalhada e sem erros heráldicos, enobrecendo o conjunto deste magnífico solar.
As insígnias representadas na pedra de armas pertencem ao 2º conde de Alpendurada, João Baptista de Carvalho Pereira de Magalhães. Tem este escudo o campo dividido verticalmente em duas palas (partido em pala) e apresenta na primeira pala a cruz florenciada dos Pereiras e na segunda as armas dos Rochas.
 O solar tem permanecido na posse da família Girão que tem fortes ligações à região de Lamego.
 Localização: Rua dos Loureiros, não longe da Sé.


Casa do Visconde de Arneiros ou Casa dos Pinheiros - Lamego










Escudo oval sob elmo.
Esquartelado: I e IV - Pinheiro (de Barcelos). II e III - Fonseca.

    Este magnífico palacete é um dos mais antigos edifícios brasonados de Lamego.
Pertenceu este edifício ao primeiro Visconde de Arneirós, de seu nome António Pinheiro da Fonseca Osório Vieira e Silva, bacharel formado em direito, fidalgo cavaleiro por sucessão, vindo a ocupar vários cargos importantes (deputado da nação em várias legislaturas, provedor da Santa Casa de Misericórdia, vereador e Presidente da Câmara Municipal de Lamego e Presidente da Junta distrital).
Por morte do último visconde de Arneiros, esta Casa passou para a posse da família Girão (Azevedo, 1974).
    O edifício, segundo João Amaral (1961),  primitivamente possuia uma correcta e muito apreciável arquitectura, mas ficou bastante prejudicado com o acrescentamento de um segundo andar… Possui um brasão que constitui um excelente trabalho esculpido em granito, ostentando as insígnias armoriais dos Pinheiros e dos Fonsecas.
O edifício foi adquirido por particular há poucos anos. Funcionou ali, por algum tempo, o Centro de Saúde de Lamego, mas hoje a casa é ocupada por escritórios de advogados.

Localização: fundo da Rua da Pereira, não longe da Sé Catedral